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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 27/04/2025

27 de Abril de 2025

Tudo no coração de Jesus

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03/06/2018 00:00

Tudo no coração de Jesus 0

03/06/2018 00:00

“Se alguém tem sede, venha a mim e beberá, aquele que crê em mim! Conforme a Palavra da Escritura: Do seu seio jorrarão rios de água viva” (Jo 7, 37-38). Com estas palavras, no dia 15 de maio de 1956, o Papa Pio XII apresentou ao mundo a Encíclica “Haurietis Aquas”, sobre o culto do Sagrado Coração.

Nesta Encíclica, o Papa buscou recordar que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus trás ao coração do fiel inúmeros benefícios e “riquezas celestiais”. A devoção que encontrou em Santa Margarida Maria Alacoque, uma grande propagação, aparece antes no Evangelho em dois grandes acontecimentos: primeiro destacamos os gestos de São João Evangelista, quando recosta sua cabeça sobre o peito de Jesus na última ceia – “Ele, então, reclinando-se sobre o peito de Jesus” (Jo 13,25), e no momento da sua morte na cruz, quando o soldado abriu o seu lado com a lança – “mas um soldado traspassou-lhes o lado com a lança e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19,34).

Quando se está diante do altar central na Basílica de São Pedro, em Roma, e gira olhar a esquerda, se espanta com uma grande imagem, de mais de cinco metros de altura, de um soldado que está girado para o altar central. É a estátua do legionário romano que traspassou o lado de Jesus, chamado de Longino em italiano, e conhecido no Brasil como São Longuinho. Esta bela obra de arte do século XVII (1628-1638), feita por Gian Lorenzo Bernini (o mesmo que fez a Praça de São Pedro), conservava a relíquia da ponta desta lança que perfurou o Senhor. Porém, este soldado esculpido em um único bloco de mármore não tem mais a imagem de um soldado, mas de um convertido; já não usa um elmo e nem uma armadura, mas olha Cristo sobre a cruz e diz: “verdadeiramente este homem era filho de Deus”. Esta belíssima imagem de arte pode representar também o nosso momento, o momento em que a Humanidade olha e venera o lado aberto de Cristo, que ainda hoje jorra sangue e água. Lugar de nascimento da nossa Igreja Católica, e que por meio dela seria amplamente divulgada a devoção.

O Papa Pio XII quando escreveu a encíclica quis reforçar que ainda em nosso tempo, no qual tantos males transtornam as pessoas, as nossas famílias e a nossa nação, não pode haver um caminho mais eficaz do que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. “Que homenagem religiosa mais nobre, mais suave e mais salutar do que este culto que dirige a todos à própria caridade de Deus? Que pode haver de mais eficaz do que a caridade de Cristo para estimular os cristãos a praticarem em sua vida a lei evangélica, sem a qual não é possível haver entre os homens paz verdadeira, como claramente ensinam aquelas palavras do Espírito Santo: Obra da justiça será a paz(Is 32,17)?”

Esta preciosa devoção não pode ser apenas uma devoção pessoal, mas ela deve ser essencialmente eclesial, pois a Igreja gerada deste coração nos convida a um apostolado de oração e entrega pelos irmãos. “Todos que se gloriam do nome de cristãos e lutam ativamente por estabelecer o reino de Jesus Cristo no mundo, considerem a devoção ao coração de Jesus como bandeira e manancial de unidade, de salvação e de paz”. A devoção da Igreja a este precioso coração deve ser expressada também de forma atual e concreta. Rezando pelo nosso país, que neste momento atravessa um período difícil e triste: que nossas orações alcance de Deus a graça da paz e da justiça verdadeira; rezar pelas famílias que constantemente são atacadas por financiamentos destrutivos e ideológicos; que de modo especial os jovens redescubram na família constituída por Deus à realização de suas vocações, à felicidade e a santidade; rezar pelos sacerdotes que no dia 7 de junho realizarão o dia de oração pela santificação do clero: que possamos ser bons pastores, com o coração sempre mais configurado ao coração de Cristo, com a confiança e a coragem de testemunhar ao mundo que vale a pena ser “padre”; por fim, rezar uns pelos outros, para que, a exemplo dos santos, possamos buscar o que é “agradável ao Deus”.

Finalmente, que a devoção ao Sacratíssimo Coração de Cristo produza muitos frutos em toda a Igreja e em todo o mundo e, unido ao Imaculado Coração de Maria, que esteve intimamente ligado aos sofrimentos de seu Filho, animados de grande esperança, façamos com que “aumentem, cada vez mais, a devoção dos fiéis ao sagrado coração de Jesus, e assim se estenda mais por todo o mundo o seu reino suave; esse “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz” (Missal Rom. Prefácio de Cristo Rei).

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Tudo no coração de Jesus

03/06/2018 00:00

“Se alguém tem sede, venha a mim e beberá, aquele que crê em mim! Conforme a Palavra da Escritura: Do seu seio jorrarão rios de água viva” (Jo 7, 37-38). Com estas palavras, no dia 15 de maio de 1956, o Papa Pio XII apresentou ao mundo a Encíclica “Haurietis Aquas”, sobre o culto do Sagrado Coração.

Nesta Encíclica, o Papa buscou recordar que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus trás ao coração do fiel inúmeros benefícios e “riquezas celestiais”. A devoção que encontrou em Santa Margarida Maria Alacoque, uma grande propagação, aparece antes no Evangelho em dois grandes acontecimentos: primeiro destacamos os gestos de São João Evangelista, quando recosta sua cabeça sobre o peito de Jesus na última ceia – “Ele, então, reclinando-se sobre o peito de Jesus” (Jo 13,25), e no momento da sua morte na cruz, quando o soldado abriu o seu lado com a lança – “mas um soldado traspassou-lhes o lado com a lança e imediatamente saiu sangue e água” (Jo 19,34).

Quando se está diante do altar central na Basílica de São Pedro, em Roma, e gira olhar a esquerda, se espanta com uma grande imagem, de mais de cinco metros de altura, de um soldado que está girado para o altar central. É a estátua do legionário romano que traspassou o lado de Jesus, chamado de Longino em italiano, e conhecido no Brasil como São Longuinho. Esta bela obra de arte do século XVII (1628-1638), feita por Gian Lorenzo Bernini (o mesmo que fez a Praça de São Pedro), conservava a relíquia da ponta desta lança que perfurou o Senhor. Porém, este soldado esculpido em um único bloco de mármore não tem mais a imagem de um soldado, mas de um convertido; já não usa um elmo e nem uma armadura, mas olha Cristo sobre a cruz e diz: “verdadeiramente este homem era filho de Deus”. Esta belíssima imagem de arte pode representar também o nosso momento, o momento em que a Humanidade olha e venera o lado aberto de Cristo, que ainda hoje jorra sangue e água. Lugar de nascimento da nossa Igreja Católica, e que por meio dela seria amplamente divulgada a devoção.

O Papa Pio XII quando escreveu a encíclica quis reforçar que ainda em nosso tempo, no qual tantos males transtornam as pessoas, as nossas famílias e a nossa nação, não pode haver um caminho mais eficaz do que a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. “Que homenagem religiosa mais nobre, mais suave e mais salutar do que este culto que dirige a todos à própria caridade de Deus? Que pode haver de mais eficaz do que a caridade de Cristo para estimular os cristãos a praticarem em sua vida a lei evangélica, sem a qual não é possível haver entre os homens paz verdadeira, como claramente ensinam aquelas palavras do Espírito Santo: Obra da justiça será a paz(Is 32,17)?”

Esta preciosa devoção não pode ser apenas uma devoção pessoal, mas ela deve ser essencialmente eclesial, pois a Igreja gerada deste coração nos convida a um apostolado de oração e entrega pelos irmãos. “Todos que se gloriam do nome de cristãos e lutam ativamente por estabelecer o reino de Jesus Cristo no mundo, considerem a devoção ao coração de Jesus como bandeira e manancial de unidade, de salvação e de paz”. A devoção da Igreja a este precioso coração deve ser expressada também de forma atual e concreta. Rezando pelo nosso país, que neste momento atravessa um período difícil e triste: que nossas orações alcance de Deus a graça da paz e da justiça verdadeira; rezar pelas famílias que constantemente são atacadas por financiamentos destrutivos e ideológicos; que de modo especial os jovens redescubram na família constituída por Deus à realização de suas vocações, à felicidade e a santidade; rezar pelos sacerdotes que no dia 7 de junho realizarão o dia de oração pela santificação do clero: que possamos ser bons pastores, com o coração sempre mais configurado ao coração de Cristo, com a confiança e a coragem de testemunhar ao mundo que vale a pena ser “padre”; por fim, rezar uns pelos outros, para que, a exemplo dos santos, possamos buscar o que é “agradável ao Deus”.

Finalmente, que a devoção ao Sacratíssimo Coração de Cristo produza muitos frutos em toda a Igreja e em todo o mundo e, unido ao Imaculado Coração de Maria, que esteve intimamente ligado aos sofrimentos de seu Filho, animados de grande esperança, façamos com que “aumentem, cada vez mais, a devoção dos fiéis ao sagrado coração de Jesus, e assim se estenda mais por todo o mundo o seu reino suave; esse “reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz” (Missal Rom. Prefácio de Cristo Rei).

Padre Arnaldo Rodrigues
Autor

Padre Arnaldo Rodrigues

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé