Arquidiocese do Rio de Janeiro

34º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“A morte de Jesus”

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do e-mail.
E-mail enviado com sucesso.

17 de Maio de 2024

“A morte de Jesus”

Se você encontrou erro neste texto ou nesta página, por favor preencha os campos abaixo. O link da página será enviado automaticamente a ArqRio.

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do erro.
Erro relatado com sucesso, obrigado.

20/09/2013 15:43 - Atualizado em 23/09/2013 16:04

“A morte de Jesus” 0

20/09/2013 15:43 - Atualizado em 23/09/2013 16:04

No nosso Símbolo da Fé proclamamos que Jesus “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”. Estas afirmações possuem um denso conteúdo e nos auxiliam a compreender o sentido de nossa Redenção. A entrega voluntária do Senhor na cruz é ponto central do Evangelho pregado pela Igreja. “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (ICor 15,3). Vejamos, agora, o que significa o mistério da sua morte.

 

Ele morreu crucificado

Se observarmos os textos dos Evangelhos, vamos perceber que a causa da condenação de Jesus foi a blasfêmia. Ele, no entender do Sinédrio, dizia ser “Filho de Deus” (Mt 26,65; Mc 14,64; Lc 22,71). Ora, a punição devida para um blasfemador era a morte (Lv 24,16; Mt 26,66). Além disto, as autoridades judaicas entregaram no aos romanos, como se ele fosse um líder contra as forças imperiais (Mc 15,1; Lc 23,1-2.5).  Desta forma, depois de inquirir o povo de Jerusalém sobre a libertação de um prisioneiro (Mt 17,27; Mc 15,12), o governador Pôncio Pilatos manda flagelar e crucificar Jesus por ter-se feito “Rei dos Judeus” (Mt 27,26.37; Mc 15,15.26; 23,24), satisfazendo assim a intenção do sumo sacerdote e dos demais anciãos do povo.

 

A entrega voluntária de Jesus a morte

Apesar das acusações e da condenação de Jesus, sua morte não se deve a um conjunto de circunstâncias. Em todo o tempo, o Novo Testamento nos afirma que Ele se entregou voluntariamente na Cruz para redimir os pecados da humanidade (Jo 10, 17; Mt 20,28; 1Jo 4,10). O Messias era o Servo Sofredor que em sua morte redentora revelava o Amor divino. A consequência final e mais brutal na vida do homem decaído era a morte. Jesus, fazendo-se homem, mesmo sem ter cometido nenhuma transgressão, se entrega a morte para vencer o pecado e suas consequências e participar, pela fé e pelos sacramentos, esta vitória aos seus discípulos. Assim sendo, a causa mais profunda da morte de Jesus não pode ser imputada aos homens que o condenaram à morte, mas, a toda humanidade pela experiência do pecado.

 

O único sacrifício de Cristo

A obra salvífica de Jesus se desenvolve desde a Encarnação até a Ascensão, encontrando o seu ápice na sua Morte e Ressurreição. A sua Morte, ou a Páscoa da Cruz, possui dois sentidos básicos: ela é o sacrifício pascal e o sacrifício da nova e eterna aliança selado uma única vez. Pelo primeiro sentido, Jesus é sacerdote, vítima e altar, pois, na cruz, Ele oferece a si mesmo no templo do seu corpo ao Pai (Hb 10,10.19-22). Esta entrega é o ato oposto ao de Adão e Eva. Estes queriam ser autônomos diante de Deus, enquanto, Jesus, em sua natureza humana, subordinou tudo a vontade divina.

O segundo sentido é o pacto de amizade firmado pela entrega de Jesus. Deus, querendo selar uma aliança eterna e definitiva com os homens, vem ao nosso encontro em Jesus, manifestando a riqueza de seu amor, de sua misericórdia e de sua justiça (Mt 26,28; Jo 3,16). Apesar da transgressão do pecado, com o sacrifício de Jesus, aparece a benevolência de Deus e a resposta fiel do homem. Doravante, todos os homens vão ser chamados a entrarem na comunhão com o Pai, através da entrega de Cristo na cruz (Fl 3,10.18; Cl 3,3-4).

 

A Vitória de Cristo

A Morte do Senhor na cruz é a sua vitória sobre o pecado, a morte e o demônio. Durante sua vida Ele foi igual aos homens em tudo, exceto no pecado. Sua morte é a entrega de um inocente que carregava sobre si as consequências das transgressões da humanidade. Ela é uma morte vicária e expiatória, na qual se visibiliza o homem sem pecado capaz de se compadecer dos pecados dos seus irmãos. Além disto, a morte não vence Jesus, pois Ele ressuscita! Sobre alguém que já venceu a morte que poder ela ainda teria? O próprio demônio tentou Jesus a se opor ao plano do Pai. Mas, Ele se manteve fiel e, por isso, abriu um novo caminho para os homens vencerem também o pecado, a morte e o demônio.

 

A Eucaristia

No dia anterior ao de sua morte, Jesus antecipou aqueles eventos cruentos na Última Ceia. Lá, Ele instituiu o memorial da sua entrega voluntária, sacrifical e expiatória através das espécies do pão e do vinho, consagrando-os como seu corpo oferecido pelos homens (Lc 22,19) e seu sangue derramado por muitos para remissão dos pecados (Mt 26,28). Assim, a Eucaristia é o sacramento memorial da entrega de Cristo na cruz para a salvação da humanidade.

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, nos 571 até 630; o Compêndio do Catecismo, da pergunta 112 à 124; e, o Youcat, da pergunta 94 até a 103.

 

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

 Mater Ecclesiae e Luz e Vida

Leia os comentários

Deixe seu comentário

Resposta ao comentário de:

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do comentário.
Comentário enviado para aprovação.

“A morte de Jesus”

20/09/2013 15:43 - Atualizado em 23/09/2013 16:04

No nosso Símbolo da Fé proclamamos que Jesus “padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado”. Estas afirmações possuem um denso conteúdo e nos auxiliam a compreender o sentido de nossa Redenção. A entrega voluntária do Senhor na cruz é ponto central do Evangelho pregado pela Igreja. “Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras” (ICor 15,3). Vejamos, agora, o que significa o mistério da sua morte.

 

Ele morreu crucificado

Se observarmos os textos dos Evangelhos, vamos perceber que a causa da condenação de Jesus foi a blasfêmia. Ele, no entender do Sinédrio, dizia ser “Filho de Deus” (Mt 26,65; Mc 14,64; Lc 22,71). Ora, a punição devida para um blasfemador era a morte (Lv 24,16; Mt 26,66). Além disto, as autoridades judaicas entregaram no aos romanos, como se ele fosse um líder contra as forças imperiais (Mc 15,1; Lc 23,1-2.5).  Desta forma, depois de inquirir o povo de Jerusalém sobre a libertação de um prisioneiro (Mt 17,27; Mc 15,12), o governador Pôncio Pilatos manda flagelar e crucificar Jesus por ter-se feito “Rei dos Judeus” (Mt 27,26.37; Mc 15,15.26; 23,24), satisfazendo assim a intenção do sumo sacerdote e dos demais anciãos do povo.

 

A entrega voluntária de Jesus a morte

Apesar das acusações e da condenação de Jesus, sua morte não se deve a um conjunto de circunstâncias. Em todo o tempo, o Novo Testamento nos afirma que Ele se entregou voluntariamente na Cruz para redimir os pecados da humanidade (Jo 10, 17; Mt 20,28; 1Jo 4,10). O Messias era o Servo Sofredor que em sua morte redentora revelava o Amor divino. A consequência final e mais brutal na vida do homem decaído era a morte. Jesus, fazendo-se homem, mesmo sem ter cometido nenhuma transgressão, se entrega a morte para vencer o pecado e suas consequências e participar, pela fé e pelos sacramentos, esta vitória aos seus discípulos. Assim sendo, a causa mais profunda da morte de Jesus não pode ser imputada aos homens que o condenaram à morte, mas, a toda humanidade pela experiência do pecado.

 

O único sacrifício de Cristo

A obra salvífica de Jesus se desenvolve desde a Encarnação até a Ascensão, encontrando o seu ápice na sua Morte e Ressurreição. A sua Morte, ou a Páscoa da Cruz, possui dois sentidos básicos: ela é o sacrifício pascal e o sacrifício da nova e eterna aliança selado uma única vez. Pelo primeiro sentido, Jesus é sacerdote, vítima e altar, pois, na cruz, Ele oferece a si mesmo no templo do seu corpo ao Pai (Hb 10,10.19-22). Esta entrega é o ato oposto ao de Adão e Eva. Estes queriam ser autônomos diante de Deus, enquanto, Jesus, em sua natureza humana, subordinou tudo a vontade divina.

O segundo sentido é o pacto de amizade firmado pela entrega de Jesus. Deus, querendo selar uma aliança eterna e definitiva com os homens, vem ao nosso encontro em Jesus, manifestando a riqueza de seu amor, de sua misericórdia e de sua justiça (Mt 26,28; Jo 3,16). Apesar da transgressão do pecado, com o sacrifício de Jesus, aparece a benevolência de Deus e a resposta fiel do homem. Doravante, todos os homens vão ser chamados a entrarem na comunhão com o Pai, através da entrega de Cristo na cruz (Fl 3,10.18; Cl 3,3-4).

 

A Vitória de Cristo

A Morte do Senhor na cruz é a sua vitória sobre o pecado, a morte e o demônio. Durante sua vida Ele foi igual aos homens em tudo, exceto no pecado. Sua morte é a entrega de um inocente que carregava sobre si as consequências das transgressões da humanidade. Ela é uma morte vicária e expiatória, na qual se visibiliza o homem sem pecado capaz de se compadecer dos pecados dos seus irmãos. Além disto, a morte não vence Jesus, pois Ele ressuscita! Sobre alguém que já venceu a morte que poder ela ainda teria? O próprio demônio tentou Jesus a se opor ao plano do Pai. Mas, Ele se manteve fiel e, por isso, abriu um novo caminho para os homens vencerem também o pecado, a morte e o demônio.

 

A Eucaristia

No dia anterior ao de sua morte, Jesus antecipou aqueles eventos cruentos na Última Ceia. Lá, Ele instituiu o memorial da sua entrega voluntária, sacrifical e expiatória através das espécies do pão e do vinho, consagrando-os como seu corpo oferecido pelos homens (Lc 22,19) e seu sangue derramado por muitos para remissão dos pecados (Mt 26,28). Assim, a Eucaristia é o sacramento memorial da entrega de Cristo na cruz para a salvação da humanidade.

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC, nos 571 até 630; o Compêndio do Catecismo, da pergunta 112 à 124; e, o Youcat, da pergunta 94 até a 103.

 

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

 Mater Ecclesiae e Luz e Vida

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida