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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Eterna é a sua misericórdia!

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Eterna é a sua misericórdia!

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21/04/2017 09:39 - Atualizado em 21/04/2017 09:39

Eterna é a sua misericórdia! 0

21/04/2017 09:39 - Atualizado em 21/04/2017 09:39

Desde o ano 2000, o segundo domingo da Páscoa ficou conhecido por toda a Igreja como o Domingo da Divina Misericórdia. Segundo a tradição, este sempre foi chamado de Domingo in albis, ou seja, “nas vestes brancas”. Os que eram batizados na Vigília Pascal retornavam à igreja neste dia, ainda com a veste batismal, que era deposta naquela ocasião. Certamente, a misericórdia é o tema central da celebração eucarística deste dia.

Ainda ecoa em nossos ouvidos o refrão que cantávamos no ano passado: In aeternum misericordia eius! (Eterna é a sua misericórdia!) Todos fomos chamados a, experimentando a misericórdia divina, transmiti-la a todos que encontrarmos em nossos caminhos. Porém, é importante recordar que misericórdia é mais que perdão. O perdão é uma das expressões da misericórdia: ela se expressa no cuidado de Deus para com a criação e para conosco, em conservar nossa vida, em nos sustentar nas tribulações, em nos inspirar coragem diante dos desafios, e também acolhendo nossa fraqueza ao nos perdoar.

Por isso, podemos afirmar que Jesus é a misericórdia de Deus que se manifestou na plenitude dos tempos (Gl 4,4). São Paulo nos diz: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos escolheu n’Ele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,3s). Desde a criação do mundo, Deus nos desejou santos, e por isso, não obstante o pecado, continuou a amar-nos e nos deu a prova do seu amor (Rm 5,8) ao enviar-nos sua misericórdia, que se fez carne, tornando-se visível e sensível.

Ora, se é desejo de Deus que tenhamos vida em plenitude, e no-la dá por meio de seu Filho (Jo 3,16), também nos convida a transmitirmos a mesma vida aos nossos irmãos e irmãs, sendo misericordiosos como Ele é (Lc 6,36), ou seja, transmitindo a vida, Jesus (Jo 14,6), a quem ainda não O conhece. Este é o exemplo que os santos e, especialmente, os mártires, nos deram com sua vida e sua morte.

Celebramos também, neste dia 23 de abril, o martírio de São Jorge, santo guerreiro, tão querido do povo carioca. Sabemos que foi martirizado pela sua fé e amor a Jesus Cristo. No entanto, a imagem que nos recorda seu testemunho é uma imagem vitoriosa: ele está com sua amadura, invicto, derrotando o dragão com sua lança. Ora, nós que fomos batizados, fomos revestidos de Cristo (Gl 3,27). Não há melhor armadura que aquela com a qual fomos revestidos no nosso Batismo (Ef 6,13-17). Somente por meio dela, poderemos enfrentar o mal que nos circunda (Ef 6,12).

Vivemos tempos muito difíceis e exigentes, mas não mais que outras épocas. “A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6,34), nos ensinou Jesus. No entanto, como podemos estar prontos para os combates que enfrentamos? Desrespeito à vida, injustiça social, corrupção, violência, degradação cultural e familiar com a ideologia de gênero, intolerância religiosa, muros que separam, intrigas e divisões na própria Igreja. Somente se nos deixarmos ser envolvidos pela misericórdia divina seremos capazes de dar testemunho (martyria) em nosso tempo, fazendo o que os santos mártires, e também São Jorge, fizeram: em todas as ocasiões, anunciar Jesus Cristo e lutar contra o mal.

Cantemos as misericórdias do Senhor e revistamo-nos da coragem que nos dá o Espírito Santo, sobretudo neste tempo sagrado da ressurreição, para darmos um testemunho fiel de Jesus Cristo e de sua vitória sobre todo mal. Lembremo-nos: o Senhor nos precede e nos acompanha com sua graça, porque eterna é a sua misericórdia.

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Eterna é a sua misericórdia!

21/04/2017 09:39 - Atualizado em 21/04/2017 09:39

Desde o ano 2000, o segundo domingo da Páscoa ficou conhecido por toda a Igreja como o Domingo da Divina Misericórdia. Segundo a tradição, este sempre foi chamado de Domingo in albis, ou seja, “nas vestes brancas”. Os que eram batizados na Vigília Pascal retornavam à igreja neste dia, ainda com a veste batismal, que era deposta naquela ocasião. Certamente, a misericórdia é o tema central da celebração eucarística deste dia.

Ainda ecoa em nossos ouvidos o refrão que cantávamos no ano passado: In aeternum misericordia eius! (Eterna é a sua misericórdia!) Todos fomos chamados a, experimentando a misericórdia divina, transmiti-la a todos que encontrarmos em nossos caminhos. Porém, é importante recordar que misericórdia é mais que perdão. O perdão é uma das expressões da misericórdia: ela se expressa no cuidado de Deus para com a criação e para conosco, em conservar nossa vida, em nos sustentar nas tribulações, em nos inspirar coragem diante dos desafios, e também acolhendo nossa fraqueza ao nos perdoar.

Por isso, podemos afirmar que Jesus é a misericórdia de Deus que se manifestou na plenitude dos tempos (Gl 4,4). São Paulo nos diz: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos escolheu n’Ele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante de seus olhos” (Ef 1,3s). Desde a criação do mundo, Deus nos desejou santos, e por isso, não obstante o pecado, continuou a amar-nos e nos deu a prova do seu amor (Rm 5,8) ao enviar-nos sua misericórdia, que se fez carne, tornando-se visível e sensível.

Ora, se é desejo de Deus que tenhamos vida em plenitude, e no-la dá por meio de seu Filho (Jo 3,16), também nos convida a transmitirmos a mesma vida aos nossos irmãos e irmãs, sendo misericordiosos como Ele é (Lc 6,36), ou seja, transmitindo a vida, Jesus (Jo 14,6), a quem ainda não O conhece. Este é o exemplo que os santos e, especialmente, os mártires, nos deram com sua vida e sua morte.

Celebramos também, neste dia 23 de abril, o martírio de São Jorge, santo guerreiro, tão querido do povo carioca. Sabemos que foi martirizado pela sua fé e amor a Jesus Cristo. No entanto, a imagem que nos recorda seu testemunho é uma imagem vitoriosa: ele está com sua amadura, invicto, derrotando o dragão com sua lança. Ora, nós que fomos batizados, fomos revestidos de Cristo (Gl 3,27). Não há melhor armadura que aquela com a qual fomos revestidos no nosso Batismo (Ef 6,13-17). Somente por meio dela, poderemos enfrentar o mal que nos circunda (Ef 6,12).

Vivemos tempos muito difíceis e exigentes, mas não mais que outras épocas. “A cada dia basta o seu cuidado” (Mt 6,34), nos ensinou Jesus. No entanto, como podemos estar prontos para os combates que enfrentamos? Desrespeito à vida, injustiça social, corrupção, violência, degradação cultural e familiar com a ideologia de gênero, intolerância religiosa, muros que separam, intrigas e divisões na própria Igreja. Somente se nos deixarmos ser envolvidos pela misericórdia divina seremos capazes de dar testemunho (martyria) em nosso tempo, fazendo o que os santos mártires, e também São Jorge, fizeram: em todas as ocasiões, anunciar Jesus Cristo e lutar contra o mal.

Cantemos as misericórdias do Senhor e revistamo-nos da coragem que nos dá o Espírito Santo, sobretudo neste tempo sagrado da ressurreição, para darmos um testemunho fiel de Jesus Cristo e de sua vitória sobre todo mal. Lembremo-nos: o Senhor nos precede e nos acompanha com sua graça, porque eterna é a sua misericórdia.

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé