Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

‘Impendam et superimpendar’

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07/07/2017 14:40 - Atualizado em 07/07/2017 14:40

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07/07/2017 14:40 - Atualizado em 07/07/2017 14:40

“Com todo o prazer eu me gastarei e desgastarei por vós” (2Cor 12,15) foi o texto bíblico escolhido para lema episcopal daquele a quem recordamos neste domingo em que celebramos os cinco anos de sua Páscoa: o arcebispo emérito de São Sebastião do Rio de Janeiro, Cardeal Eugenio de Araujo Sales.

No dia 9 de julho de 2012, recebemos a triste e confortadora notícia de sua partida para a Casa do Pai. Triste, porque, como humanos que somos, lamentamos não ter mais entre nós alguém que tão bem fez à nossa Igreja Particular, não somente enquanto pastor titular de nossa sede episcopal, mas também depois de renunciar ao seu governo, pois viveu como alguém que não renunciou, mas continuou servindo, de outro modo, à mesma Igreja. Confortadora, porque, crendo na ressurreição, conforme a promessa do Senhor (Jo 11,25), sabemos que para todo aquele que combate o bom combate, completa a corrida e guarda a fé, está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, dará naquele dia aos que desejam sua manifestação (cf. 2Tm 4,7-8). Quanto mais, tendo ele exercido com fidelidade o múnus de pastor, conforme a vontade do Senhor, podia esperar receber a coroa de glória das mãos do Supremo Pastor (1Pd 5,4).

Característica em seu modo de agir era a irrestrita fidelidade ao Magistério da Igreja e ao Santo Padre. Em suas homilias, com grande profundidade e brevíssimo tempo, mesmo em solenidades importantes, não raras vezes sintetizava documentos da Igreja ou mensagens do Papa, para que os fiéis, de modo geral, pudessem absorver seu conteúdo e transformá-lo em vida concreta; nele se via a “nobre simplicidade”, de que fala a Constituição “Sacrosanctum Concilium” n. 34, ao envergar os paramentos sagrados; foi o idealizador e o grande dinamizador de inúmeras ações pastorais em nossa arquidiocese, implementadas no decorrer dos mais de 30 anos de serviço pastoral à frente de nossa Igreja.

Em virtude de sua amizade com São João Paulo II, foi uma honra para todos os cariocas vê-lo presidindo uma das missas nos funerais do mesmo, bem como uma imensa alegria vê-los reunidos no Rio de Janeiro, tanto em 1980 como em 1997, quando aconteceu o II Encontro Mundial com as Famílias. Homem de fibra, assumiu a Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1971, durante o regime militar, e soube, com firmeza e coragem, anunciar o Evangelho sem comprometê-lo com nenhuma causa paralela. Conversava com todas as esferas sociais, sem se deixar prender por favores. Acolheu na própria residência oficial, Palácio São Joaquim, os refugiados políticos de vários países.

Como arcebispo, acompanhou as grandes mudanças pelas quais a sociedade carioca passou, empenhando-se fortemente na preparação e na celebração do Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Grande fomentador das vocações sacerdotais, ordenou grande número dos sacerdotes que atuam hoje em nossa arquidiocese, bem como acolheu no seminário, a pedido de outros bispos, seminaristas de outras dioceses do Brasil, que aqui tiveram sua formação sacerdotal. Mensalmente, visitava o seminário, celebrando a Eucaristia e dirigindo sua palavra aos seminaristas. Outra de suas características marcantes era a pontualidade. Nenhum compromisso com ele se iniciava fora do horário. Respeitava religiosamente o horário, tanto de início como de fim, nas celebrações, palestras, reuniões ou quaisquer outras atividades.

Rezemos hoje, pedindo ao Senhor, que recompense sua generosidade e dedicação, cujos frutos colhemos em nossos dias. Requiescat in pace!

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07/07/2017 14:40 - Atualizado em 07/07/2017 14:40

“Com todo o prazer eu me gastarei e desgastarei por vós” (2Cor 12,15) foi o texto bíblico escolhido para lema episcopal daquele a quem recordamos neste domingo em que celebramos os cinco anos de sua Páscoa: o arcebispo emérito de São Sebastião do Rio de Janeiro, Cardeal Eugenio de Araujo Sales.

No dia 9 de julho de 2012, recebemos a triste e confortadora notícia de sua partida para a Casa do Pai. Triste, porque, como humanos que somos, lamentamos não ter mais entre nós alguém que tão bem fez à nossa Igreja Particular, não somente enquanto pastor titular de nossa sede episcopal, mas também depois de renunciar ao seu governo, pois viveu como alguém que não renunciou, mas continuou servindo, de outro modo, à mesma Igreja. Confortadora, porque, crendo na ressurreição, conforme a promessa do Senhor (Jo 11,25), sabemos que para todo aquele que combate o bom combate, completa a corrida e guarda a fé, está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, dará naquele dia aos que desejam sua manifestação (cf. 2Tm 4,7-8). Quanto mais, tendo ele exercido com fidelidade o múnus de pastor, conforme a vontade do Senhor, podia esperar receber a coroa de glória das mãos do Supremo Pastor (1Pd 5,4).

Característica em seu modo de agir era a irrestrita fidelidade ao Magistério da Igreja e ao Santo Padre. Em suas homilias, com grande profundidade e brevíssimo tempo, mesmo em solenidades importantes, não raras vezes sintetizava documentos da Igreja ou mensagens do Papa, para que os fiéis, de modo geral, pudessem absorver seu conteúdo e transformá-lo em vida concreta; nele se via a “nobre simplicidade”, de que fala a Constituição “Sacrosanctum Concilium” n. 34, ao envergar os paramentos sagrados; foi o idealizador e o grande dinamizador de inúmeras ações pastorais em nossa arquidiocese, implementadas no decorrer dos mais de 30 anos de serviço pastoral à frente de nossa Igreja.

Em virtude de sua amizade com São João Paulo II, foi uma honra para todos os cariocas vê-lo presidindo uma das missas nos funerais do mesmo, bem como uma imensa alegria vê-los reunidos no Rio de Janeiro, tanto em 1980 como em 1997, quando aconteceu o II Encontro Mundial com as Famílias. Homem de fibra, assumiu a Arquidiocese do Rio de Janeiro em 1971, durante o regime militar, e soube, com firmeza e coragem, anunciar o Evangelho sem comprometê-lo com nenhuma causa paralela. Conversava com todas as esferas sociais, sem se deixar prender por favores. Acolheu na própria residência oficial, Palácio São Joaquim, os refugiados políticos de vários países.

Como arcebispo, acompanhou as grandes mudanças pelas quais a sociedade carioca passou, empenhando-se fortemente na preparação e na celebração do Jubileu dos 2000 anos do nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Grande fomentador das vocações sacerdotais, ordenou grande número dos sacerdotes que atuam hoje em nossa arquidiocese, bem como acolheu no seminário, a pedido de outros bispos, seminaristas de outras dioceses do Brasil, que aqui tiveram sua formação sacerdotal. Mensalmente, visitava o seminário, celebrando a Eucaristia e dirigindo sua palavra aos seminaristas. Outra de suas características marcantes era a pontualidade. Nenhum compromisso com ele se iniciava fora do horário. Respeitava religiosamente o horário, tanto de início como de fim, nas celebrações, palestras, reuniões ou quaisquer outras atividades.

Rezemos hoje, pedindo ao Senhor, que recompense sua generosidade e dedicação, cujos frutos colhemos em nossos dias. Requiescat in pace!

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé