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15 de Maio de 2024

Biomas e defesa da vida

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Biomas e defesa da vida

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19/03/2017 00:00 - Atualizado em 02/05/2017 16:37

Biomas e defesa da vida 0

19/03/2017 00:00 - Atualizado em 02/05/2017 16:37

Na Campanha da Fraternidade de 2017, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos mostra a importância de termos uma visão integradora entre as dimensões sociais e ambientais dos biomas brasileiros, onde a defesa da vida deve ser a referência ética e evangélica que nos move e inspira. Esta visão sistêmica, como aparece na Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco, é fundamental para abordarmos os diferentes biomas de nosso país. Como sabemos, as nossas culturas foram construídas na relação geográfica com estes biomas, muitos deles influenciando sobre a nossa maneira de ver a vida, sentir e agir, como nos lembra a “Laudato Si” n.147 quando fala da ecologia da vida cotidiana. Daí a importância de conhecer e integrar a história dos biomas e das culturas, reconhecendo as marcas identitárias que ambos exercem em nossas vidas.

Nossos biomas, Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos, carregam histórias ambientais e culturais na civilização brasileira, algumas pouco conhecidas, outras resgatadas e divulgadas, e outras que devem servir de inspiração para o mundo urbano em que vivemos, pois expressam valores éticos e cristãos que são fundamentais para a defesa da vida. Neste sentido, o Papa Francisco nos chama a atenção sobre a importância dos povos tradicionais, também denominados de povos dos ecossistemas, na transmissão de alguns valores como a terra, concebida não como um bem econômico, mas como um dom gratuito de Deus, e um espaço sagrado para interação e manutenção da identidade e seus valores (“Laudato Si” n.146). Nesta linha de reflexão, nossos biomas são como dons que recebemos do Deus Criador, um espaço sagrado onde várias formas de vida se interagem, marcando socialmente a identidade das culturas nas regiões amazônicas, no Sudeste, no Centro-Oeste, no nordeste do sul do Brasil. Embora alguns biomas carregam as marcas de uma visão mercantilista e exploratória, o muito e o pouco do que ainda nos resta revelam a relação que os mesmos exercem nas diferentes expressões culturais nas músicas, danças, folclores, religiões, gastronomia e medicina popular. Quando se diz que o Brasil é um país de megabiodiversidade, estamos reconhecendo que possuímos uma enorme riqueza ambiental e cultural, existente em poucas partes do mundo.

Defender a vida de nossos biomas é procurar tomar consciência da riqueza deste patrimônio ecológico e cultural que o Criador colocou em nossas mãos para ser preservado e cuidado com amor. Segundo o Papa Francisco, a nova ética ecológica deve nos ajudar a crescer na solidariedade, na responsabilidade e no cuidado com a casa comum (“Laudato Si”, n.210), valores estes que devemos aplicá-los na defesa da vida de nossos biomas e culturas.

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Biomas e defesa da vida

19/03/2017 00:00 - Atualizado em 02/05/2017 16:37

Na Campanha da Fraternidade de 2017, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nos mostra a importância de termos uma visão integradora entre as dimensões sociais e ambientais dos biomas brasileiros, onde a defesa da vida deve ser a referência ética e evangélica que nos move e inspira. Esta visão sistêmica, como aparece na Encíclica “Laudato Si” do Papa Francisco, é fundamental para abordarmos os diferentes biomas de nosso país. Como sabemos, as nossas culturas foram construídas na relação geográfica com estes biomas, muitos deles influenciando sobre a nossa maneira de ver a vida, sentir e agir, como nos lembra a “Laudato Si” n.147 quando fala da ecologia da vida cotidiana. Daí a importância de conhecer e integrar a história dos biomas e das culturas, reconhecendo as marcas identitárias que ambos exercem em nossas vidas.

Nossos biomas, Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos, carregam histórias ambientais e culturais na civilização brasileira, algumas pouco conhecidas, outras resgatadas e divulgadas, e outras que devem servir de inspiração para o mundo urbano em que vivemos, pois expressam valores éticos e cristãos que são fundamentais para a defesa da vida. Neste sentido, o Papa Francisco nos chama a atenção sobre a importância dos povos tradicionais, também denominados de povos dos ecossistemas, na transmissão de alguns valores como a terra, concebida não como um bem econômico, mas como um dom gratuito de Deus, e um espaço sagrado para interação e manutenção da identidade e seus valores (“Laudato Si” n.146). Nesta linha de reflexão, nossos biomas são como dons que recebemos do Deus Criador, um espaço sagrado onde várias formas de vida se interagem, marcando socialmente a identidade das culturas nas regiões amazônicas, no Sudeste, no Centro-Oeste, no nordeste do sul do Brasil. Embora alguns biomas carregam as marcas de uma visão mercantilista e exploratória, o muito e o pouco do que ainda nos resta revelam a relação que os mesmos exercem nas diferentes expressões culturais nas músicas, danças, folclores, religiões, gastronomia e medicina popular. Quando se diz que o Brasil é um país de megabiodiversidade, estamos reconhecendo que possuímos uma enorme riqueza ambiental e cultural, existente em poucas partes do mundo.

Defender a vida de nossos biomas é procurar tomar consciência da riqueza deste patrimônio ecológico e cultural que o Criador colocou em nossas mãos para ser preservado e cuidado com amor. Segundo o Papa Francisco, a nova ética ecológica deve nos ajudar a crescer na solidariedade, na responsabilidade e no cuidado com a casa comum (“Laudato Si”, n.210), valores estes que devemos aplicá-los na defesa da vida de nossos biomas e culturas.

Pe. Josafá Carlos de Siqueira
Autor

Pe. Josafá Carlos de Siqueira

Reitor da PUC-Rio