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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“O culto da Bem-Aventurada Virgem Maria”

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“O culto da Bem-Aventurada Virgem Maria”

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20/09/2013 15:50 - Atualizado em 23/09/2013 16:10

“O culto da Bem-Aventurada Virgem Maria” 0

20/09/2013 15:50 - Atualizado em 23/09/2013 16:10

De acordo com o nº 66 da Lumen Gentium, “Maria foi exaltada pela graça de Deus acima de todos os anjos e de todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus e, como tal, haver participado nos Mistérios de Cristo: por isso, a Igreja a honra com culto especial”. Vejamos que culto é este prestado pela Igreja em honra à Virgem.

 

Desde sempre

A Exortação Apostólica MarialisCultus afirma no nº15 que “o culto que a Igreja universal tributa hoje à Santíssima Virgem é derivação, prolongamento e acréscimo incessante daquele mesmo culto que a Igreja de todos os tempos lhe rendeu, com escrupuloso estudo da verdade e com uma sempre vigilante nobreza de formas”.

Na verdade, a presença de Maria na Liturgia se dá desde as primeiras homilias que utilizavam os textos bíblicos que dela falavam, destacando-se, indubitavelmente, o cântico do Magnificat (Lc 1,46-55). Já no século II, encontramos numa homilia, de Melitão de Sardes, sobre a Páscoa, o título de “ovelha sem mancha” aplicado a Maria. No século III, temos na Tradição Apostólica, de Hipólito de Roma, menções a Virgem em textos de cunho batismal (profissão de fé na Encarnação) e eucarístico. As solenidades do Natal e da Epifania no seu desenvolvimento deram espaço para a reflexão sobre o papel de Maria na História da Salvação. A partir do Concílio de Éfeso (431) se desenvolveu mais o culto em honra à Virgem, Mãe de Deus.

Do século III é ainda uma das orações marianas mais antigas e que hoje a rezamos assim: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos; óVirgem gloriosa e bendita”.

 

A participação de Maria nos mistérios de Cristo

Sem dúvida a base de todo culto mariano é a intima relação de Maria com seu Filho Jesus. A Liturgia apresenta as festas marianas no decorre da memória que o Ano Litúrgico faz da vida de Cristo, revelando, assim, o conteúdo salvífico presente nos eventos ocorridos com Maria. Desta forma, podemos dividir em três grupos as celebrações marianas: as Solenidades dogmáticas; as Festas de conteúdo bíblico-teológico; e as memórias de acordo com as devoções.

As quatro Solenidades são Imaculada Conceição de Maria (8 de dezembro); Maria, Mãe de Deus (1 de janeiro); Anunciação do Senhor (25 de março); e, Assunção de Maria (15 de agosto). As festas são Apresentação do Senhor (2 de fevereiro); Visitação de Nossa Senhora (31 de maio);e, Nascimento da Virgem (8 de setembro). As memórias são Nossa Senhora de Lourdes (11 de fevereiro); Imaculado Coração de Maria (sábado após o segundo Domingo depois de Pentecostes); Nossa Senhora do Monte Carmelo (16 de Julho); Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior (5 de agosto);Maria, Rainha do Céu (oito dias após a Solenidade da Assunção); Nossa Senhora das dores (15 de setembro); e, Nossa Senhora do Rosário (7 de outubro). No Brasil, ganha caráter de Solenidade a celebração de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (12 de outubro).

 

A Virgem Maria como modelo para a Igreja

A Virgem Maria é apresentada como modelo de atitude de culto porque sua vida está marcada pela escuta da Palavra, pelo diálogo, pela oferta de sua vida e pela geração de Jesus. Desta maneira, ela é apresentada como mestra de espiritualidade. De fato, a vida de Maria é marcada pela inspiração e moção do Espírito de Deus. Assim, todo crente e toda a Igreja tem em Maria um ícone de uma pessoa obediente ao Pai, geradora de Cristo no mundo e repleta do Espírito.

 

Os exercícios de piedade

Devendo estar em profunda consonância com a Liturgia, os exercícios de piedade, que foram sendo cunhados ao longo dos séculos e que chegaram até nos, são uma demonstração da piedade mariana. Os dois exercícios mais comuns são a oração do angelus e o rosário. A oração do angelus tem como motivação contemplar o Mistério da Encarnação no qual Maria teve participação pelo seu “Sim”. Muitos guardam o costume de rezá-lo pela manhã, ao meio-dia e às 18h. O Rosário, nascido dentro das experiências da Ordem dos Pregadores, procura contemplar os Mistérios da Encarnação (gozosos), do Ministério Público (luminosos); da Paixão e Morte (dolorosos) e da Ressurreição e Glorificação (gloriosos) de Cristo e a participação de Maria Santíssima neles. Estas duas orações podem se beneficiar bastante de sua base bíblica e, também, encaminhar os fiéis para a celebração da Liturgia.

 

Que tipo de culto é este dado à Maria?

O próprio compêndio do Catecismo nos responde de forma sucinta e completa: “é um culto singular, mas difere essencialmente do culto de adoração prestado somente à Santíssima Trindade. Esse culto de especial veneração encontra particular expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o Santo Rosário, resumo de todo o Evangelho”.

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, conferir o parágrafo 971 do CIC; o Compêndio do Catecismo, pergunta 198; o Youcat, pergunta 149; e, aLumen Gentium, nº 66 e 67.

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“O culto da Bem-Aventurada Virgem Maria”

20/09/2013 15:50 - Atualizado em 23/09/2013 16:10

De acordo com o nº 66 da Lumen Gentium, “Maria foi exaltada pela graça de Deus acima de todos os anjos e de todos os homens, logo abaixo de seu Filho, por ser a Mãe Santíssima de Deus e, como tal, haver participado nos Mistérios de Cristo: por isso, a Igreja a honra com culto especial”. Vejamos que culto é este prestado pela Igreja em honra à Virgem.

 

Desde sempre

A Exortação Apostólica MarialisCultus afirma no nº15 que “o culto que a Igreja universal tributa hoje à Santíssima Virgem é derivação, prolongamento e acréscimo incessante daquele mesmo culto que a Igreja de todos os tempos lhe rendeu, com escrupuloso estudo da verdade e com uma sempre vigilante nobreza de formas”.

Na verdade, a presença de Maria na Liturgia se dá desde as primeiras homilias que utilizavam os textos bíblicos que dela falavam, destacando-se, indubitavelmente, o cântico do Magnificat (Lc 1,46-55). Já no século II, encontramos numa homilia, de Melitão de Sardes, sobre a Páscoa, o título de “ovelha sem mancha” aplicado a Maria. No século III, temos na Tradição Apostólica, de Hipólito de Roma, menções a Virgem em textos de cunho batismal (profissão de fé na Encarnação) e eucarístico. As solenidades do Natal e da Epifania no seu desenvolvimento deram espaço para a reflexão sobre o papel de Maria na História da Salvação. A partir do Concílio de Éfeso (431) se desenvolveu mais o culto em honra à Virgem, Mãe de Deus.

Do século III é ainda uma das orações marianas mais antigas e que hoje a rezamos assim: “À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades; mas livrai-nos sempre de todos os perigos; óVirgem gloriosa e bendita”.

 

A participação de Maria nos mistérios de Cristo

Sem dúvida a base de todo culto mariano é a intima relação de Maria com seu Filho Jesus. A Liturgia apresenta as festas marianas no decorre da memória que o Ano Litúrgico faz da vida de Cristo, revelando, assim, o conteúdo salvífico presente nos eventos ocorridos com Maria. Desta forma, podemos dividir em três grupos as celebrações marianas: as Solenidades dogmáticas; as Festas de conteúdo bíblico-teológico; e as memórias de acordo com as devoções.

As quatro Solenidades são Imaculada Conceição de Maria (8 de dezembro); Maria, Mãe de Deus (1 de janeiro); Anunciação do Senhor (25 de março); e, Assunção de Maria (15 de agosto). As festas são Apresentação do Senhor (2 de fevereiro); Visitação de Nossa Senhora (31 de maio);e, Nascimento da Virgem (8 de setembro). As memórias são Nossa Senhora de Lourdes (11 de fevereiro); Imaculado Coração de Maria (sábado após o segundo Domingo depois de Pentecostes); Nossa Senhora do Monte Carmelo (16 de Julho); Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior (5 de agosto);Maria, Rainha do Céu (oito dias após a Solenidade da Assunção); Nossa Senhora das dores (15 de setembro); e, Nossa Senhora do Rosário (7 de outubro). No Brasil, ganha caráter de Solenidade a celebração de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (12 de outubro).

 

A Virgem Maria como modelo para a Igreja

A Virgem Maria é apresentada como modelo de atitude de culto porque sua vida está marcada pela escuta da Palavra, pelo diálogo, pela oferta de sua vida e pela geração de Jesus. Desta maneira, ela é apresentada como mestra de espiritualidade. De fato, a vida de Maria é marcada pela inspiração e moção do Espírito de Deus. Assim, todo crente e toda a Igreja tem em Maria um ícone de uma pessoa obediente ao Pai, geradora de Cristo no mundo e repleta do Espírito.

 

Os exercícios de piedade

Devendo estar em profunda consonância com a Liturgia, os exercícios de piedade, que foram sendo cunhados ao longo dos séculos e que chegaram até nos, são uma demonstração da piedade mariana. Os dois exercícios mais comuns são a oração do angelus e o rosário. A oração do angelus tem como motivação contemplar o Mistério da Encarnação no qual Maria teve participação pelo seu “Sim”. Muitos guardam o costume de rezá-lo pela manhã, ao meio-dia e às 18h. O Rosário, nascido dentro das experiências da Ordem dos Pregadores, procura contemplar os Mistérios da Encarnação (gozosos), do Ministério Público (luminosos); da Paixão e Morte (dolorosos) e da Ressurreição e Glorificação (gloriosos) de Cristo e a participação de Maria Santíssima neles. Estas duas orações podem se beneficiar bastante de sua base bíblica e, também, encaminhar os fiéis para a celebração da Liturgia.

 

Que tipo de culto é este dado à Maria?

O próprio compêndio do Catecismo nos responde de forma sucinta e completa: “é um culto singular, mas difere essencialmente do culto de adoração prestado somente à Santíssima Trindade. Esse culto de especial veneração encontra particular expressão nas festas litúrgicas dedicadas à Mãe de Deus e na oração mariana, como o Santo Rosário, resumo de todo o Evangelho”.

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, conferir o parágrafo 971 do CIC; o Compêndio do Catecismo, pergunta 198; o Youcat, pergunta 149; e, aLumen Gentium, nº 66 e 67.

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida