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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 27/04/2025

27 de Abril de 2025

24 horas para o Senhor

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02/03/2018 13:41 - Atualizado em 02/03/2018 13:41

24 horas para o Senhor 0

02/03/2018 13:41 - Atualizado em 02/03/2018 13:41

A Quaresma é o momento mais forte da Igreja para se fazer um percurso penitencial. É o momento que buscamos olhar para dentro de nós mesmos, e oferecer a Deus tudo o que somos e temos. E foi pensando nesta dinâmica, que o Papa Francisco, junto ao Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, criou a tradição de dedicar 24 horas de oração penitencial ao Senhor. Neste ano de 2018, o Papa escolheu como tema: “Contigo está o perdão” (Sl 130,4).

No ano passado, Papa Francisco, ao falar deste evento, que teve surgimento primeiramente em Roma e serviu de modelo para várias igrejas pelo mundo, desejou que tal momento privilegiado de graça no caminho quaresmal fosse vivido como um encontro de esperança com a misericórdia do Pai, que a todos acolhe e perdoa.

Muitas pessoas quando se põem em um percurso penitencial, de modo especial na Quaresma, devem ter sempre em mente que é um período de ir ao encontro com o Senhor para experimentar o seu perdão, e voltar à reconciliação.

Papa Francisco propõe que cada igreja esteja aberta toda a noite para atendimento das confissões, obviamente sempre ajustando os horários de acordo com a realidade de cada diocese. Com esta intenção de manter as portas das igrejas abertas, o Papa deseja mostrar que o Senhor está sempre pronto a nos receber. A qualquer hora e em qualquer que seja a circunstância em que nos apresentamos, ele nos espera, sua “misericórdia é sem fim”. Não devemos temer jamais este Pai que nos ama.

Neste ano de 2018, no retiro anual do Papa com seus colaboradores, padre José Tolentino, que foi o pregador oficial, falou em uma de suas colocações sobre a parábola do filho pródigo. Porém, mais do que ressaltar as personalidades e os erros do filho mais novo e do filho primogênito, destacou a bondade misericordiosa do Pai que cura, abraça e ama.

O ícone da misericórdia é este Pai. Tem dois filhos, e entende que deve se comportar com eles de forma diferente, reservar a cada um olhar único. De igual modo, mas por diferentes motivos, o Pai cura e tira o medo dos dois filhos. Cobre de beijos, e os fazem totalmente amáveis.

Por muitas vezes entendemos ou imaginamos a misericórdia de Deus ao nosso modo, mas seria interessante perguntar-nos o que realmente é a misericórdia. Ela não é algo que se possa definir, porque ela não se fecha em uma definição. Não é possível dizer: a misericórdia é isto. Para compreendê-la, precisamos de espelhos. Ela deve encarnar-se para que possamos tocá-la. A misericórdia é compaixão, a misericórdia é bondade, a misericórdia é perdão, a misericórdia é colocar-se no lugar do outro, a misericórdia é carregar o outro sobre as costas, a misericórdia é uma reconciliação profunda. E quem crer que a misericórdia seja fácil, é porque não a viveu e não a experimentou. A misericórdia está entre as coisas mais exigentes e desafiantes. Porém, não tem vida sem misericórdia.

A misericórdia é isto. Um dever no qual ninguém nos obriga, mas é uma obrigação que nasce da mais profunda esperança, que germina do desejo de reconciliar a vida. Ela é o bem mais precioso e deve ser vitoriosa sobre todas as mortes.

É esta a experiência que o Papa nos convida a viver nestas “24 horas para o Senhor”. Mais do que um momento de flagelar o coração e a alma, é olhar para um Deus que nos ama e nos quer felizes, e com Ele, nas nossas penitências quaresmais, encontraremos forças para continuar um caminho de conversão e de libertação.

Não tenhamos medo deste Pai, pois Ele nos ama e nos quer fazer amáveis. Ele quer nos conduzir a um caminho de felicidade sem limites, e quer nos mostrar que somente n’Ele “está o perdão”. Ele quer estar comigo e com você. Que estas “24 horas para o Senhor”. sejam apenas o início de uma experiência encarnada da misericórdia de Deus.

A misericórdia, como disse Padre José Tolentino nos exercícios espirituais do Papa, é “um dos atributos soberanos de Deus. Crer em Deus é, portanto, crer na misericórdia. Naquela magnífica experiência que foi o Ano Santo da Misericórdia, Papa Francisco nos recordou que a primeira verdade da Igreja é o anúncio da misericórdia de Deus. A misericórdia é um evangelho a ser descoberto”.

Aproveite bem esta Quaresma e estas 24 horas com o Senhor. E lembre-se: é sempre tempo de recomeçar. Confie em Deus.

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24 horas para o Senhor

02/03/2018 13:41 - Atualizado em 02/03/2018 13:41

A Quaresma é o momento mais forte da Igreja para se fazer um percurso penitencial. É o momento que buscamos olhar para dentro de nós mesmos, e oferecer a Deus tudo o que somos e temos. E foi pensando nesta dinâmica, que o Papa Francisco, junto ao Pontifício Conselho para a Nova Evangelização, criou a tradição de dedicar 24 horas de oração penitencial ao Senhor. Neste ano de 2018, o Papa escolheu como tema: “Contigo está o perdão” (Sl 130,4).

No ano passado, Papa Francisco, ao falar deste evento, que teve surgimento primeiramente em Roma e serviu de modelo para várias igrejas pelo mundo, desejou que tal momento privilegiado de graça no caminho quaresmal fosse vivido como um encontro de esperança com a misericórdia do Pai, que a todos acolhe e perdoa.

Muitas pessoas quando se põem em um percurso penitencial, de modo especial na Quaresma, devem ter sempre em mente que é um período de ir ao encontro com o Senhor para experimentar o seu perdão, e voltar à reconciliação.

Papa Francisco propõe que cada igreja esteja aberta toda a noite para atendimento das confissões, obviamente sempre ajustando os horários de acordo com a realidade de cada diocese. Com esta intenção de manter as portas das igrejas abertas, o Papa deseja mostrar que o Senhor está sempre pronto a nos receber. A qualquer hora e em qualquer que seja a circunstância em que nos apresentamos, ele nos espera, sua “misericórdia é sem fim”. Não devemos temer jamais este Pai que nos ama.

Neste ano de 2018, no retiro anual do Papa com seus colaboradores, padre José Tolentino, que foi o pregador oficial, falou em uma de suas colocações sobre a parábola do filho pródigo. Porém, mais do que ressaltar as personalidades e os erros do filho mais novo e do filho primogênito, destacou a bondade misericordiosa do Pai que cura, abraça e ama.

O ícone da misericórdia é este Pai. Tem dois filhos, e entende que deve se comportar com eles de forma diferente, reservar a cada um olhar único. De igual modo, mas por diferentes motivos, o Pai cura e tira o medo dos dois filhos. Cobre de beijos, e os fazem totalmente amáveis.

Por muitas vezes entendemos ou imaginamos a misericórdia de Deus ao nosso modo, mas seria interessante perguntar-nos o que realmente é a misericórdia. Ela não é algo que se possa definir, porque ela não se fecha em uma definição. Não é possível dizer: a misericórdia é isto. Para compreendê-la, precisamos de espelhos. Ela deve encarnar-se para que possamos tocá-la. A misericórdia é compaixão, a misericórdia é bondade, a misericórdia é perdão, a misericórdia é colocar-se no lugar do outro, a misericórdia é carregar o outro sobre as costas, a misericórdia é uma reconciliação profunda. E quem crer que a misericórdia seja fácil, é porque não a viveu e não a experimentou. A misericórdia está entre as coisas mais exigentes e desafiantes. Porém, não tem vida sem misericórdia.

A misericórdia é isto. Um dever no qual ninguém nos obriga, mas é uma obrigação que nasce da mais profunda esperança, que germina do desejo de reconciliar a vida. Ela é o bem mais precioso e deve ser vitoriosa sobre todas as mortes.

É esta a experiência que o Papa nos convida a viver nestas “24 horas para o Senhor”. Mais do que um momento de flagelar o coração e a alma, é olhar para um Deus que nos ama e nos quer felizes, e com Ele, nas nossas penitências quaresmais, encontraremos forças para continuar um caminho de conversão e de libertação.

Não tenhamos medo deste Pai, pois Ele nos ama e nos quer fazer amáveis. Ele quer nos conduzir a um caminho de felicidade sem limites, e quer nos mostrar que somente n’Ele “está o perdão”. Ele quer estar comigo e com você. Que estas “24 horas para o Senhor”. sejam apenas o início de uma experiência encarnada da misericórdia de Deus.

A misericórdia, como disse Padre José Tolentino nos exercícios espirituais do Papa, é “um dos atributos soberanos de Deus. Crer em Deus é, portanto, crer na misericórdia. Naquela magnífica experiência que foi o Ano Santo da Misericórdia, Papa Francisco nos recordou que a primeira verdade da Igreja é o anúncio da misericórdia de Deus. A misericórdia é um evangelho a ser descoberto”.

Aproveite bem esta Quaresma e estas 24 horas com o Senhor. E lembre-se: é sempre tempo de recomeçar. Confie em Deus.

Padre Arnaldo Rodrigues
Autor

Padre Arnaldo Rodrigues

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé