Arquidiocese do Rio de Janeiro

29º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Infância Missionária

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do e-mail.
E-mail enviado com sucesso.

10 de Maio de 2024

Infância Missionária

Se você encontrou erro neste texto ou nesta página, por favor preencha os campos abaixo. O link da página será enviado automaticamente a ArqRio.

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do erro.
Erro relatado com sucesso, obrigado.

20/10/2017 12:18 - Atualizado em 20/10/2017 12:19

Infância Missionária 0

20/10/2017 12:18 - Atualizado em 20/10/2017 12:19

Todos os anos comemoramos, juntamente com o Dia Mundial das Missões, o Dia da Infância Missionária. Esse é um movimento leigo que visa criar também nas crianças a consciência missionária, ajudando-as a anunciar a Palavra de Deus a outras crianças. Em termos gerais, diz-se que é mais uma ‘pastoral’. Contudo, vale  colocarmos a seguinte pergunta: o que é pastoral?

Como ainda temos dificuldade de superar os modelos que nos garantiram segurança no passado, trabalhamos com os esquemas dos grupos, aos quais denominamos ‘pastorais’. Não que esse modelo seja ruim, mas, especialmente em nossos dias, gera dois problemas em nosso modo de ser Igreja: 1) encontra, cada vez mais, dificuldades, porque a missionaridade exige comprometimento, e cada vez menos as pessoas querem se comprometer com algo que fuja ao seu ritmo de vida; 2) pode fazer com que compreendamos as ações como estanques e não integradas entre si.

Assim, em uma paróquia cuja mentalidade não é missionária, será desafiador realizar uma ação conjunta que vise à evangelização das periferias, pois sempre se pensará que “é tarefa da Pastoral Missionária”. No máximo, tal ação funcionará nos tempos de Missões Populares, e cada vez mais fica mais difícil realizar tais ações, seja pela falta de acolhimento das pessoas a serem visitadas, seja pela carência de agentes missionários.

Ora, se a Infância Missionária, embora com sua feição de movimento específico, não for ajudada por outras ações que envolvam as crianças, como a Iniciação Cristã, a Pastoral Familiar, o grupo de Coroinhas, entre outros, será muito difícil, efetivamente, realizar uma ação eficaz. Para começar, porque as crianças precisarão de adultos que as motivem e ensinem; depois, porque, sem o apoio de pais, catequistas e coordenadores, elas pouco ou nada poderão fazer. Além disso, como pode uma criança evangelizar sem ter sido antes evangelizada? E quem evangelizará essa criança? Um jovem ou um adulto.

Vale a pena recordar o que diz o Documento de Aparecida sobre a missão: “Ao chamar os seus para que O siga, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo tempo em que o vincula a Ele como amigo e irmão” (DAp 144); “Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-Lo e anunciá-Lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8)”. (DAp 145).

Neste dia em que somos chamados a rezar pelas missões no mundo inteiro, e a também pensarmos em como estamos realizando a nossa missão evangelizadora, poderíamos refletir sobre de que forma temos ajudado nossas crianças a conhecer Jesus Cristo. Seja por meio da Infância Missionária ou de qualquer outro movimento pastoral com as crianças, qual nossa parcela de contribuição? Apenas olhamos e elogiamos quando fazem algo, ou podemos nos interessar e colaborar mais? Temos o receio de como será o futuro em virtude de tantas situações complexas que vemos todos os dias: na televisão, na internet e nas relações humanas. Ao invés de apenas preocupar-nos, ocupemo-nos semeando o bem e ajudando as crianças a assumir seu lugar, que é o Reino de Deus! (cf. Mc 10,14).


Leia os comentários

Deixe seu comentário

Resposta ao comentário de:

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do comentário.
Comentário enviado para aprovação.

Infância Missionária

20/10/2017 12:18 - Atualizado em 20/10/2017 12:19

Todos os anos comemoramos, juntamente com o Dia Mundial das Missões, o Dia da Infância Missionária. Esse é um movimento leigo que visa criar também nas crianças a consciência missionária, ajudando-as a anunciar a Palavra de Deus a outras crianças. Em termos gerais, diz-se que é mais uma ‘pastoral’. Contudo, vale  colocarmos a seguinte pergunta: o que é pastoral?

Como ainda temos dificuldade de superar os modelos que nos garantiram segurança no passado, trabalhamos com os esquemas dos grupos, aos quais denominamos ‘pastorais’. Não que esse modelo seja ruim, mas, especialmente em nossos dias, gera dois problemas em nosso modo de ser Igreja: 1) encontra, cada vez mais, dificuldades, porque a missionaridade exige comprometimento, e cada vez menos as pessoas querem se comprometer com algo que fuja ao seu ritmo de vida; 2) pode fazer com que compreendamos as ações como estanques e não integradas entre si.

Assim, em uma paróquia cuja mentalidade não é missionária, será desafiador realizar uma ação conjunta que vise à evangelização das periferias, pois sempre se pensará que “é tarefa da Pastoral Missionária”. No máximo, tal ação funcionará nos tempos de Missões Populares, e cada vez mais fica mais difícil realizar tais ações, seja pela falta de acolhimento das pessoas a serem visitadas, seja pela carência de agentes missionários.

Ora, se a Infância Missionária, embora com sua feição de movimento específico, não for ajudada por outras ações que envolvam as crianças, como a Iniciação Cristã, a Pastoral Familiar, o grupo de Coroinhas, entre outros, será muito difícil, efetivamente, realizar uma ação eficaz. Para começar, porque as crianças precisarão de adultos que as motivem e ensinem; depois, porque, sem o apoio de pais, catequistas e coordenadores, elas pouco ou nada poderão fazer. Além disso, como pode uma criança evangelizar sem ter sido antes evangelizada? E quem evangelizará essa criança? Um jovem ou um adulto.

Vale a pena recordar o que diz o Documento de Aparecida sobre a missão: “Ao chamar os seus para que O siga, Jesus lhes dá uma missão muito precisa: anunciar o Evangelho do Reino a todas as nações (cf. Mt 28,19; Lc 24,46-48). Por isso, todo discípulo é missionário, pois Jesus o faz partícipe de sua missão, ao mesmo tempo em que o vincula a Ele como amigo e irmão” (DAp 144); “Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-Lo e anunciá-Lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8)”. (DAp 145).

Neste dia em que somos chamados a rezar pelas missões no mundo inteiro, e a também pensarmos em como estamos realizando a nossa missão evangelizadora, poderíamos refletir sobre de que forma temos ajudado nossas crianças a conhecer Jesus Cristo. Seja por meio da Infância Missionária ou de qualquer outro movimento pastoral com as crianças, qual nossa parcela de contribuição? Apenas olhamos e elogiamos quando fazem algo, ou podemos nos interessar e colaborar mais? Temos o receio de como será o futuro em virtude de tantas situações complexas que vemos todos os dias: na televisão, na internet e nas relações humanas. Ao invés de apenas preocupar-nos, ocupemo-nos semeando o bem e ajudando as crianças a assumir seu lugar, que é o Reino de Deus! (cf. Mc 10,14).


Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé