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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Deles é o Reino dos Céus

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19/11/2017 00:00

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19/11/2017 00:00

Celebramos hoje o Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco recentemente. À parte a liturgia dominical do Tempo Comum, somos convidados a recordar neste dia aqueles que tiveram atenção especial de Jesus, e que foram confiados à nossa solicitude.

O Dia Mundial dos Pobres é fruto do Ano da Misericórdia, que se encerrou no ano passado: “No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Predecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres”.

O Papa nos recorda que, em tempos tão difíceis como os que vivemos – difíceis não somente em condições materiais, mas acima de tudo na questão da consciência sobre os grandes problemas que assolam a comunidade global –, se desejamos manter viva nossa convicção acerca da nossa fé, precisamos urgentemente resgatar a opção preferencial pelos pobres, enraizada no Evangelho. Diz o Papa: “O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres”.

O tema da pobreza nos interpela e desafia: cada vez mais nos deparamos com aqueles que foram excluídos do conjunto da sociedade por não atenderem à lógica consumista que se instaurou. Sua presença se torna um incômodo, uma afronta à lógica consumista e de mercado, na qual ser é ter. Se, por um lado, são vistos como estorvo por não produzirem ou consumirem, por outro questionam em que medida os cristãos praticam o Evangelho que ouvem, não porque erradicaram a pobreza da terra, mas por ter realizado pequenos e efetivos gestos de solidariedade e de minimização dos sofrimentos alheios.

Muito se espera da política, normalmente se queixa do descaso pelos pobres, pelos sem lar, pelos refugiados, em nível global. Contudo, o que podemos fazer? Como a realidade fria interpela a ação de cada cristão individualmente, seja enquanto atitude concreta para com o que sofre, seja enquanto postura frente às formas injustas e opressoras de políticas públicas que valorizem todos os seres humanos, independente da sua condição socioeconômica? O Papa nos recorda as palavras da Carta de São Tiago: “De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta” (Tg 2,5-6.14-17).

Por fim, o Papa nos faz um apelo: “Neste domingo, se viverem no nosso bairro, pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18,3-5; Hb 13,2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai”.

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Celebramos hoje o Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo Papa Francisco recentemente. À parte a liturgia dominical do Tempo Comum, somos convidados a recordar neste dia aqueles que tiveram atenção especial de Jesus, e que foram confiados à nossa solicitude.

O Dia Mundial dos Pobres é fruto do Ano da Misericórdia, que se encerrou no ano passado: “No termo do Jubileu da Misericórdia, quis oferecer à Igreja o Dia Mundial dos Pobres, para que as comunidades cristãs se tornem, em todo o mundo, cada vez mais e melhor sinal concreto da caridade de Cristo pelos últimos e os mais carenciados. Quero que, aos outros Dias Mundiais instituídos pelos meus Predecessores e sendo já tradição na vida das nossas comunidades, se acrescente este, que completa o conjunto de tais Dias com um elemento requintadamente evangélico, isto é, a predileção de Jesus pelos pobres”.

O Papa nos recorda que, em tempos tão difíceis como os que vivemos – difíceis não somente em condições materiais, mas acima de tudo na questão da consciência sobre os grandes problemas que assolam a comunidade global –, se desejamos manter viva nossa convicção acerca da nossa fé, precisamos urgentemente resgatar a opção preferencial pelos pobres, enraizada no Evangelho. Diz o Papa: “O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres”.

O tema da pobreza nos interpela e desafia: cada vez mais nos deparamos com aqueles que foram excluídos do conjunto da sociedade por não atenderem à lógica consumista que se instaurou. Sua presença se torna um incômodo, uma afronta à lógica consumista e de mercado, na qual ser é ter. Se, por um lado, são vistos como estorvo por não produzirem ou consumirem, por outro questionam em que medida os cristãos praticam o Evangelho que ouvem, não porque erradicaram a pobreza da terra, mas por ter realizado pequenos e efetivos gestos de solidariedade e de minimização dos sofrimentos alheios.

Muito se espera da política, normalmente se queixa do descaso pelos pobres, pelos sem lar, pelos refugiados, em nível global. Contudo, o que podemos fazer? Como a realidade fria interpela a ação de cada cristão individualmente, seja enquanto atitude concreta para com o que sofre, seja enquanto postura frente às formas injustas e opressoras de políticas públicas que valorizem todos os seres humanos, independente da sua condição socioeconômica? O Papa nos recorda as palavras da Carta de São Tiago: “De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta” (Tg 2,5-6.14-17).

Por fim, o Papa nos faz um apelo: “Neste domingo, se viverem no nosso bairro, pobres que buscam proteção e ajuda, aproximemo-nos deles: será um momento propício para encontrar o Deus que buscamos. Como ensina a Sagrada Escritura (cf. Gn 18,3-5; Hb 13,2), acolhamo-los como hóspedes privilegiados à nossa mesa; poderão ser mestres, que nos ajudam a viver de maneira mais coerente a fé. Com a sua confiança e a disponibilidade para aceitar ajuda, mostram-nos, de forma sóbria e muitas vezes feliz, como é decisivo vivermos do essencial e abandonarmo-nos à providência do Pai”.

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé