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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

O céu e a Terra proclamam vossa glória!

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O céu e a Terra proclamam vossa glória!

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07/04/2017 15:34 - Atualizado em 07/04/2017 15:35

O céu e a Terra proclamam vossa glória! 0

07/04/2017 15:34 - Atualizado em 07/04/2017 15:35

Em cada Eucaristia que celebramos aclamamos ao Senhor: “Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo!O céu e a Terra proclamam a vossa glória! Hosana nas alturas! O texto latino nos recorda: “Pleni sunt caeli et terra gloria tua” (“O céu e a terra estão cheios da vossa glória”). Ao comemorarmos, no início da Semana Santa, a entrada do Senhor em Jesuralém, repetimos o mesmo gesto que o povo fez: com ramos nas mãos, aclamamos a Cristo como o Rei de Israel, o que vem em nome do Senhor.

Para nós, católicos brasileiros, o Domingo de Ramos é também o dia em que fazemos a coleta em prol da Campanha da Fraternidade, que este ano nos alertou para a preservação dos nossos biomas. Como nós, toda a criação vem da mão de Deus (cf. Gn 1), e nos foi confiada para que cuidássemos dela (Gn 1,28). Por isso, assim como a Quaresma tem nos ajudado em nosso processo de conversão pessoal para celebrarmos a Ressurreição, a Campanha da Fraternidade quer abrir nossos olhos para a conversão necessária, a fim de que a criação, que ficou sujeita à nossa vaidade, seja libertada e participe da liberdade e da glória dos filhos de Deus (cf. Rm 8,20s).

Ao preservar os biomas e conscientizar outras pessoas sobre o uso responsável dos recursos naturais, também aclamamos o Senhor Jesus como Rei, pois “tudo foi feito por meio dele e sem ele nada se fez” (Jo 1,3). Não sem razão, trazemos para esta liturgia, com a qual se abre a Semana Santa, os ramos, recordando que “nós, e, por nossa voz, tudo o que criastes, celebramos o vosso nome” (Or. Euc. IV, Prefácio).

Chegada a procissão à igreja onde será celebrada a missa, o tom da celebração se modifica: é o Domingo da Paixão. Ouvimos o relato da Paixão do Senhor, e nos concentramos neste mistério central: o nosso Rei vitorioso é o Cordeiro imolado. “Estive morto, mas agora vivo eternamente” (Ap 1,18), diz o Senhor. Na comemoração da Paixão, celebramos a Ressurreição. No hoje fixamos os olhos no futuro.

Também a liturgia da Paixão nos deve mover ao desejo de adorar o Senhor e de servi-lo em todas as suas criaturas, preservando a criação: somos homens redimidos, que passam pelas cruzes da vida com os olhos no fim, no éschaton. É em virtude da promessa que nos aguarda que, já agora, somos chamados a viver a vida nova que recebemos pelo sacrifício de Jesus.

É urgente que nos conscientizemos de que não é possível nos eximir de refletir e agir a respeito dos biomas: se descuidamos na sua preservação, estamos traindo o Senhor, como Judas; se ignoramos a reflexão trazida pela Campanha da Fraternidade, o negamos como Pedro; se nos omitimos nas ações concretas ou na conscientização de outros, estamos lavando nossas mãos, como Pilatos. Não deixemos que, pelas nossas mãos, as dores e os sofrimentos pelos quais o Senhor passou por amor de nós se estendam à criação e a nós mesmos, que dela dependemos para manter a vida.

Olhemos com amor para tudo o que o Senhor fez por nós; desprendamo-nos de nosso comodismo para nos abrir ao outro, lembrando que só é possível amar a Deus, que não vemos, se amamos nosso próximo, que vemos (cf. 1Jo 4,20), e este amor também se expressa no cuidado com a casa que Deus nos deu como dom “para que tenhamos vida em plenitude” (Jo 10,10).

Comprometendo-nos em tornar sempre mais viva em nossos corações a reflexão e ações concretas para preservar os dons de Deus, aclamemos o Senhor com toda a Criação, aguardando o dia da sua vinda gloriosa: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”.

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O céu e a Terra proclamam vossa glória!

07/04/2017 15:34 - Atualizado em 07/04/2017 15:35

Em cada Eucaristia que celebramos aclamamos ao Senhor: “Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo!O céu e a Terra proclamam a vossa glória! Hosana nas alturas! O texto latino nos recorda: “Pleni sunt caeli et terra gloria tua” (“O céu e a terra estão cheios da vossa glória”). Ao comemorarmos, no início da Semana Santa, a entrada do Senhor em Jesuralém, repetimos o mesmo gesto que o povo fez: com ramos nas mãos, aclamamos a Cristo como o Rei de Israel, o que vem em nome do Senhor.

Para nós, católicos brasileiros, o Domingo de Ramos é também o dia em que fazemos a coleta em prol da Campanha da Fraternidade, que este ano nos alertou para a preservação dos nossos biomas. Como nós, toda a criação vem da mão de Deus (cf. Gn 1), e nos foi confiada para que cuidássemos dela (Gn 1,28). Por isso, assim como a Quaresma tem nos ajudado em nosso processo de conversão pessoal para celebrarmos a Ressurreição, a Campanha da Fraternidade quer abrir nossos olhos para a conversão necessária, a fim de que a criação, que ficou sujeita à nossa vaidade, seja libertada e participe da liberdade e da glória dos filhos de Deus (cf. Rm 8,20s).

Ao preservar os biomas e conscientizar outras pessoas sobre o uso responsável dos recursos naturais, também aclamamos o Senhor Jesus como Rei, pois “tudo foi feito por meio dele e sem ele nada se fez” (Jo 1,3). Não sem razão, trazemos para esta liturgia, com a qual se abre a Semana Santa, os ramos, recordando que “nós, e, por nossa voz, tudo o que criastes, celebramos o vosso nome” (Or. Euc. IV, Prefácio).

Chegada a procissão à igreja onde será celebrada a missa, o tom da celebração se modifica: é o Domingo da Paixão. Ouvimos o relato da Paixão do Senhor, e nos concentramos neste mistério central: o nosso Rei vitorioso é o Cordeiro imolado. “Estive morto, mas agora vivo eternamente” (Ap 1,18), diz o Senhor. Na comemoração da Paixão, celebramos a Ressurreição. No hoje fixamos os olhos no futuro.

Também a liturgia da Paixão nos deve mover ao desejo de adorar o Senhor e de servi-lo em todas as suas criaturas, preservando a criação: somos homens redimidos, que passam pelas cruzes da vida com os olhos no fim, no éschaton. É em virtude da promessa que nos aguarda que, já agora, somos chamados a viver a vida nova que recebemos pelo sacrifício de Jesus.

É urgente que nos conscientizemos de que não é possível nos eximir de refletir e agir a respeito dos biomas: se descuidamos na sua preservação, estamos traindo o Senhor, como Judas; se ignoramos a reflexão trazida pela Campanha da Fraternidade, o negamos como Pedro; se nos omitimos nas ações concretas ou na conscientização de outros, estamos lavando nossas mãos, como Pilatos. Não deixemos que, pelas nossas mãos, as dores e os sofrimentos pelos quais o Senhor passou por amor de nós se estendam à criação e a nós mesmos, que dela dependemos para manter a vida.

Olhemos com amor para tudo o que o Senhor fez por nós; desprendamo-nos de nosso comodismo para nos abrir ao outro, lembrando que só é possível amar a Deus, que não vemos, se amamos nosso próximo, que vemos (cf. 1Jo 4,20), e este amor também se expressa no cuidado com a casa que Deus nos deu como dom “para que tenhamos vida em plenitude” (Jo 10,10).

Comprometendo-nos em tornar sempre mais viva em nossos corações a reflexão e ações concretas para preservar os dons de Deus, aclamemos o Senhor com toda a Criação, aguardando o dia da sua vinda gloriosa: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!”.

Autor

Cristiano Holtz Peixoto

Editorialista do Jornal Testemunho de Fé