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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

Viver a Palavra de Deus!

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Viver a Palavra de Deus!

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27/09/2013 17:27 - Atualizado em 07/10/2013 16:00

Viver a Palavra de Deus! 0

27/09/2013 17:27 - Atualizado em 07/10/2013 16:00

Viver a Palavra de Deus! / Arqrio

“Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia...”

A coleta da Eucaristia de hoje nos introduz no mistério da misericórdia de Deus. Ele é poderoso e disso não duvidamos. Todavia, não é só em grandes teofanias que Ele manifesta seu poder, mas “sobretudo” no perdão e na misericórdia. Essa coleta constitui também uma súplica nossa ao Pai: que caminhemos ao encontro das suas promessas e alcancemos os bens que Ele nos reserva. Qual a promessa de Deus? Qual o bem que Ele nos reserva? Seriam bens deste mundo? Com certeza não, senão a promessa de Deus falharia para muitos que são privados até do mínimo necessário. A promessa de Deus, o bem que Ele nos reserva é a vida eterna. É em vista dele que militamos pelo Reino de Cristo.

A primeira leitura é marcada mais uma vez pela condenação de Amós ao luxo desenfreado dos ricos, que é em si uma afronta aos pobres. O fruto da sua iniquidade será o exílio. Estes que zombam dos pobres vivendo tranquilamente em seu luxo desenfreado irão para o desterro “na primeira fila”. Mas o Senhor, conforme anuncia o Sl 145, “faz justiça aos que são oprimidos” (v. 7) e olhará para os pobres socorrendo-os em suas necessidades.

A perícope evangélica deste domingo nos coloca também diante do tema da riqueza e da pobreza, ou melhor seria dizer, diante do mal uso dos bens e da falta de caridade daqueles que têm tudo e não se preocupam com os pobres.

Jesus dá seu ensinamento, que é dirigido aos fariseus, através de uma parábola. Jesus contrapõe na parábola duas figuras, um rico, que não é nomeado e um pobre chamado Lázaro. Já o anonimato do rico e a citação do nome do pobre nos chama a atenção. Trata-se, sem dúvida, de uma inversão de valores, uma vez que o nome é um atributo que denota a importância da figura nomeada. O pobre é exaltado por Cristo, Ele tem um nome, porque “Deus faz justiça aos que são oprimidos” (cf. Sl 145,7). No decorrer da parábola pobre e rico morrem, mas têm destinos opostos. O pobre que ficava caído à porta do rico e por ele não era socorrido, agora goza da alegria de estar no Seio de Abraão. O rico, por sua vez, que se fartava e não era capaz de socorrer o pobre, agora sobre na região dos mortos, no meio de terríveis tormentos.

O rico clama que Abraão mande alguém avisar seus parentes, mas Abraão afirma que se estes não acolhem a Palavra de Moisés e dos profetas, não acreditarão mesmo que alguém “ressuscite dos mortos”.

O texto nos mostra em primeiro lugar que é preciso saber relacionar-se com os bens deste mundo. O texto não quer dizer que todo pobre está automaticamente salvo e todo rico condenado. O Evangelho quer nos mostrar que existe um compromisso social ao qual devemos atender com nossos bens. Se vivermos concretamente a caridade fraterna, auxiliando de maneira generosa aqueles que precisam da nossa ajuda da melhor forma que pudermos, com certeza não teremos tantos necessitados no meio de nós.

O Evangelho nos mostra, ainda, que existe uma consequência eterna para o bem e o mal que fazemos nessa vida. O nosso destino eterno depende, também, do bem que tivermos feito aqui.

Por outro lado, o Evangelho nos mostra que os sofrimentos do tempo presente, de fato, como afirma São Paulo, nem merecem ser comparados com a glória futura que Deus nos dará (cf. Rm 8,18). Deus há de nos cumular de todos bens na vida futura e isso nos alegra diante de tantas carências que podemos estar sofrendo no presente.

Por último, o Evangelho nos adverte que não devemos esperar que Deus ainda nos diga o que fazer. Ele já nos deu Moisés e os profetas e o seu Filho já ressuscitou dos mortos. Não precisamos e nem devemos esperar que alguém volte do além para nos dizer o que fazer como tantos acham que pode acontecer. O único que podia e de fato voltou dos mortos já o fez de uma vez por todas, para que tivéssemos por Ele o pleno acesso à verdade. Agora, cabe a cada um de nós, viver conforme a Palavra do Senhor, fugindo do que é perverso e procurando a justiça (2ª leitura).

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Viver a Palavra de Deus!

27/09/2013 17:27 - Atualizado em 07/10/2013 16:00

“Ó Deus, que mostrais vosso poder sobretudo no perdão e na misericórdia...”

A coleta da Eucaristia de hoje nos introduz no mistério da misericórdia de Deus. Ele é poderoso e disso não duvidamos. Todavia, não é só em grandes teofanias que Ele manifesta seu poder, mas “sobretudo” no perdão e na misericórdia. Essa coleta constitui também uma súplica nossa ao Pai: que caminhemos ao encontro das suas promessas e alcancemos os bens que Ele nos reserva. Qual a promessa de Deus? Qual o bem que Ele nos reserva? Seriam bens deste mundo? Com certeza não, senão a promessa de Deus falharia para muitos que são privados até do mínimo necessário. A promessa de Deus, o bem que Ele nos reserva é a vida eterna. É em vista dele que militamos pelo Reino de Cristo.

A primeira leitura é marcada mais uma vez pela condenação de Amós ao luxo desenfreado dos ricos, que é em si uma afronta aos pobres. O fruto da sua iniquidade será o exílio. Estes que zombam dos pobres vivendo tranquilamente em seu luxo desenfreado irão para o desterro “na primeira fila”. Mas o Senhor, conforme anuncia o Sl 145, “faz justiça aos que são oprimidos” (v. 7) e olhará para os pobres socorrendo-os em suas necessidades.

A perícope evangélica deste domingo nos coloca também diante do tema da riqueza e da pobreza, ou melhor seria dizer, diante do mal uso dos bens e da falta de caridade daqueles que têm tudo e não se preocupam com os pobres.

Jesus dá seu ensinamento, que é dirigido aos fariseus, através de uma parábola. Jesus contrapõe na parábola duas figuras, um rico, que não é nomeado e um pobre chamado Lázaro. Já o anonimato do rico e a citação do nome do pobre nos chama a atenção. Trata-se, sem dúvida, de uma inversão de valores, uma vez que o nome é um atributo que denota a importância da figura nomeada. O pobre é exaltado por Cristo, Ele tem um nome, porque “Deus faz justiça aos que são oprimidos” (cf. Sl 145,7). No decorrer da parábola pobre e rico morrem, mas têm destinos opostos. O pobre que ficava caído à porta do rico e por ele não era socorrido, agora goza da alegria de estar no Seio de Abraão. O rico, por sua vez, que se fartava e não era capaz de socorrer o pobre, agora sobre na região dos mortos, no meio de terríveis tormentos.

O rico clama que Abraão mande alguém avisar seus parentes, mas Abraão afirma que se estes não acolhem a Palavra de Moisés e dos profetas, não acreditarão mesmo que alguém “ressuscite dos mortos”.

O texto nos mostra em primeiro lugar que é preciso saber relacionar-se com os bens deste mundo. O texto não quer dizer que todo pobre está automaticamente salvo e todo rico condenado. O Evangelho quer nos mostrar que existe um compromisso social ao qual devemos atender com nossos bens. Se vivermos concretamente a caridade fraterna, auxiliando de maneira generosa aqueles que precisam da nossa ajuda da melhor forma que pudermos, com certeza não teremos tantos necessitados no meio de nós.

O Evangelho nos mostra, ainda, que existe uma consequência eterna para o bem e o mal que fazemos nessa vida. O nosso destino eterno depende, também, do bem que tivermos feito aqui.

Por outro lado, o Evangelho nos mostra que os sofrimentos do tempo presente, de fato, como afirma São Paulo, nem merecem ser comparados com a glória futura que Deus nos dará (cf. Rm 8,18). Deus há de nos cumular de todos bens na vida futura e isso nos alegra diante de tantas carências que podemos estar sofrendo no presente.

Por último, o Evangelho nos adverte que não devemos esperar que Deus ainda nos diga o que fazer. Ele já nos deu Moisés e os profetas e o seu Filho já ressuscitou dos mortos. Não precisamos e nem devemos esperar que alguém volte do além para nos dizer o que fazer como tantos acham que pode acontecer. O único que podia e de fato voltou dos mortos já o fez de uma vez por todas, para que tivéssemos por Ele o pleno acesso à verdade. Agora, cabe a cada um de nós, viver conforme a Palavra do Senhor, fugindo do que é perverso e procurando a justiça (2ª leitura).

Padre Fábio Siqueira
Autor

Padre Fábio Siqueira

Vice-diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida