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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

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28/04/2019 00:00 - Atualizado em 29/04/2019 10:20

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28/04/2019 00:00 - Atualizado em 29/04/2019 10:20

No segundo domingo da Páscoa, encerramos a oitava da Páscoa, grande e central festa de nossa fé. Este domingo era conhecido como “Domingo In Albis”, isto é, “Domingo Branco”, pois era o dia em que os que tinham sido batizados na Vigília Pascal, depois de uma semana de instruções vinham depositar suas vestes brancas na Igreja. Agora a vida deveria ser de acordo com o batismo que receberam. Ultimamente muitas pessoas recordam o dia da sua Primeira Comunhão, ou da sua Comunhão Solene. Isso porque, em anos idos, era neste dia que se costumava celebrar, preferencialmente, a primeira comunhão das crianças. Era uma bonita forma ligar a Eucaristia à Páscoa, completando, desta forma a alegria pela ressurreição de Jesus. Agora, desde o Papa São João Paulo II, este segundo domingo da Páscoa a Igreja celebra a Divina Misericórdia, convidando-nos a nos aproximarmos de Deus sem medo de sermos menosprezados ou rejeitados.

A motivação para colocar o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia, encontra amparo na consciência de que “foi na ressurreição que o Filho de Deus experimentou de modo radical a misericórdia do Pai, que é mais forte do que a morte” (São João Paulo II, Carta Encíclica Dives in Misericordia). Depois de ter passado pela dor do abandono e pela morte na cruz, “Cristo revelou o Deus do amor misericordioso, precisamente porque aceitou a Cruz como caminho para a ressurreição”. A experiência que o próprio Cristo fez da misericórdia do Pai, levou-o a nos ensinar que Deus é Pai de Misericórdia, que vai ao encontro do filho que o havia abandonado cobrindo-o de beijos, conforme nos ensina a parábola do Pai de Misericórdia, também conhecida como Parábola do Filho Pródigo (Cf. Lc 15,11-32).

É neste também lemos no Evangelho que tudo se recria com o sopro do Espírito através da reconciliação, por isso fazemos memória da Instituição da Sagrada Confissão (= Penitência). Aparecendo aos Apóstolos reunidos no Cenáculo – no domingo da Ressurreição – Jesus disse: “Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados, os pecados lhes serão perdoados; aqueles a quem não perdoardes os pecados, os pecados não serão perdoados” (Jo 20,22).

No Plano da salvação, o Pai enviou o Filho para o perdão dos pecados; e o Filho enviou a Igreja. Ele quis que o perdão dos pecados fosse dado não de maneira vaga e abstrata, mas de maneira concreta, pelos ministros da Igreja, os sacerdotes do Senhor. Por isso, o sacerdote ao perdoar nossos pecados diz: “Pelo ministério da Igreja… eu te absolvo de todos os teus pecados”. Que consolo! Que alegria, saber que o Sangue precioso do Senhor derramado na Paixão lava a nossa alma de todos os pecados. Não há misericórdia maior; não há amor mais profundo; não há certeza mais firme de perdão. O homem e o mundo é recriado!

A festa da Divina Misericórdia, que é celebrada neste segundo Domingo da Páscoa foi oficialmente instituída e estendida a toda a Igreja Católica no ano 2000, pelo Papa São João Paulo II. Esta festa tem sua origem na proclamação da Divina Misericórdia por meio do gesto eloqüente de Jesus na cruz, doando a sua vida pela salvação da humanidade.

Em uma revelação particular no dia 22 de Fevereiro de 1931, na Polônia, Irmã Faustina relata: “a noite estando no meu quarto vi o Senhor Jesus vestido com uma veste branca: uma mão levantada para abençoar, enquanto com a outra tocava sobre o peito a veste, levemente, da qual saiam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido (branco). Depois de um instante Jesus me disse: “pinte uma imagem segundo o modelo que viste, e embaixo escreve: Jesus eu confio em ti!”.  E Jesus continuou: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”. Esta festa está em profunda relação com a liturgia deste Domingo, pois se lê o Evangelho da aparição do Ressuscitado e da instituição do Sacramento da reconciliação, como instrumento comunicador da misericórdia e do Perdão de Deus.

A imagem de Jesus misericordioso representa o nosso Salvador Ressuscitado que leva ao mundo a sua paz com a salvação realizada por meio da sua paixão e morte na cruz. Como lemos no relato da morte do Senhor, quando o soldado lhe transpassa o peito, do seu coração saem sangue e água. Na imagem vemos sair do seu peito de Jesus dois raios. Jesus fez grandes promessas a aqueles que venerarem a imagem de Jesus misericordioso: A salvação eterna; progresso no aminho de perfeição cristã; a graça de uma morte feliz e outras graças se os homens pedirem com confiança.

Esta festa não é somente um dia particular de adoração a Deus no mistério da sua misericórdia, mas é um tempo de graça para todo homem. Dizia Jesus a Santa Faustina: “desejo que a festa da misericórdia seja de reparo e refúgio para as almas, especialmente a dos pobres pecadores”.

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28/04/2019 00:00 - Atualizado em 29/04/2019 10:20

No segundo domingo da Páscoa, encerramos a oitava da Páscoa, grande e central festa de nossa fé. Este domingo era conhecido como “Domingo In Albis”, isto é, “Domingo Branco”, pois era o dia em que os que tinham sido batizados na Vigília Pascal, depois de uma semana de instruções vinham depositar suas vestes brancas na Igreja. Agora a vida deveria ser de acordo com o batismo que receberam. Ultimamente muitas pessoas recordam o dia da sua Primeira Comunhão, ou da sua Comunhão Solene. Isso porque, em anos idos, era neste dia que se costumava celebrar, preferencialmente, a primeira comunhão das crianças. Era uma bonita forma ligar a Eucaristia à Páscoa, completando, desta forma a alegria pela ressurreição de Jesus. Agora, desde o Papa São João Paulo II, este segundo domingo da Páscoa a Igreja celebra a Divina Misericórdia, convidando-nos a nos aproximarmos de Deus sem medo de sermos menosprezados ou rejeitados.

A motivação para colocar o segundo domingo da Páscoa como o Domingo da Divina Misericórdia, encontra amparo na consciência de que “foi na ressurreição que o Filho de Deus experimentou de modo radical a misericórdia do Pai, que é mais forte do que a morte” (São João Paulo II, Carta Encíclica Dives in Misericordia). Depois de ter passado pela dor do abandono e pela morte na cruz, “Cristo revelou o Deus do amor misericordioso, precisamente porque aceitou a Cruz como caminho para a ressurreição”. A experiência que o próprio Cristo fez da misericórdia do Pai, levou-o a nos ensinar que Deus é Pai de Misericórdia, que vai ao encontro do filho que o havia abandonado cobrindo-o de beijos, conforme nos ensina a parábola do Pai de Misericórdia, também conhecida como Parábola do Filho Pródigo (Cf. Lc 15,11-32).

É neste também lemos no Evangelho que tudo se recria com o sopro do Espírito através da reconciliação, por isso fazemos memória da Instituição da Sagrada Confissão (= Penitência). Aparecendo aos Apóstolos reunidos no Cenáculo – no domingo da Ressurreição – Jesus disse: “Recebei o Espírito Santo, aqueles a quem perdoardes os pecados, os pecados lhes serão perdoados; aqueles a quem não perdoardes os pecados, os pecados não serão perdoados” (Jo 20,22).

No Plano da salvação, o Pai enviou o Filho para o perdão dos pecados; e o Filho enviou a Igreja. Ele quis que o perdão dos pecados fosse dado não de maneira vaga e abstrata, mas de maneira concreta, pelos ministros da Igreja, os sacerdotes do Senhor. Por isso, o sacerdote ao perdoar nossos pecados diz: “Pelo ministério da Igreja… eu te absolvo de todos os teus pecados”. Que consolo! Que alegria, saber que o Sangue precioso do Senhor derramado na Paixão lava a nossa alma de todos os pecados. Não há misericórdia maior; não há amor mais profundo; não há certeza mais firme de perdão. O homem e o mundo é recriado!

A festa da Divina Misericórdia, que é celebrada neste segundo Domingo da Páscoa foi oficialmente instituída e estendida a toda a Igreja Católica no ano 2000, pelo Papa São João Paulo II. Esta festa tem sua origem na proclamação da Divina Misericórdia por meio do gesto eloqüente de Jesus na cruz, doando a sua vida pela salvação da humanidade.

Em uma revelação particular no dia 22 de Fevereiro de 1931, na Polônia, Irmã Faustina relata: “a noite estando no meu quarto vi o Senhor Jesus vestido com uma veste branca: uma mão levantada para abençoar, enquanto com a outra tocava sobre o peito a veste, levemente, da qual saiam dois grandes raios, um vermelho e o outro pálido (branco). Depois de um instante Jesus me disse: “pinte uma imagem segundo o modelo que viste, e embaixo escreve: Jesus eu confio em ti!”.  E Jesus continuou: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja abençoada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia”. Esta festa está em profunda relação com a liturgia deste Domingo, pois se lê o Evangelho da aparição do Ressuscitado e da instituição do Sacramento da reconciliação, como instrumento comunicador da misericórdia e do Perdão de Deus.

A imagem de Jesus misericordioso representa o nosso Salvador Ressuscitado que leva ao mundo a sua paz com a salvação realizada por meio da sua paixão e morte na cruz. Como lemos no relato da morte do Senhor, quando o soldado lhe transpassa o peito, do seu coração saem sangue e água. Na imagem vemos sair do seu peito de Jesus dois raios. Jesus fez grandes promessas a aqueles que venerarem a imagem de Jesus misericordioso: A salvação eterna; progresso no aminho de perfeição cristã; a graça de uma morte feliz e outras graças se os homens pedirem com confiança.

Esta festa não é somente um dia particular de adoração a Deus no mistério da sua misericórdia, mas é um tempo de graça para todo homem. Dizia Jesus a Santa Faustina: “desejo que a festa da misericórdia seja de reparo e refúgio para as almas, especialmente a dos pobres pecadores”.

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro