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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Profissão e missão

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13/10/2017 13:34 - Atualizado em 13/10/2017 13:34

Profissão e missão 0

13/10/2017 13:34 - Atualizado em 13/10/2017 13:34

Terminado o Ano Mariano, nossa Igreja vive um interregno: a preparação para o Ano do Leigo, cuja celebração iniciaremos com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, este ano em 26 de novembro, e que se estenderá pelo ano de 2018. Nesse sentido, vem em boa hora a reflexão que empreendemos neste domingo em especial, dentro do contexto do Mês Missionário.

Em 15 de outubro, comemoramos o Dia do Professor; no próximo dia 18, celebraremos o Dia do Médico; há ainda, neste mês, o Dia do Comerciário e o do Funcionário Público. Estas datas nos recordam o exercício de uma profissão. Por meio delas, recordamos cada pessoa que empenha sua vida a prestar um serviço a outros, serviço que lhe permite sustentar seu lar com o suor de seu trabalho. O mundo do trabalho tem algo de divino: nele vivemos o mandamento do Senhor “Ama teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18), por meio da via de mão dupla que é prestar um serviço e ser remunerado por ele.

Como os sacerdotes, reservados para o serviço a Deus por meio da comunidade, em razão de seu ofício, são assistidos pelas mesmas comunidades [“O operário merece o seu salário” (Lc 10,7)], o mundo do trabalho é normalmente destinado aos leigos. Assim sendo, cabe a eles, no exercício das mais variadas funções sociais, serem testemunhas de Jesus Cristo no mundo, de um modo mais intenso e diferente do modo como devem fazer os clérigos. São, como nos lembra o Documento nº 105 da CNBB, “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-16), e devem sê-lo, especialmente, por meio de sua atividade social.

Sobre o trabalho, ensina-nos a Constituição “Gaudium et Spes”: “Os homens e as mulheres que, ao ganhar o sustento para si e suas famílias, de tal modo exercem a própria atividade que prestam conveniente serviço à sociedade, com razão podem considerar que prolongam com o seu trabalho a obra do Criador, ajudam os seus irmãos e dão uma contribuição pessoal para a realização dos desígnios de Deus na história” (GS 34).

É importante recordar: dentre os modelos de vocação, existe a vocação profissional. É ela que transforma a profissão em missão, seja ela qual for. Uma pessoa pode trabalhar apenas porque precisa garantir seu sustento; outra, porém, pode compreender que, mesmo sendo algo produtivo para si economicamente, seu serviço é uma missão prestada aos outros. Assim, não existe emprego ou função mais importante, pois todas as atividades se conjugam de modo orgânico. Para exemplificar melhor, basta um setor social entrar em greve que todos sentimos a importância de tal serviço.

No decorrer do mês dedicado às missões, somos convidados a bendizer a Deus pelos inúmeros dons que concede a cada um de nós, permitindo-nos conquistar o pão de cada dia com nosso esforço e colaborando na obra da criação ao servirmos aos irmãos com nosso exercício profissional. É também momento de pedirmos a Deus por aqueles que, diante da situação econômica adversa pela qual passamos, em nível nacional e estadual, estão com dificuldade de conseguir um trabalho, a fim de que consigam encontrar uma solução para as dificuldades que ora passam.

E, por fim, é tempo de reforçarmos o valor da profissão como missão exercida no mundo. Que cada profissional, do seu próprio lugar, sinta-se orgulhoso e agradecido por ser um instrumento nas mãos de Deus para manifestar a todos o carinho e o cuidado que vêm d’Ele pelas nossas mãos. Digamos como o Salmista: “Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho; fazei dar frutos o labor de nossas mãos!” (Sl 89(90),17).

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13/10/2017 13:34 - Atualizado em 13/10/2017 13:34

Terminado o Ano Mariano, nossa Igreja vive um interregno: a preparação para o Ano do Leigo, cuja celebração iniciaremos com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, este ano em 26 de novembro, e que se estenderá pelo ano de 2018. Nesse sentido, vem em boa hora a reflexão que empreendemos neste domingo em especial, dentro do contexto do Mês Missionário.

Em 15 de outubro, comemoramos o Dia do Professor; no próximo dia 18, celebraremos o Dia do Médico; há ainda, neste mês, o Dia do Comerciário e o do Funcionário Público. Estas datas nos recordam o exercício de uma profissão. Por meio delas, recordamos cada pessoa que empenha sua vida a prestar um serviço a outros, serviço que lhe permite sustentar seu lar com o suor de seu trabalho. O mundo do trabalho tem algo de divino: nele vivemos o mandamento do Senhor “Ama teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18), por meio da via de mão dupla que é prestar um serviço e ser remunerado por ele.

Como os sacerdotes, reservados para o serviço a Deus por meio da comunidade, em razão de seu ofício, são assistidos pelas mesmas comunidades [“O operário merece o seu salário” (Lc 10,7)], o mundo do trabalho é normalmente destinado aos leigos. Assim sendo, cabe a eles, no exercício das mais variadas funções sociais, serem testemunhas de Jesus Cristo no mundo, de um modo mais intenso e diferente do modo como devem fazer os clérigos. São, como nos lembra o Documento nº 105 da CNBB, “sal da terra e luz do mundo” (cf. Mt 5,13-16), e devem sê-lo, especialmente, por meio de sua atividade social.

Sobre o trabalho, ensina-nos a Constituição “Gaudium et Spes”: “Os homens e as mulheres que, ao ganhar o sustento para si e suas famílias, de tal modo exercem a própria atividade que prestam conveniente serviço à sociedade, com razão podem considerar que prolongam com o seu trabalho a obra do Criador, ajudam os seus irmãos e dão uma contribuição pessoal para a realização dos desígnios de Deus na história” (GS 34).

É importante recordar: dentre os modelos de vocação, existe a vocação profissional. É ela que transforma a profissão em missão, seja ela qual for. Uma pessoa pode trabalhar apenas porque precisa garantir seu sustento; outra, porém, pode compreender que, mesmo sendo algo produtivo para si economicamente, seu serviço é uma missão prestada aos outros. Assim, não existe emprego ou função mais importante, pois todas as atividades se conjugam de modo orgânico. Para exemplificar melhor, basta um setor social entrar em greve que todos sentimos a importância de tal serviço.

No decorrer do mês dedicado às missões, somos convidados a bendizer a Deus pelos inúmeros dons que concede a cada um de nós, permitindo-nos conquistar o pão de cada dia com nosso esforço e colaborando na obra da criação ao servirmos aos irmãos com nosso exercício profissional. É também momento de pedirmos a Deus por aqueles que, diante da situação econômica adversa pela qual passamos, em nível nacional e estadual, estão com dificuldade de conseguir um trabalho, a fim de que consigam encontrar uma solução para as dificuldades que ora passam.

E, por fim, é tempo de reforçarmos o valor da profissão como missão exercida no mundo. Que cada profissional, do seu próprio lugar, sinta-se orgulhoso e agradecido por ser um instrumento nas mãos de Deus para manifestar a todos o carinho e o cuidado que vêm d’Ele pelas nossas mãos. Digamos como o Salmista: “Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho; fazei dar frutos o labor de nossas mãos!” (Sl 89(90),17).

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé