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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

O Papa Francisco no Rio de Janeiro

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27/07/2018 00:00

O Papa Francisco no Rio de Janeiro 0

27/07/2018 00:00

Comemoramos neste ano o quinto aniversário da primeira viagem apostólica internacional do Papa Francisco. Foi para presidir a JMJ Rio 2013 que tantas memórias bonitas nos deixou. Neste ano iremos celebrar a JMJ Fest Rio no dia 28 de julho em nossa Catedral Metropolitana. Neste ano que teremos o Sínodo dos Bispos sobre a o discernimento vocacional da juventude e nos preparamos para a JMJ no Panamá no final de janeiro próximo é tempo de reviver e retomar valores apreendidos em 2013.

Viver a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, proporcionou a milhares de peregrinos, entres os quais o primeiro me incluo junto com o Papa Francisco, em uma experiência de vida única em todos os sentidos, e com certeza levarei para toda vida.

Primeiramente por estar com pessoas de diferentes culturas, idiomas, movimentos cristãos, que embora fossem tão diferentes, estavam unidos por uma só linguagem: a do amor de Jesus. Pude conviver aqueles dias com pessoas que me ensinaram muito, com seu modo de viver, de expressarem sua fé. Foi contagiante a alegria por todos os lugares que passamos, desde o alojamento, no metrô, pelas ruas, pelas longas filas (que os jovens deram uma demonstração de educação e de solidariedade incríveis), onde se pode sentir a verdadeira unidade e amor entre os irmãos.

A cada ato da jornada era surpreendido pelo nosso querido Papa Francisco, que quebrou todos os protocolos e fez questão de estar no meio do povo, e demonstrar seu amor, seu carinho, seu respeito por todos que ali estavam. Pude perceber um Papa amigo que se fez próximo de todos, em que os peregrinos puderam contar com ele, na certeza evangélica que não existem distâncias para Jesus, Ele nos une por seu amor, e naqueles dias estava claro esta unidade da Igreja.

Uma das constatações que ouvi durante e depois da JMJ Rio2013 foi a graça de muitos jovens de conviver em seus alojamentos com jovens de todos os cantos do mundo, e isso proporcionou um intercâmbio cultural único, momento especial dos jovens conviverem harmoniosamente e se mergulharem um pouco da cultura de cada lugar que ali estava, mostrando suas danças e costumes peculiares. Também a beleza das amizades que nasceram entre as famílias hospedeiras e os jovens de outras nacionalidades que até hoje continuam com correspondência e visitas mútuas.

Havia peregrinos de todos os lugares, mas o mais impressionante era descobrir ali entre tantos leigos, padres, freiras, bispos, caminhando ao nosso lado, como peregrinos, vivendo toda experiência das longas filas, das catequeses, dos atos centrais, e isso me deixava emocionado por perceber que a Igreja é una, todos somos iguais, buscando a mesma Santidade.

Nas catequeses e meditações que foram celebradas ao longo dos dias, muito se falou no amor de Cristo, em descobrir esse Primeiro Amor, e de levar esse amor a todos, que todos podemos ser Santos, que Jesus precisa de Santos como nós, basta nos disponibilizarmos, nos abrirmos a Ele, depende do tamanho do passo que cada um estava e está disposto a dar. A Igreja está viva, porque somos a Igreja, e devemos ter a coragem de levar Cristo em todos os lugares e a todas as pessoas, se pode ouvir em uma de suas catequeses.

E o Papa nos confirmava isso, é preciso estar de coração aberto para acolher a palavra de Deus, para que possa dar frutos, ele nos disse que Jesus continua contando com nós jovens, para que sejamos missionários de Cristo, que é preciso partilharmos essa alegria e essa experiência de fé que vivemos lá, a todos os lugares que formos, a nossas comunidades, nossas famílias, nossos amigos, aqueles a quem mais precisam.

O Papa nos disse e é assim que resumo esta jornada que vivi “Ide, sem medo, para servir” E de todo meu coração eu respondo, “aqui estou Senhor, envia-me!”. Agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade única de preparar e vivenciar tudo isso, pois é a Jesus que sirvo, é por Ele, para Ele e com Ele, que vou caminhar, que vou evangelizar, que vou confirmar os irmãos na fé e na misericórdia.

O que mais marcou e ficou na memória de muitas pessoas, sem dúvida nenhuma foi  a homilia da missa de despedida do Papa, a Missa de Envio, com mais de 3,7 milhões de pessoas, crianças, jovens, adultos, idosos, sacerdotes e jornalistas, dos mais diversos cantos, diante da paisagem abençoada de mar, da montanha e do abraço do Cristo Redentor, o Papa Francisco silenciou a multidão, serenou corações, fortaleceu e incentivou o destemor crítico, tão característico da juventude, em nome da bandeira da doação e evangelização abnegadas.

Restou a certeza de que aquele sábio e humilde pai, de coração aberto para o discurso de cada um de seus filhos, conta com esses discípulos do amor e jovens questionadores. Os jovens são elementos umbilicais de importantes transformações, personagens de uma nova história, de positivas mudanças, a começar na Igreja Católica, que prossegue num caminho de evangelização, de envio para curar os corações feridos nas “periferias existenciais” neste “grande hospital de campanha”.

Em tempos de pluralismo, de crises nas instituições e nos valores, de violência e de falta de esperança, quando a angústia insiste ainda mais em bater à porta da alma humana, o Bispo de Roma, nosso amado Papa Francisco, a quem quero agradecer pela JMJ Rio2013, que o seu vivo testemunho em terras cariocas foi um exemplo de que é possível um elo, respeitoso e frutífero, de corações imbuídos da mesma esperança, de que é possível uma vida de fraternidade na multiforme cultura e “cores” de manifestação religiosa em nossa Mãe Igreja.

Agradeço a todos os organizadores, voluntários, paróquias (párocos e povo), responsáveis pelos diversos setores e todas as famílias e entidades acolhedoras pelo belo testemunho que deram durante esse tempo. Foi um tempo de verdadeira paz mesmo com as tensões que alguns grupos queriam suscitar. Dos jovens foi uma resposta de amor a todos e que comoveu a população pelo entusiasmo juvenil que a todos contagiou. Meus agradecimentos a todos os jovens que fizeram acontecer a JMJ Rio2013.

Deixando um legado de amor e coragem, Papa Francisco, encerrou aquela Jornada Mundial da Juventude, a JMJ Rio2013, demonstrando compreender a exata tradução da palavra “saudade”. Ave Francisco! Ave JMJ! Repito hoje, o título do artigo publicado após a JMJ: “Vimos Deus agir”.

 

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O Papa Francisco no Rio de Janeiro

27/07/2018 00:00

Comemoramos neste ano o quinto aniversário da primeira viagem apostólica internacional do Papa Francisco. Foi para presidir a JMJ Rio 2013 que tantas memórias bonitas nos deixou. Neste ano iremos celebrar a JMJ Fest Rio no dia 28 de julho em nossa Catedral Metropolitana. Neste ano que teremos o Sínodo dos Bispos sobre a o discernimento vocacional da juventude e nos preparamos para a JMJ no Panamá no final de janeiro próximo é tempo de reviver e retomar valores apreendidos em 2013.

Viver a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, proporcionou a milhares de peregrinos, entres os quais o primeiro me incluo junto com o Papa Francisco, em uma experiência de vida única em todos os sentidos, e com certeza levarei para toda vida.

Primeiramente por estar com pessoas de diferentes culturas, idiomas, movimentos cristãos, que embora fossem tão diferentes, estavam unidos por uma só linguagem: a do amor de Jesus. Pude conviver aqueles dias com pessoas que me ensinaram muito, com seu modo de viver, de expressarem sua fé. Foi contagiante a alegria por todos os lugares que passamos, desde o alojamento, no metrô, pelas ruas, pelas longas filas (que os jovens deram uma demonstração de educação e de solidariedade incríveis), onde se pode sentir a verdadeira unidade e amor entre os irmãos.

A cada ato da jornada era surpreendido pelo nosso querido Papa Francisco, que quebrou todos os protocolos e fez questão de estar no meio do povo, e demonstrar seu amor, seu carinho, seu respeito por todos que ali estavam. Pude perceber um Papa amigo que se fez próximo de todos, em que os peregrinos puderam contar com ele, na certeza evangélica que não existem distâncias para Jesus, Ele nos une por seu amor, e naqueles dias estava claro esta unidade da Igreja.

Uma das constatações que ouvi durante e depois da JMJ Rio2013 foi a graça de muitos jovens de conviver em seus alojamentos com jovens de todos os cantos do mundo, e isso proporcionou um intercâmbio cultural único, momento especial dos jovens conviverem harmoniosamente e se mergulharem um pouco da cultura de cada lugar que ali estava, mostrando suas danças e costumes peculiares. Também a beleza das amizades que nasceram entre as famílias hospedeiras e os jovens de outras nacionalidades que até hoje continuam com correspondência e visitas mútuas.

Havia peregrinos de todos os lugares, mas o mais impressionante era descobrir ali entre tantos leigos, padres, freiras, bispos, caminhando ao nosso lado, como peregrinos, vivendo toda experiência das longas filas, das catequeses, dos atos centrais, e isso me deixava emocionado por perceber que a Igreja é una, todos somos iguais, buscando a mesma Santidade.

Nas catequeses e meditações que foram celebradas ao longo dos dias, muito se falou no amor de Cristo, em descobrir esse Primeiro Amor, e de levar esse amor a todos, que todos podemos ser Santos, que Jesus precisa de Santos como nós, basta nos disponibilizarmos, nos abrirmos a Ele, depende do tamanho do passo que cada um estava e está disposto a dar. A Igreja está viva, porque somos a Igreja, e devemos ter a coragem de levar Cristo em todos os lugares e a todas as pessoas, se pode ouvir em uma de suas catequeses.

E o Papa nos confirmava isso, é preciso estar de coração aberto para acolher a palavra de Deus, para que possa dar frutos, ele nos disse que Jesus continua contando com nós jovens, para que sejamos missionários de Cristo, que é preciso partilharmos essa alegria e essa experiência de fé que vivemos lá, a todos os lugares que formos, a nossas comunidades, nossas famílias, nossos amigos, aqueles a quem mais precisam.

O Papa nos disse e é assim que resumo esta jornada que vivi “Ide, sem medo, para servir” E de todo meu coração eu respondo, “aqui estou Senhor, envia-me!”. Agradeço a Deus por ter me dado essa oportunidade única de preparar e vivenciar tudo isso, pois é a Jesus que sirvo, é por Ele, para Ele e com Ele, que vou caminhar, que vou evangelizar, que vou confirmar os irmãos na fé e na misericórdia.

O que mais marcou e ficou na memória de muitas pessoas, sem dúvida nenhuma foi  a homilia da missa de despedida do Papa, a Missa de Envio, com mais de 3,7 milhões de pessoas, crianças, jovens, adultos, idosos, sacerdotes e jornalistas, dos mais diversos cantos, diante da paisagem abençoada de mar, da montanha e do abraço do Cristo Redentor, o Papa Francisco silenciou a multidão, serenou corações, fortaleceu e incentivou o destemor crítico, tão característico da juventude, em nome da bandeira da doação e evangelização abnegadas.

Restou a certeza de que aquele sábio e humilde pai, de coração aberto para o discurso de cada um de seus filhos, conta com esses discípulos do amor e jovens questionadores. Os jovens são elementos umbilicais de importantes transformações, personagens de uma nova história, de positivas mudanças, a começar na Igreja Católica, que prossegue num caminho de evangelização, de envio para curar os corações feridos nas “periferias existenciais” neste “grande hospital de campanha”.

Em tempos de pluralismo, de crises nas instituições e nos valores, de violência e de falta de esperança, quando a angústia insiste ainda mais em bater à porta da alma humana, o Bispo de Roma, nosso amado Papa Francisco, a quem quero agradecer pela JMJ Rio2013, que o seu vivo testemunho em terras cariocas foi um exemplo de que é possível um elo, respeitoso e frutífero, de corações imbuídos da mesma esperança, de que é possível uma vida de fraternidade na multiforme cultura e “cores” de manifestação religiosa em nossa Mãe Igreja.

Agradeço a todos os organizadores, voluntários, paróquias (párocos e povo), responsáveis pelos diversos setores e todas as famílias e entidades acolhedoras pelo belo testemunho que deram durante esse tempo. Foi um tempo de verdadeira paz mesmo com as tensões que alguns grupos queriam suscitar. Dos jovens foi uma resposta de amor a todos e que comoveu a população pelo entusiasmo juvenil que a todos contagiou. Meus agradecimentos a todos os jovens que fizeram acontecer a JMJ Rio2013.

Deixando um legado de amor e coragem, Papa Francisco, encerrou aquela Jornada Mundial da Juventude, a JMJ Rio2013, demonstrando compreender a exata tradução da palavra “saudade”. Ave Francisco! Ave JMJ! Repito hoje, o título do artigo publicado após a JMJ: “Vimos Deus agir”.

 

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro