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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 19/04/2024

19 de Abril de 2024

Chegou o tempo de conversão

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14/02/2018 14:27 - Atualizado em 14/02/2018 14:27

Chegou o tempo de conversão 0

14/02/2018 14:27 - Atualizado em 14/02/2018 14:27

Começamos o grande tempo da Quaresma com a quarta-feira de cinzas, tempo de penitência e de renovação interior preparando-nos para a Páscoa do Senhor. A liturgia da Igreja convida-nos com insistência a purificar a nossa alma e a recomeçar com o coração renovado a nossa vida cristã.

“Diz o Senhor Todo-Poderoso: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração, com jejum, lágrimas e gemidos de luto. Rasgai os vossos corações, não as vossas vestes; convertei-vos ao Senhor vosso Deus, porque ele é compassivo hoje”. Uma das opções litúrgicas no momento da imposição das cinzas recordar-nos-á as palavras do Gênesis, depois do pecado original: “lembra-te, ó homem, de que és pó e em pó te hás de tornar” (Gn 3,19).

O Senhor quer que nos desapeguemos das coisas da terra para que possamos dirigir-nos a Ele, e que nos afastemos do pecado, que envelhece e mata, e retornemos à fonte da vida e da alegria: “O próprio Jesus Cristo é a graça mais sublime de toda a Quaresma. É Ele quem se apresenta diante de nós na simplicidade admirável do Evangelho”.

Dirigir o coração a Deus, converter-se, significa estarmos dispostos a empregar todos os meios para viver como Ele espera que vivamos, a não tentar servir a dois senhores, a afastar da vida qualquer pecado deliberado. Jesus procura em nós um coração contrito, conhecedor das suas faltas e pecados disposto a eliminá-los. Então lembrar-vos-eis do vosso proceder perverso e dos vossos dias que não foram bons. O Senhor deseja uma dor sincera dos pecados, que se manifestará antes de mais nada na Confissão sacramental: Converter-se quer dizer para nós procurar novamente o perdão e a força de Deus no sacramento da reconciliação e assim recomeçar sempre, avançar diariamente.

Nesse sentido, a outra opção para a imposição das cinzas nos dirige para aproveitarmos esse tempo para uma sincera conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).

Nessa caminhada de conversão, o Senhor também nos pede ao iniciarmos a quaresma um sacrifício especial: a abstinência e, além dela, o jejum, pois o jejum fortifica o espírito, mortificando a carne e a sua sensualidade; eleva a alma a Deus; abate a concupiscência, dando forças para vencer e amortecer as suas paixões, e prepara o coração para que não procure outra coisa senão agradar a Deus em tudo.

Com a Quarta-Feira de Cinzas, começa oficialmente o tempo da Quaresma e a Campanha da Fraternidade. Quaresma, uma vez mais. Tempo forte na caminhada do ano eclesiástico. Convite e apelo para o silêncio, a prece, a conversão. A liturgia se simplifica e na sobriedade nos convida à interiorização e conversão.

Em nossas grandes cidades nem sempre se nota que chegamos a esse tempo. A vida continua, inclusive os festejos de carnaval avançam quaresma adentro. Somos chamados a viver conscientemente a nossa identidade em uma situação que não somos favorecidos mesmo sendo a maioria cristã em nossa realidade. Eis que chegamos à Quaresma: quarenta dias antes da Páscoa, a Igreja abre solenemente o tempo de penitência e conversão em preparação à Páscoa.

Na quarta feira de cinzas, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão (cf. Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal que nós aceitamos conscientemente de entrar neste tempo de penitência e conversão. A conversão consiste, sobretudo, no reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras. É um gesto há em uso no Antigo Testamento significando essa consciência da necessidade de conversão dentro de uma realidade de pecado e infidelidade a Deus. A conversão consiste em crer no Evangelho. Crer é aderir a ele, viver segundo os ensinamentos do Senhor Jesus.

Prepararmo-nos para renovar na Páscoa as nossas promessas batismais irá nos ajudar muito a viver mais intensamente o ano do laicato que está em curso para que, vivendo o Batismo, sejamos sujeitos da Igreja em saída anunciando o Reino e dando testemunho como sal da terra e luz do mundo.

Que Deus nos ilumine neste tempo que se inicia, para que possamos fazer e cumprir com os nossos propósitos para assim termos um coração cada dia mais preparado para o Senhor e para ser fermento neste mundo que tanto necessita do amor e da misericórdia de Deus.

 

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Chegou o tempo de conversão

14/02/2018 14:27 - Atualizado em 14/02/2018 14:27

Começamos o grande tempo da Quaresma com a quarta-feira de cinzas, tempo de penitência e de renovação interior preparando-nos para a Páscoa do Senhor. A liturgia da Igreja convida-nos com insistência a purificar a nossa alma e a recomeçar com o coração renovado a nossa vida cristã.

“Diz o Senhor Todo-Poderoso: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração, com jejum, lágrimas e gemidos de luto. Rasgai os vossos corações, não as vossas vestes; convertei-vos ao Senhor vosso Deus, porque ele é compassivo hoje”. Uma das opções litúrgicas no momento da imposição das cinzas recordar-nos-á as palavras do Gênesis, depois do pecado original: “lembra-te, ó homem, de que és pó e em pó te hás de tornar” (Gn 3,19).

O Senhor quer que nos desapeguemos das coisas da terra para que possamos dirigir-nos a Ele, e que nos afastemos do pecado, que envelhece e mata, e retornemos à fonte da vida e da alegria: “O próprio Jesus Cristo é a graça mais sublime de toda a Quaresma. É Ele quem se apresenta diante de nós na simplicidade admirável do Evangelho”.

Dirigir o coração a Deus, converter-se, significa estarmos dispostos a empregar todos os meios para viver como Ele espera que vivamos, a não tentar servir a dois senhores, a afastar da vida qualquer pecado deliberado. Jesus procura em nós um coração contrito, conhecedor das suas faltas e pecados disposto a eliminá-los. Então lembrar-vos-eis do vosso proceder perverso e dos vossos dias que não foram bons. O Senhor deseja uma dor sincera dos pecados, que se manifestará antes de mais nada na Confissão sacramental: Converter-se quer dizer para nós procurar novamente o perdão e a força de Deus no sacramento da reconciliação e assim recomeçar sempre, avançar diariamente.

Nesse sentido, a outra opção para a imposição das cinzas nos dirige para aproveitarmos esse tempo para uma sincera conversão: “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1, 15).

Nessa caminhada de conversão, o Senhor também nos pede ao iniciarmos a quaresma um sacrifício especial: a abstinência e, além dela, o jejum, pois o jejum fortifica o espírito, mortificando a carne e a sua sensualidade; eleva a alma a Deus; abate a concupiscência, dando forças para vencer e amortecer as suas paixões, e prepara o coração para que não procure outra coisa senão agradar a Deus em tudo.

Com a Quarta-Feira de Cinzas, começa oficialmente o tempo da Quaresma e a Campanha da Fraternidade. Quaresma, uma vez mais. Tempo forte na caminhada do ano eclesiástico. Convite e apelo para o silêncio, a prece, a conversão. A liturgia se simplifica e na sobriedade nos convida à interiorização e conversão.

Em nossas grandes cidades nem sempre se nota que chegamos a esse tempo. A vida continua, inclusive os festejos de carnaval avançam quaresma adentro. Somos chamados a viver conscientemente a nossa identidade em uma situação que não somos favorecidos mesmo sendo a maioria cristã em nossa realidade. Eis que chegamos à Quaresma: quarenta dias antes da Páscoa, a Igreja abre solenemente o tempo de penitência e conversão em preparação à Páscoa.

Na quarta feira de cinzas, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão (cf. Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal que nós aceitamos conscientemente de entrar neste tempo de penitência e conversão. A conversão consiste, sobretudo, no reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais e pecadoras. É um gesto há em uso no Antigo Testamento significando essa consciência da necessidade de conversão dentro de uma realidade de pecado e infidelidade a Deus. A conversão consiste em crer no Evangelho. Crer é aderir a ele, viver segundo os ensinamentos do Senhor Jesus.

Prepararmo-nos para renovar na Páscoa as nossas promessas batismais irá nos ajudar muito a viver mais intensamente o ano do laicato que está em curso para que, vivendo o Batismo, sejamos sujeitos da Igreja em saída anunciando o Reino e dando testemunho como sal da terra e luz do mundo.

Que Deus nos ilumine neste tempo que se inicia, para que possamos fazer e cumprir com os nossos propósitos para assim termos um coração cada dia mais preparado para o Senhor e para ser fermento neste mundo que tanto necessita do amor e da misericórdia de Deus.

 

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro