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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Ele nos chamou

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28/07/2017 17:43 - Atualizado em 28/07/2017 17:43

Ele nos chamou 0

28/07/2017 17:43 - Atualizado em 28/07/2017 17:43

Com o passar do tempo vamos acomodando em nossas vidas e ideais. A liturgia com a riqueza da Palavra de Deus nos acorda a cada momento para voltarmos à fonte, para buscarmos os mais belos ideais de nossas vidas. É o dom deste domingo! Acordarmos para esse grande dom da entrega alegre da vida.

Quando iniciamos a nossa vida cristã e nossas vocações sonhamos com as mais belas missões; e a graça inicial foi tão grande que nos retirou do dia a dia de nossa caminhada e nos colocou a serviço do povo de Deus com a nossas diversas vocações.

A liturgia do XVII Domingo do Tempo Comum, nessa caminhada anual litúrgica nos interpela sobre que pérola buscamos ou que tesouro encontramos (Mt 13, 44-52). E, é claro, ao nos perguntar sobre a nossa vida hoje supõe também tomada de posição para sabermos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação de acordo com o projeto de Deus (Rm 8, 28-30). Para isso rezemos como Salomão: Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal (1Rs 3, 5.7-12). A liturgia deste domingo segue a tônica do domingo passado falando sobre a realidade do “Reino dos Céus”.

A primeira leitura (1Rs 3, 5.7-12) fala que Salomão tem a intimidade com Deus por meio de um sonho. Tem-se aí uma grande intimidade dele com Deus. Salomão pede ao Senhor: “Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar”. Salomão a princípio coloca o empecilho diante da missão que recebe, mas, o Senhor o cativa e diz que estará com ele nesta missão: “Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti, nem haverá depois de ti”. (1 Rs 3,11-12).

Na segunda leitura (Rm 8, 28-30) a carta aos Romanos quer nos mostrar que somos chamados ao amor e a salvação. Deus quer que todos tenham essa intimidade com Ele. Deus predestina todos a salvação, mas, para isso existe a liberdade.

O Evangelho (Mt 13, 44-52), dentro do capítulo 13 de Mateus, que escutamos nestes últimos domingos no sermão de Jesus em parábolas, neste domingo o atual capítulo é paralelo a Marcos 4. Jesus continua falando-nos do Reino dos Céus. Saído do barco à beira-mar, chegado em casa, ele nos conta ainda três parábolas: o Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo; um homem o encontra e, cheio de alegria, vende tudo e o adquire! O Reino dos Céus é como uma pérola de grande valor; o homem vende tudo e, fascinado por sua beleza, vende tudo e a adquire. Jesus nos quer fazer compreender que quem encontra o Reino encontra o sentido da vida, encontra aquilo por que ou por quem vale a pena viver. Quem de verdade encontra o Reino, quem o experimenta, muda para sempre sua existência: vai ligeiro, vende tudo e o faz cheio de alegria! Encontrar o Reino é encontrar Jesus, e encontrar Jesus de verdade é encontrar a razão de viver, o sentido da existência.

Nas duas parábolas, mesmo sendo parecidas entre si, apresentam diferenças dignas de nota: O tesouro encontrado significa a abundância de dons; a pérola buscada, a beleza do Reino. O tesouro apresenta-se de repente (é encontrado), a pérola supõe, pelo contrário, uma busca; mas em ambos os casos o que encontra fica inundado de uma profunda alegria que torna possível deixar tudo. Assim é a fé, a vocação, a verdadeira sabedoria, o desejo do céu: por vezes, apresenta-se de modo inesperado, outras segue-se a uma intensa busca. A atitude do homem, em ambas as parábolas, está descrita com os mesmos termos: “vai e vende tudo o quanto tem e compra-a: o desprendimento, a generosidade, é condição indispensável para o alcançar, porém feito com generosidade pois o que se encontrou é muito mais do que aquilo que se deixa.

Precisamos descobrir que o Reino exige um olhar iluminado pela graça de Deus. Sozinhos, com nossas próprias forças, somos incapazes de discernir essa presença do Reino! Por isso é necessário suplicar, como Salomão, um coração para compreender: “Dá ao teu servo um coração compreensivo – um coração que escute!” No Evangelho de hoje, Jesus termina perguntando: “Compreendeste essas coisas?”– Senhor, pedimos nós, dá-nos um coração capaz de compreender! Sem vosso auxílio ninguém é forte, ninguém é santo! Mostra-nos o tesouro, que é o teu Reino! Faz-nos encontrar a pérola de grande valor, pela qual vale a pena perder tudo e todo nela encontrar! Faz-nos sentir que, pelo Reino, vale a pena deixar redes, barcos, a vida perder pois tudo encontramos.

No Evangelho temos uma terceira parábola: a rede lançada ao mar que pesca todo tipo de peixes que depois serão separados entre os bons e os que não prestam. A conclusão é que assim será no fim dos tempos. Com essa terceira parábola somos chamados a suplicar ao Senhor que voltemos ao primeiro amor com entusiasmo e não nos deixe ser o “peixe ruim” que será lançado na “fornalha de fogo”. Eis o nosso chamado: caminhamos como “peixes bons” retirados do pecado e da morte para vivermos com sabedoria discernindo a cada dia os sinais de Deus em nossas vidas pos fomos “predestinados a sermos conformes à imagem de Filho de Deus”. Ele nos chamou e nos predestinou para caminharmos na justiça e santidade.

Ao contemplar este Evangelho estamos diante da realidade do Reino dos Céus, pois, este Reino não é uma Utopia, mas, uma realidade que começa ser vivenciada aqui e se plenifica na parusia. Somos chamados a sermos discípulos do Reino dos Céus, tirando do seu tesouro coisas novas e velhas. Que neste domingo possamos refazer nossa opção por Cristo, entregar de coração nossas vida pelo Reino, pedir o dom da sabedoria e enxergar tudo com a lente de Deus descobrindo como tudo concorre para o bem dos que amam a Deus.

Desde já, como consequência, continuemos servindo e amando, buscando a cada dia fazer a vontade de Deus quer seja em nossas famílias, paróquias, trabalho ou onde estejamos! Acolhamos e levemos o Reino de Deus a tantos que ainda não buscam. Vale a pena dar a vida no seguimento de Jesus e ser Sua testemunha anunciando sua Palavra e seu amor. Deus nos abençoe e nos faça entregar nossa vida alegremente a Ele e sempre estarmos N’Ele.

 

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28/07/2017 17:43 - Atualizado em 28/07/2017 17:43

Com o passar do tempo vamos acomodando em nossas vidas e ideais. A liturgia com a riqueza da Palavra de Deus nos acorda a cada momento para voltarmos à fonte, para buscarmos os mais belos ideais de nossas vidas. É o dom deste domingo! Acordarmos para esse grande dom da entrega alegre da vida.

Quando iniciamos a nossa vida cristã e nossas vocações sonhamos com as mais belas missões; e a graça inicial foi tão grande que nos retirou do dia a dia de nossa caminhada e nos colocou a serviço do povo de Deus com a nossas diversas vocações.

A liturgia do XVII Domingo do Tempo Comum, nessa caminhada anual litúrgica nos interpela sobre que pérola buscamos ou que tesouro encontramos (Mt 13, 44-52). E, é claro, ao nos perguntar sobre a nossa vida hoje supõe também tomada de posição para sabermos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação de acordo com o projeto de Deus (Rm 8, 28-30). Para isso rezemos como Salomão: Dá, pois, ao teu servo, um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal (1Rs 3, 5.7-12). A liturgia deste domingo segue a tônica do domingo passado falando sobre a realidade do “Reino dos Céus”.

A primeira leitura (1Rs 3, 5.7-12) fala que Salomão tem a intimidade com Deus por meio de um sonho. Tem-se aí uma grande intimidade dele com Deus. Salomão pede ao Senhor: “Senhor meu Deus, tu fizeste reinar o teu servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, que não sabe ainda como governar”. Salomão a princípio coloca o empecilho diante da missão que recebe, mas, o Senhor o cativa e diz que estará com ele nesta missão: “Já que pediste estes dons e não pediste para ti longos anos de vida, nem riquezas, nem a morte de teus inimigos, mas sim sabedoria para praticar a justiça, vou satisfazer o teu pedido; dou-te um coração sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti, nem haverá depois de ti”. (1 Rs 3,11-12).

Na segunda leitura (Rm 8, 28-30) a carta aos Romanos quer nos mostrar que somos chamados ao amor e a salvação. Deus quer que todos tenham essa intimidade com Ele. Deus predestina todos a salvação, mas, para isso existe a liberdade.

O Evangelho (Mt 13, 44-52), dentro do capítulo 13 de Mateus, que escutamos nestes últimos domingos no sermão de Jesus em parábolas, neste domingo o atual capítulo é paralelo a Marcos 4. Jesus continua falando-nos do Reino dos Céus. Saído do barco à beira-mar, chegado em casa, ele nos conta ainda três parábolas: o Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo; um homem o encontra e, cheio de alegria, vende tudo e o adquire! O Reino dos Céus é como uma pérola de grande valor; o homem vende tudo e, fascinado por sua beleza, vende tudo e a adquire. Jesus nos quer fazer compreender que quem encontra o Reino encontra o sentido da vida, encontra aquilo por que ou por quem vale a pena viver. Quem de verdade encontra o Reino, quem o experimenta, muda para sempre sua existência: vai ligeiro, vende tudo e o faz cheio de alegria! Encontrar o Reino é encontrar Jesus, e encontrar Jesus de verdade é encontrar a razão de viver, o sentido da existência.

Nas duas parábolas, mesmo sendo parecidas entre si, apresentam diferenças dignas de nota: O tesouro encontrado significa a abundância de dons; a pérola buscada, a beleza do Reino. O tesouro apresenta-se de repente (é encontrado), a pérola supõe, pelo contrário, uma busca; mas em ambos os casos o que encontra fica inundado de uma profunda alegria que torna possível deixar tudo. Assim é a fé, a vocação, a verdadeira sabedoria, o desejo do céu: por vezes, apresenta-se de modo inesperado, outras segue-se a uma intensa busca. A atitude do homem, em ambas as parábolas, está descrita com os mesmos termos: “vai e vende tudo o quanto tem e compra-a: o desprendimento, a generosidade, é condição indispensável para o alcançar, porém feito com generosidade pois o que se encontrou é muito mais do que aquilo que se deixa.

Precisamos descobrir que o Reino exige um olhar iluminado pela graça de Deus. Sozinhos, com nossas próprias forças, somos incapazes de discernir essa presença do Reino! Por isso é necessário suplicar, como Salomão, um coração para compreender: “Dá ao teu servo um coração compreensivo – um coração que escute!” No Evangelho de hoje, Jesus termina perguntando: “Compreendeste essas coisas?”– Senhor, pedimos nós, dá-nos um coração capaz de compreender! Sem vosso auxílio ninguém é forte, ninguém é santo! Mostra-nos o tesouro, que é o teu Reino! Faz-nos encontrar a pérola de grande valor, pela qual vale a pena perder tudo e todo nela encontrar! Faz-nos sentir que, pelo Reino, vale a pena deixar redes, barcos, a vida perder pois tudo encontramos.

No Evangelho temos uma terceira parábola: a rede lançada ao mar que pesca todo tipo de peixes que depois serão separados entre os bons e os que não prestam. A conclusão é que assim será no fim dos tempos. Com essa terceira parábola somos chamados a suplicar ao Senhor que voltemos ao primeiro amor com entusiasmo e não nos deixe ser o “peixe ruim” que será lançado na “fornalha de fogo”. Eis o nosso chamado: caminhamos como “peixes bons” retirados do pecado e da morte para vivermos com sabedoria discernindo a cada dia os sinais de Deus em nossas vidas pos fomos “predestinados a sermos conformes à imagem de Filho de Deus”. Ele nos chamou e nos predestinou para caminharmos na justiça e santidade.

Ao contemplar este Evangelho estamos diante da realidade do Reino dos Céus, pois, este Reino não é uma Utopia, mas, uma realidade que começa ser vivenciada aqui e se plenifica na parusia. Somos chamados a sermos discípulos do Reino dos Céus, tirando do seu tesouro coisas novas e velhas. Que neste domingo possamos refazer nossa opção por Cristo, entregar de coração nossas vida pelo Reino, pedir o dom da sabedoria e enxergar tudo com a lente de Deus descobrindo como tudo concorre para o bem dos que amam a Deus.

Desde já, como consequência, continuemos servindo e amando, buscando a cada dia fazer a vontade de Deus quer seja em nossas famílias, paróquias, trabalho ou onde estejamos! Acolhamos e levemos o Reino de Deus a tantos que ainda não buscam. Vale a pena dar a vida no seguimento de Jesus e ser Sua testemunha anunciando sua Palavra e seu amor. Deus nos abençoe e nos faça entregar nossa vida alegremente a Ele e sempre estarmos N’Ele.

 

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro