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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 09/05/2024

09 de Maio de 2024

‘Justiça e paz se abraçarão’

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09 de Maio de 2024

‘Justiça e paz se abraçarão’

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10/12/2017 00:00

‘Justiça e paz se abraçarão’ 0

10/12/2017 00:00

Comemoramos neste domingo o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Há quase 70 anos, a declaração foi aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) como reação às atrocidades perpetradas durante a II Guerra Mundial, que, em última instância, desrespeitavam o direito inalienável à dignidade de cada ser humano.

Nossa fé proclama a irrenunciável dignidade de cada ser humano, pois o mesmo é criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26). Desrespeitar sua dignidade, assim como desrespeitar a criação, é desobedecer e desrespeitar o próprio Deus e sua Lei. Ora, se é verdade que toda a criação, saída das mãos de Deus, é objeto de Sua predileção e amor, com muito mais razão o ser humano é alvo da atenção e do Seu amor. Por isso, professar a fé no Deus cristão implica necessariamente amar e respeitar a dignidade de cada ser humano.

Houve tempo em que, até mesmo usando o nome de Deus, a dignidade do ser humano foi desrespeitada; em outros, foi negligenciada, não obstante o constante apelo de Deus para que o homem se converta e ame seu semelhante. Por todos esses momentos devemos pedir a misericórdia do Senhor e emendar-nos, transformando nossas atitudes em conformidade com o Evangelho. Cada vez mais, sobretudo a partir do ministério do Papa Francisco, reconhecemos e proclamamos o infinito amor de Deus por todos os homens, e isso significa abrir nossa mentalidade e nos levar à ação concreta em prol de todos, especialmente dos pobres e fragilizados.

O Advento nos enche de esperança, pois esperamos a volta do Senhor. Sabemos que, quando vier, Ele restabelecerá a justiça e a paz sobre a Terra, para que não haja mais dor ou sofrimento. No entanto, essa esperança não pode ser uma utopia, sem envolvimento nenhum de nossa parte: a esperança supõe atividade! Deus espera que cada um de nós, se encontrando com Jesus Cristo, tome a resolução de modificar seus critérios e aja concretamente para realizá-los.

De forma especial neste Ano dos Leigos, o tempo do Advento nos convida a uma reflexão: se nossa missão, como leigos e leigas, é em especial no mundo, nas atividades profissionais e cotidianas, qual tem sido nosso empenho na promoção da justiça e da paz? Como, em nossa casa com a família, em nosso trabalho, em nosso ambiente de estudo, em outros âmbitos de nossa vida, temos vivido ou podemos viver essa bela e indispensável dimensão da nossa fé, expressa em nosso modo próprio de ser Igreja? Que iniciativas podemos tomar, junto com outros irmãos, para começar a transformar a realidade ao nosso redor?

Sem dúvida alguma, o final do ano e o Advento nos dão uma excelente oportunidade: celebrar “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre, para nos enriquecer por meio de sua pobreza” (cf. 2Cor 8,9), por meio de ações concretas de caridade. É comum, em nossas comunidades, fazer ações sociais que visam arrecadar alimentos, roupas e brinquedos para serem distribuídos por ocasião do Natal. O que podemos fazer para que esta ação, tão bela e importante, possa ter eco em outros momentos do ano? Como é possível mobilizar ainda mais as pessoas a enxergar no próximo sua própria imagem e a presença do próprio Cristo, que diz: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mt 25,40)?

Que, por meio de nossa ação concreta, ajudemos a construir o Reino de Deus, no qual “justiça e paz se abraçarão” (cf. Sl 84(85),11).

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‘Justiça e paz se abraçarão’

10/12/2017 00:00

Comemoramos neste domingo o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Há quase 70 anos, a declaração foi aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) como reação às atrocidades perpetradas durante a II Guerra Mundial, que, em última instância, desrespeitavam o direito inalienável à dignidade de cada ser humano.

Nossa fé proclama a irrenunciável dignidade de cada ser humano, pois o mesmo é criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1,26). Desrespeitar sua dignidade, assim como desrespeitar a criação, é desobedecer e desrespeitar o próprio Deus e sua Lei. Ora, se é verdade que toda a criação, saída das mãos de Deus, é objeto de Sua predileção e amor, com muito mais razão o ser humano é alvo da atenção e do Seu amor. Por isso, professar a fé no Deus cristão implica necessariamente amar e respeitar a dignidade de cada ser humano.

Houve tempo em que, até mesmo usando o nome de Deus, a dignidade do ser humano foi desrespeitada; em outros, foi negligenciada, não obstante o constante apelo de Deus para que o homem se converta e ame seu semelhante. Por todos esses momentos devemos pedir a misericórdia do Senhor e emendar-nos, transformando nossas atitudes em conformidade com o Evangelho. Cada vez mais, sobretudo a partir do ministério do Papa Francisco, reconhecemos e proclamamos o infinito amor de Deus por todos os homens, e isso significa abrir nossa mentalidade e nos levar à ação concreta em prol de todos, especialmente dos pobres e fragilizados.

O Advento nos enche de esperança, pois esperamos a volta do Senhor. Sabemos que, quando vier, Ele restabelecerá a justiça e a paz sobre a Terra, para que não haja mais dor ou sofrimento. No entanto, essa esperança não pode ser uma utopia, sem envolvimento nenhum de nossa parte: a esperança supõe atividade! Deus espera que cada um de nós, se encontrando com Jesus Cristo, tome a resolução de modificar seus critérios e aja concretamente para realizá-los.

De forma especial neste Ano dos Leigos, o tempo do Advento nos convida a uma reflexão: se nossa missão, como leigos e leigas, é em especial no mundo, nas atividades profissionais e cotidianas, qual tem sido nosso empenho na promoção da justiça e da paz? Como, em nossa casa com a família, em nosso trabalho, em nosso ambiente de estudo, em outros âmbitos de nossa vida, temos vivido ou podemos viver essa bela e indispensável dimensão da nossa fé, expressa em nosso modo próprio de ser Igreja? Que iniciativas podemos tomar, junto com outros irmãos, para começar a transformar a realidade ao nosso redor?

Sem dúvida alguma, o final do ano e o Advento nos dão uma excelente oportunidade: celebrar “a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre, para nos enriquecer por meio de sua pobreza” (cf. 2Cor 8,9), por meio de ações concretas de caridade. É comum, em nossas comunidades, fazer ações sociais que visam arrecadar alimentos, roupas e brinquedos para serem distribuídos por ocasião do Natal. O que podemos fazer para que esta ação, tão bela e importante, possa ter eco em outros momentos do ano? Como é possível mobilizar ainda mais as pessoas a enxergar no próximo sua própria imagem e a presença do próprio Cristo, que diz: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mt 25,40)?

Que, por meio de nossa ação concreta, ajudemos a construir o Reino de Deus, no qual “justiça e paz se abraçarão” (cf. Sl 84(85),11).

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé