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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

O Amor que se torna fecundo

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O Amor que se torna fecundo

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11/08/2017 14:55 - Atualizado em 11/08/2017 14:59

O Amor que se torna fecundo 0

11/08/2017 14:55 - Atualizado em 11/08/2017 14:59

No segundo domingo do mês de agosto, comemoramos o Dia dos Pais, e, com ele, se abre no Brasil a Semana Nacional da Família. Assim como no domingo anterior, recordávamos o valor e a importância da vocação ao ministério ordenado. Hoje, de maneira especial, recordamos a vocação à paternidade e à vida matrimonial e familiar.

Existe ainda certo equívoco quando se fala na vocação matrimonial, pois se entende que não ter vocação sacerdotal ou religiosa, por exemplo, é necessariamente ter vocação matrimonial. Esta afirmação é perigosa, pois, em primeiro lugar, deixa a impressão de que o ser humano só tem valor quando envolvido em uma missão, e depois, porque acaba menosprezando, em certo sentido, o valor da vida matrimonial e familiar, como “algo comum” diante do plano de vocações existentes na Igreja.

Além disso, especialmente em nossos dias, se vive outro problema: em uma sociedade onde já não existe um padrão referencial familiar – sem julgamento de ninguém –, e onde os jovens estão fortemente expostos à erotização desde muito cedo, como compreender o valor da doação de si, seja na vida conjugal em si, seja na relação sexual como consequência desta entrega de si mesmo à pessoa com quem se quer partilhar toda a vida?

Ter vocação ao matrimônio é mais que ter o biológico e o psicológico mais ou menos amadurecidos, é mais que amar uma pessoa: é sentir dentro de si o desejo e as aptidões para dar e receber, entregar-se e acolher outra vida na sua integralidade, com seus pontos positivos e negativos, e, amparado pela razão, sustentar o que a emoção não é capaz de suportar sozinha. Não basta gostar da outra pessoa, é preciso amar, também com a razão, e, a partir da razão e da emoção, construir o único fundamento sólido para o matrimônio: a fidelidade. É a fidelidade que externa e visibiliza o amor que, por mais belo que seja, é inefável, não se expressa em gestos ou palavras.

O dom de si que é dado e o dom do outro que é recebido, na consumação da união matrimonial, desejada e abençoada por Deus, se unem de tal forma que é capaz de gerar vida. Por isso, ter vocação ao matrimônio é ter também vocação à paternidade. Ambas as vocações estão ligadas entre si: é o amor à esposa que torna fecunda a união dos dois, transbordando e participando assim do mistério do Deus-Amor, que chama marido e mulher a participarem da obra criadora.

É verdade que vivemos hoje, mais do que nunca, uma crise da paternidade, por diversos motivos. No entanto, nem por isso o valor da vida matrimonial-familiar se perdeu. Existimos porque somos filhos, membros de uma família, participantes de uma história, bela ou dolorosa, mas que em última instância nos fala do amor de Deus. Por isso, defendemos a vida em todas as circunstâncias. Por isso defendemos o valor da família, e trabalhamos em prol da valorização do sentido do matrimônio e da família, com todos os percalços que venham a ocorrer. Por isso, cremos e esperamos em Deus, que realiza em nós sua promessa de amor e fidelidade.

Hoje, abracemos nossos pais vivos; visitemos os enfermos; rezemos pelos que já partiram. Agradeçamos a Deus por aquele que nos deu a vida, material ou afetivamente (pois é possível ser pai “no coração”). E peçamos por todos aqueles que se sentem chamados à vida matrimonial e familiar, para que sejam sustentados pelo Senhor em sua fraqueza e fortalecidos em sua coragem e decisão. A todos os que compartilham com o Senhor o dom da paternidade, Feliz Dia dos Pais!

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O Amor que se torna fecundo

11/08/2017 14:55 - Atualizado em 11/08/2017 14:59

No segundo domingo do mês de agosto, comemoramos o Dia dos Pais, e, com ele, se abre no Brasil a Semana Nacional da Família. Assim como no domingo anterior, recordávamos o valor e a importância da vocação ao ministério ordenado. Hoje, de maneira especial, recordamos a vocação à paternidade e à vida matrimonial e familiar.

Existe ainda certo equívoco quando se fala na vocação matrimonial, pois se entende que não ter vocação sacerdotal ou religiosa, por exemplo, é necessariamente ter vocação matrimonial. Esta afirmação é perigosa, pois, em primeiro lugar, deixa a impressão de que o ser humano só tem valor quando envolvido em uma missão, e depois, porque acaba menosprezando, em certo sentido, o valor da vida matrimonial e familiar, como “algo comum” diante do plano de vocações existentes na Igreja.

Além disso, especialmente em nossos dias, se vive outro problema: em uma sociedade onde já não existe um padrão referencial familiar – sem julgamento de ninguém –, e onde os jovens estão fortemente expostos à erotização desde muito cedo, como compreender o valor da doação de si, seja na vida conjugal em si, seja na relação sexual como consequência desta entrega de si mesmo à pessoa com quem se quer partilhar toda a vida?

Ter vocação ao matrimônio é mais que ter o biológico e o psicológico mais ou menos amadurecidos, é mais que amar uma pessoa: é sentir dentro de si o desejo e as aptidões para dar e receber, entregar-se e acolher outra vida na sua integralidade, com seus pontos positivos e negativos, e, amparado pela razão, sustentar o que a emoção não é capaz de suportar sozinha. Não basta gostar da outra pessoa, é preciso amar, também com a razão, e, a partir da razão e da emoção, construir o único fundamento sólido para o matrimônio: a fidelidade. É a fidelidade que externa e visibiliza o amor que, por mais belo que seja, é inefável, não se expressa em gestos ou palavras.

O dom de si que é dado e o dom do outro que é recebido, na consumação da união matrimonial, desejada e abençoada por Deus, se unem de tal forma que é capaz de gerar vida. Por isso, ter vocação ao matrimônio é ter também vocação à paternidade. Ambas as vocações estão ligadas entre si: é o amor à esposa que torna fecunda a união dos dois, transbordando e participando assim do mistério do Deus-Amor, que chama marido e mulher a participarem da obra criadora.

É verdade que vivemos hoje, mais do que nunca, uma crise da paternidade, por diversos motivos. No entanto, nem por isso o valor da vida matrimonial-familiar se perdeu. Existimos porque somos filhos, membros de uma família, participantes de uma história, bela ou dolorosa, mas que em última instância nos fala do amor de Deus. Por isso, defendemos a vida em todas as circunstâncias. Por isso defendemos o valor da família, e trabalhamos em prol da valorização do sentido do matrimônio e da família, com todos os percalços que venham a ocorrer. Por isso, cremos e esperamos em Deus, que realiza em nós sua promessa de amor e fidelidade.

Hoje, abracemos nossos pais vivos; visitemos os enfermos; rezemos pelos que já partiram. Agradeçamos a Deus por aquele que nos deu a vida, material ou afetivamente (pois é possível ser pai “no coração”). E peçamos por todos aqueles que se sentem chamados à vida matrimonial e familiar, para que sejam sustentados pelo Senhor em sua fraqueza e fortalecidos em sua coragem e decisão. A todos os que compartilham com o Senhor o dom da paternidade, Feliz Dia dos Pais!

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé