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09 de Maio de 2024

Palavra e Liturgia

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08/09/2017 00:00

Palavra e Liturgia 0

08/09/2017 00:00

Para seguir nossa reflexão sobre o Mês da Bíblia, vamos partir de um pressuposto fundamental: que a Bíblia contém a Palavra revelada por Deus a nós homens. Não é sem razão que a Igreja venera com grande zelo e respeito as Escrituras Sagradas, inteiras e em todos os seus livros do Antigo e do Novo Testamento. Elas são consideradas por nós a Palavra de Deus. Resta-nos, portanto, entender como se processa esta verdade.

O povo de Israel – e nós, cristãos, seus descendentes, – compreendeu que Deus o escolheu para ser seu povo. A ele revelou sua identidade e seu amor. Ora, tal mensagem não veio de forma direta, mas mediatizada por homens que, impregnados do Espírito de Deus, se tornaram seus intérpretes. Assim, os Patriarcas, os Juízes, os Reis, os Profetas, cada um a seu modo e, segundo circunstâncias muito bem delimitadas, tornaram-se os porta-vozes de Deus para o povo eleito. Com o tempo, a mensagem divina trazida por estes intérpretes foi colocada por escrito, tornando-se assim a Escritura o documento da aliança de Deus com seu povo. Eis porque a Lei de Moisés, por exemplo, se tornou tão importante para Israel.

No entanto, Deus, que muitas vezes e de muitos modos havia falado por meio de seus servos, os profetas, nos últimos tempos, nos falou por meio de seu Filho (cf. Hb 1,1-2). Portanto, a Palavra de Deus se fez carne e veio habitar entre nós (cf. Jo 1,14). Assim, a Palavra deixa de ser apenas uma comunicação oral – portanto, possivelmente compreendida como algo distante – para ser vivenciada, traduzida em gestos. E qual o conteúdo da mensagem divina? O grande amor de Deus por nós e a urgência de nossa resposta de amor a Ele e aos irmãos.

Ora, é na Liturgia que nós, cristãos, atualizamos a Palavra. Ela deixa de ser letra escrita em um livro e se torna Palavra da Salvação, que se concretiza na vida dos fiéis. É por meio da proclamação da Palavra na assembleia litúrgica que somos congregados pelo Espírito Santo num só corpo, o Corpo Místico de Cristo (cf. 1Cor 12), e podemos assim, por Ele, com Ele e n’Ele, oferecermos sacrifícios espirituais a gradáveis a Deus (cf. Rm 12,1). Por isso dizemos que cada fiel celebra a liturgia, segundo um modo próprio de acordo com seu estado de vida, seja ele sacerdote (Bispo e presbítero), diácono ou fiel leigo.

Assim, a primeira e fundamental importância da Palavra de Deus é tornar-se vida plena para toda a assembleia litúrgica, e, desta forma, traduzir-se nas atitudes concretas de cada cristão, comprometido com seu anúncio. Por isso a Liturgia é o lugar excelente da proclamação da Palavra de Deus. Aliás, deve-se ressaltar que é na Liturgia que as Escrituras Sagradas se tornam “Palavra de Deus”, pois Deus fala a toda a comunidade reunida. Na leitura pessoal da Bíblia, Deus também fala. Mas a força renovadora da Palavra acontece na assembleia litúrgica.

Hoje, muitos cristãos já não percebem o valor da Celebração Eucarística. Não será o mês da Bíblia uma boa oportunidade de novamente evangelizarmos estes irmãos, mostrando-lhes o valor da participação ativa na Liturgia e assim redescobrir o tesouro inesgotável da Palavra de Deus?

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Palavra e Liturgia

08/09/2017 00:00

Para seguir nossa reflexão sobre o Mês da Bíblia, vamos partir de um pressuposto fundamental: que a Bíblia contém a Palavra revelada por Deus a nós homens. Não é sem razão que a Igreja venera com grande zelo e respeito as Escrituras Sagradas, inteiras e em todos os seus livros do Antigo e do Novo Testamento. Elas são consideradas por nós a Palavra de Deus. Resta-nos, portanto, entender como se processa esta verdade.

O povo de Israel – e nós, cristãos, seus descendentes, – compreendeu que Deus o escolheu para ser seu povo. A ele revelou sua identidade e seu amor. Ora, tal mensagem não veio de forma direta, mas mediatizada por homens que, impregnados do Espírito de Deus, se tornaram seus intérpretes. Assim, os Patriarcas, os Juízes, os Reis, os Profetas, cada um a seu modo e, segundo circunstâncias muito bem delimitadas, tornaram-se os porta-vozes de Deus para o povo eleito. Com o tempo, a mensagem divina trazida por estes intérpretes foi colocada por escrito, tornando-se assim a Escritura o documento da aliança de Deus com seu povo. Eis porque a Lei de Moisés, por exemplo, se tornou tão importante para Israel.

No entanto, Deus, que muitas vezes e de muitos modos havia falado por meio de seus servos, os profetas, nos últimos tempos, nos falou por meio de seu Filho (cf. Hb 1,1-2). Portanto, a Palavra de Deus se fez carne e veio habitar entre nós (cf. Jo 1,14). Assim, a Palavra deixa de ser apenas uma comunicação oral – portanto, possivelmente compreendida como algo distante – para ser vivenciada, traduzida em gestos. E qual o conteúdo da mensagem divina? O grande amor de Deus por nós e a urgência de nossa resposta de amor a Ele e aos irmãos.

Ora, é na Liturgia que nós, cristãos, atualizamos a Palavra. Ela deixa de ser letra escrita em um livro e se torna Palavra da Salvação, que se concretiza na vida dos fiéis. É por meio da proclamação da Palavra na assembleia litúrgica que somos congregados pelo Espírito Santo num só corpo, o Corpo Místico de Cristo (cf. 1Cor 12), e podemos assim, por Ele, com Ele e n’Ele, oferecermos sacrifícios espirituais a gradáveis a Deus (cf. Rm 12,1). Por isso dizemos que cada fiel celebra a liturgia, segundo um modo próprio de acordo com seu estado de vida, seja ele sacerdote (Bispo e presbítero), diácono ou fiel leigo.

Assim, a primeira e fundamental importância da Palavra de Deus é tornar-se vida plena para toda a assembleia litúrgica, e, desta forma, traduzir-se nas atitudes concretas de cada cristão, comprometido com seu anúncio. Por isso a Liturgia é o lugar excelente da proclamação da Palavra de Deus. Aliás, deve-se ressaltar que é na Liturgia que as Escrituras Sagradas se tornam “Palavra de Deus”, pois Deus fala a toda a comunidade reunida. Na leitura pessoal da Bíblia, Deus também fala. Mas a força renovadora da Palavra acontece na assembleia litúrgica.

Hoje, muitos cristãos já não percebem o valor da Celebração Eucarística. Não será o mês da Bíblia uma boa oportunidade de novamente evangelizarmos estes irmãos, mostrando-lhes o valor da participação ativa na Liturgia e assim redescobrir o tesouro inesgotável da Palavra de Deus?

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé