Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 14/05/2024

14 de Maio de 2024

São Sebastião, exemplo de cristão leigo, sujeito eclesial

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São Sebastião, exemplo de cristão leigo, sujeito eclesial

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10/01/2018 10:49 - Atualizado em 10/01/2018 10:49

São Sebastião, exemplo de cristão leigo, sujeito eclesial 0

10/01/2018 10:49 - Atualizado em 10/01/2018 10:49

É sempre bom celebrar o padroeiro. É sempre bom celebrar São Sebastião. As celebrações se repetem anualmente, mas não nos cansamos de fazê-las. Ao contrário, animamo-nos com este período tão bonito em nossa arquidiocese. Vibramos com a trezena, que percorre boa parte da cidade, lotamos a procissão e enchemos nossas igrejas. Tudo isso para celebrar aquele de quem gostamos e com quem nos identificamos. A cada ano, para nos ajudar no fortalecimento da Fé, um tema nos é apresentado. Este tema percorre a trezena e marca as celebrações, sendo detalhado em diversos aspectos, um dos quais somos agora convidados a refletir.

A Igreja no Brasil está celebrando o Ano do Laicato, tempo para que os batizados e batizadas revigorem em si a grandeza do dom batismal. Contemplar a vida de um santo é, sem dúvida, um excelente caminho para isso. De fato, quando olhamos a vida de São Sebastião, vida bem conhecida de todos nós, entendemos o que, na linguagem de hoje, chamamos de sujeito eclesial.

Esta expressão foi utilizada pelos bispos do Brasil ao aprovarem um texto destinado a todos os batizados. O sujeito, bem sabemos, é alguém que, consciente e responsável de si mesmo, reconhece que tem um importante papel a desempenhar. É alguém que entende a vida como missão e assume, livre e apaixonadamente, essa missão. É alguém que descobre o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, traduz esse amor em fraternidade e defesa de cada ser humano, enfrentando o pecado, tenha ele a forma que tiver. O sujeito eclesial não é, de forma alguma, um cristão passivo, acomodado, adormecido na sombra da pia batismal ou nos bancos de uma igreja. Ao contrário, é aquela pessoa que, olhando o céu com os pés no chão e olhando a vida com o coração no céu, reconhece que deve agir em favor do Evangelho e dos irmãos.

Uma boa imagem, a meu ver, é a do motorista de um veículo. Ele sabe que não pode adormecer no volante, que não pode sequer distrair-se por um instante. Sempre terá algo a fazer. É verdade que, algumas vezes, dirigir muito leva ao cansaço, mas, depois de um tempo, o motorista se revigora e a viagem continua. Diante de pressões, entraves e angústias, podemos cair no risco da acomodação religiosa, perdendo o vigor missionário. Quando isso se torna uma característica da vida, já não seremos mais sujeitos, porém objetos à semelhança de um vaso que há muito tempo está numa sala e ninguém nota mais. Não faz qualquer diferença.

O Ano do Laicato, com a ideia do sujeito eclesial, quer ser um impulso para a superação do imobilismo. Por diversas razões, nós católicos, tendemos à acomodação. Vivemos no século XXI, com a mentalidade, entretanto, de alguns séculos atrás, quando evangelizar poderia significar dar apenas o empurrão inicial, que tudo iria como que automaticamente. Sem julgar o passado, é bom lembrar que o mundo mudou. De modo especial, nas últimas décadas o mundo se transformou bastante, fazendo com que o tempo atual seja um tempo de missão. Por mais complexa que seja, portanto, a realidade, nunca podemos nos omitir, pois lesaremos parte importante de nós mesmos e de nossa fé. Por isso, é tão importante olhar o passado e ver como os santos e santas foram, mesmo sem usar a expressão, sujeitos eclesiais.

São Sebastião é um daqueles exemplos fabulosos. Mesmo diante da perseguição, da pressão por se afastar do caminho do Evangelho, não esperou que outros agissem nem que, como costumamos dizer, a resposta viesse diretamente do céu. São Sebastião fez o que tinha de fazer: permaneceu fiel ao Evangelho, praticou a fraternidade e a caridade, enfrentou o pecado e os pecadores chamando-os à conversão e deu a vida por tudo isso. Os mártires são o grau mais elevado do ser sujeito eclesial. Que ninguém se assuste com isso, temendo o martírio e por isso se abstenha de viver, testemunhar e anunciar o Evangelho.

Nosso padroeiro contou com sua fé, sua coragem, os ensinamentos possivelmente recebidos em família e com a ajuda da comunidade de fé. Foi resgatado na floresta, onde havia sido deixado para morrer lenta e cruelmente. Nem por isso considerou sua missão como cumprida. Ao contrário, ele sabia que a missão de sujeito eclesial só se encerra quando contemplamos face-a-face Aquele que é o único Sujeito de tudo e de todos.

São Sebastião, rogai por nós.

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São Sebastião, exemplo de cristão leigo, sujeito eclesial

10/01/2018 10:49 - Atualizado em 10/01/2018 10:49

É sempre bom celebrar o padroeiro. É sempre bom celebrar São Sebastião. As celebrações se repetem anualmente, mas não nos cansamos de fazê-las. Ao contrário, animamo-nos com este período tão bonito em nossa arquidiocese. Vibramos com a trezena, que percorre boa parte da cidade, lotamos a procissão e enchemos nossas igrejas. Tudo isso para celebrar aquele de quem gostamos e com quem nos identificamos. A cada ano, para nos ajudar no fortalecimento da Fé, um tema nos é apresentado. Este tema percorre a trezena e marca as celebrações, sendo detalhado em diversos aspectos, um dos quais somos agora convidados a refletir.

A Igreja no Brasil está celebrando o Ano do Laicato, tempo para que os batizados e batizadas revigorem em si a grandeza do dom batismal. Contemplar a vida de um santo é, sem dúvida, um excelente caminho para isso. De fato, quando olhamos a vida de São Sebastião, vida bem conhecida de todos nós, entendemos o que, na linguagem de hoje, chamamos de sujeito eclesial.

Esta expressão foi utilizada pelos bispos do Brasil ao aprovarem um texto destinado a todos os batizados. O sujeito, bem sabemos, é alguém que, consciente e responsável de si mesmo, reconhece que tem um importante papel a desempenhar. É alguém que entende a vida como missão e assume, livre e apaixonadamente, essa missão. É alguém que descobre o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, traduz esse amor em fraternidade e defesa de cada ser humano, enfrentando o pecado, tenha ele a forma que tiver. O sujeito eclesial não é, de forma alguma, um cristão passivo, acomodado, adormecido na sombra da pia batismal ou nos bancos de uma igreja. Ao contrário, é aquela pessoa que, olhando o céu com os pés no chão e olhando a vida com o coração no céu, reconhece que deve agir em favor do Evangelho e dos irmãos.

Uma boa imagem, a meu ver, é a do motorista de um veículo. Ele sabe que não pode adormecer no volante, que não pode sequer distrair-se por um instante. Sempre terá algo a fazer. É verdade que, algumas vezes, dirigir muito leva ao cansaço, mas, depois de um tempo, o motorista se revigora e a viagem continua. Diante de pressões, entraves e angústias, podemos cair no risco da acomodação religiosa, perdendo o vigor missionário. Quando isso se torna uma característica da vida, já não seremos mais sujeitos, porém objetos à semelhança de um vaso que há muito tempo está numa sala e ninguém nota mais. Não faz qualquer diferença.

O Ano do Laicato, com a ideia do sujeito eclesial, quer ser um impulso para a superação do imobilismo. Por diversas razões, nós católicos, tendemos à acomodação. Vivemos no século XXI, com a mentalidade, entretanto, de alguns séculos atrás, quando evangelizar poderia significar dar apenas o empurrão inicial, que tudo iria como que automaticamente. Sem julgar o passado, é bom lembrar que o mundo mudou. De modo especial, nas últimas décadas o mundo se transformou bastante, fazendo com que o tempo atual seja um tempo de missão. Por mais complexa que seja, portanto, a realidade, nunca podemos nos omitir, pois lesaremos parte importante de nós mesmos e de nossa fé. Por isso, é tão importante olhar o passado e ver como os santos e santas foram, mesmo sem usar a expressão, sujeitos eclesiais.

São Sebastião é um daqueles exemplos fabulosos. Mesmo diante da perseguição, da pressão por se afastar do caminho do Evangelho, não esperou que outros agissem nem que, como costumamos dizer, a resposta viesse diretamente do céu. São Sebastião fez o que tinha de fazer: permaneceu fiel ao Evangelho, praticou a fraternidade e a caridade, enfrentou o pecado e os pecadores chamando-os à conversão e deu a vida por tudo isso. Os mártires são o grau mais elevado do ser sujeito eclesial. Que ninguém se assuste com isso, temendo o martírio e por isso se abstenha de viver, testemunhar e anunciar o Evangelho.

Nosso padroeiro contou com sua fé, sua coragem, os ensinamentos possivelmente recebidos em família e com a ajuda da comunidade de fé. Foi resgatado na floresta, onde havia sido deixado para morrer lenta e cruelmente. Nem por isso considerou sua missão como cumprida. Ao contrário, ele sabia que a missão de sujeito eclesial só se encerra quando contemplamos face-a-face Aquele que é o único Sujeito de tudo e de todos.

São Sebastião, rogai por nós.

Dom Joel Portella Amado
Autor

Dom Joel Portella Amado

Bispo Auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro