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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“O Ministério Petrino”

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“O Ministério Petrino”

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20/09/2013 15:38 - Atualizado em 23/09/2013 15:59

“O Ministério Petrino” 0

20/09/2013 15:38 - Atualizado em 23/09/2013 15:59

Quando dizemos em nossa Profissão de Fé “Creio na Santa Igreja Católica”, afirmamos que os bispos são os sucessores dos apóstolos e que seu chefe é o bispo de Roma, o Papa. Este artigo de fé precisa ser entendido e aprofundado para podermos perceber o real alcance dele. A missão do Romano Pontífice é a de servir a todos os fiéis, confirmando-os na fé verdadeira e reta e unindo-os no mesmo rebanho de Cristo.

 

São Pedro na Sagrada Escritura

Os livros do Novo Testamento foram escritos na segunda metade do século I d.C.. Eles são um testemunho escrito, com a assistência do Espirito Santo, da fé da Igreja Apostólica. Os Evangelhos nos revelam bem o destaque dado ao apóstolo Pedro. A razão para isto é sem dúvida a escolha que o Senhor fez de colocá-lo como pastor e guia de sua Igreja (Mt 16,13-20; Lc 22,31-34; Jo 21,15-19). O livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra a figura de liderança que São Pedro exerceu na Igreja, deixando claro que Ele viveu de acordo com a vontade de Jesus (At 1,15-26; 2,14-41; 3,1-26; 4,1-22; 8,14-25; 9,31-43; 15,1-35...).

 

O martírio de São Pedro

Segundo a Tradição, o chefe da Igreja nascente foi martirizado na perseguição do Imperador Nero, entre os anos de 64 e 67. Ele teria morrido crucificado de ponta a cabeça, por seu próprio desejo, na capital do Império, a cidade de Roma. No lugar onde seu corpo foi enterrado surgiu um pequeno templo que se tornou lugar de peregrinação dos cristãos. No século IV, o Imperador Constantino mandou erguer um novo – a Basílica de São Pedro.  No século passado, as pesquisas arqueológicas realizadas no subsolo desta Basílica confirmou que o corpo do apóstolo está realmente enterrado lá.

 

A Primazia da Igreja de Roma

Alguns escritos cristãos antigos nos mostram a importância da Igreja de Roma e de seu Bispo para manter a unidade e decidir as questões de fé. A carta de São Clemente, Bispo de Roma, no final do século I, destaca a autoridade e o primado desta Igreja sobre as outras. Santo Inácio de Antioquia escreve à Igreja de Roma se dirigindo a ela como aquela que “preside à caridade”, sinalizando a preeminência desta. Por conta das questões da data da Páscoa, na metade do século II, o Bispo de Roma, São Vitor, por sua autoridade, foi quem definiu esta questão. Santo Irineu, no final do século II, no seu livro Contra as Heresias, afirma a autoridade romana e o seu papel de confirmar e guardar a doutrina. 

Por conta do trabalho missionário e do martírio de São Pedro e de São Paulo, a Igreja de Roma foi considerada aquela principal entre as outras. Ela recebeu a doutrina diretamente das duas grandes colunas da Fé cristã. Por isso, recebeu a missão de confirmar a fé e os costumes das outras comunidades a partir dos ensinamentos recebidos e guardados dos Apóstolos. Cada comunidade devia estar em consonância com a Igreja de Roma, pois esta era encarada como a medida da doutrina correta e genuína.

 

A sucessão do ministério

Santo Irineu, ainda no Contra as Heresias, legou uma lista com a sucessão dos Bispos de Roma, ou seja, os primeiros Papas. Segundo ele, Pedro e Paulo confiaram a Lino o ministério episcopal. Após Lino veio Anacleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério. Ora, já desde o século II ficou registrado o nome dos doze primeiros sucessores de São Pedro como sinal da importância desta cátedra. Assim, aparece o valor desta Igreja e de seu Bispo.

Ao longo da História da Igreja, nós já tivemos 263 sucessores de Pedro. Ele pode ser chamado de Papa (título carinhoso que remonta a palavra pai); Pontífice (por ser o representante máximo na terra do Povo de Deus); Servo dos servos (destacando que sua função é de serviço aos cristãos); Bispo de Roma (quem recebe a presidência da Igreja de Roma se torna o chefe da Igreja Universal); e, Vigário de Cristo (ele é o representante máximo de Cristo cabeça presidindo seu Corpo na terra).

 

As funções do Romano Pontífice

O Papa é a cabeça do Colégio Episcopal, o Vigário de Cristo e o Pastor da Igreja Universal. Ele é o representante de Cristo na terra. Cabe a ele colocar em prática tudo aquilo que o Senhor pediu. Ele exerce a função de ensinar o Povo de Deus e, para isto, goza da infalibilidade pessoal quando, em seu magistério extraordinário, define algo em matéria de fé e de moral. Além disto, ao seu magistério ordinário, apesar de não ser infalível, deve ser dado assentimento religioso da vontade e da razão. O Bispo de Roma é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É ele quem, ensinando a verdade, coloca a medida para todos os católicos. Se alguém ou algum grupo se coloca contra o Papa, se coloca contra a própria Igreja de Jesus Cristo.

 

Para aprofundar...

 Indicamos a leitura do CIC, nos nos 874-896; do Compêndio do Catecismo, pergunta 182; do YouCat, perguntas 141 a 143; e, da Lumen Gentium, do parágrafos 19 ao 27.

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

 Mater Ecclesiae e Luz e Vida

 

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20/09/2013 15:38 - Atualizado em 23/09/2013 15:59

Quando dizemos em nossa Profissão de Fé “Creio na Santa Igreja Católica”, afirmamos que os bispos são os sucessores dos apóstolos e que seu chefe é o bispo de Roma, o Papa. Este artigo de fé precisa ser entendido e aprofundado para podermos perceber o real alcance dele. A missão do Romano Pontífice é a de servir a todos os fiéis, confirmando-os na fé verdadeira e reta e unindo-os no mesmo rebanho de Cristo.

 

São Pedro na Sagrada Escritura

Os livros do Novo Testamento foram escritos na segunda metade do século I d.C.. Eles são um testemunho escrito, com a assistência do Espirito Santo, da fé da Igreja Apostólica. Os Evangelhos nos revelam bem o destaque dado ao apóstolo Pedro. A razão para isto é sem dúvida a escolha que o Senhor fez de colocá-lo como pastor e guia de sua Igreja (Mt 16,13-20; Lc 22,31-34; Jo 21,15-19). O livro dos Atos dos Apóstolos nos mostra a figura de liderança que São Pedro exerceu na Igreja, deixando claro que Ele viveu de acordo com a vontade de Jesus (At 1,15-26; 2,14-41; 3,1-26; 4,1-22; 8,14-25; 9,31-43; 15,1-35...).

 

O martírio de São Pedro

Segundo a Tradição, o chefe da Igreja nascente foi martirizado na perseguição do Imperador Nero, entre os anos de 64 e 67. Ele teria morrido crucificado de ponta a cabeça, por seu próprio desejo, na capital do Império, a cidade de Roma. No lugar onde seu corpo foi enterrado surgiu um pequeno templo que se tornou lugar de peregrinação dos cristãos. No século IV, o Imperador Constantino mandou erguer um novo – a Basílica de São Pedro.  No século passado, as pesquisas arqueológicas realizadas no subsolo desta Basílica confirmou que o corpo do apóstolo está realmente enterrado lá.

 

A Primazia da Igreja de Roma

Alguns escritos cristãos antigos nos mostram a importância da Igreja de Roma e de seu Bispo para manter a unidade e decidir as questões de fé. A carta de São Clemente, Bispo de Roma, no final do século I, destaca a autoridade e o primado desta Igreja sobre as outras. Santo Inácio de Antioquia escreve à Igreja de Roma se dirigindo a ela como aquela que “preside à caridade”, sinalizando a preeminência desta. Por conta das questões da data da Páscoa, na metade do século II, o Bispo de Roma, São Vitor, por sua autoridade, foi quem definiu esta questão. Santo Irineu, no final do século II, no seu livro Contra as Heresias, afirma a autoridade romana e o seu papel de confirmar e guardar a doutrina. 

Por conta do trabalho missionário e do martírio de São Pedro e de São Paulo, a Igreja de Roma foi considerada aquela principal entre as outras. Ela recebeu a doutrina diretamente das duas grandes colunas da Fé cristã. Por isso, recebeu a missão de confirmar a fé e os costumes das outras comunidades a partir dos ensinamentos recebidos e guardados dos Apóstolos. Cada comunidade devia estar em consonância com a Igreja de Roma, pois esta era encarada como a medida da doutrina correta e genuína.

 

A sucessão do ministério

Santo Irineu, ainda no Contra as Heresias, legou uma lista com a sucessão dos Bispos de Roma, ou seja, os primeiros Papas. Segundo ele, Pedro e Paulo confiaram a Lino o ministério episcopal. Após Lino veio Anacleto, Clemente, Evaristo, Alexandre, Sisto, Telésforo, Higino, Pio, Aniceto, Sotero, Eleutério. Ora, já desde o século II ficou registrado o nome dos doze primeiros sucessores de São Pedro como sinal da importância desta cátedra. Assim, aparece o valor desta Igreja e de seu Bispo.

Ao longo da História da Igreja, nós já tivemos 263 sucessores de Pedro. Ele pode ser chamado de Papa (título carinhoso que remonta a palavra pai); Pontífice (por ser o representante máximo na terra do Povo de Deus); Servo dos servos (destacando que sua função é de serviço aos cristãos); Bispo de Roma (quem recebe a presidência da Igreja de Roma se torna o chefe da Igreja Universal); e, Vigário de Cristo (ele é o representante máximo de Cristo cabeça presidindo seu Corpo na terra).

 

As funções do Romano Pontífice

O Papa é a cabeça do Colégio Episcopal, o Vigário de Cristo e o Pastor da Igreja Universal. Ele é o representante de Cristo na terra. Cabe a ele colocar em prática tudo aquilo que o Senhor pediu. Ele exerce a função de ensinar o Povo de Deus e, para isto, goza da infalibilidade pessoal quando, em seu magistério extraordinário, define algo em matéria de fé e de moral. Além disto, ao seu magistério ordinário, apesar de não ser infalível, deve ser dado assentimento religioso da vontade e da razão. O Bispo de Roma é o perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da Igreja. É ele quem, ensinando a verdade, coloca a medida para todos os católicos. Se alguém ou algum grupo se coloca contra o Papa, se coloca contra a própria Igreja de Jesus Cristo.

 

Para aprofundar...

 Indicamos a leitura do CIC, nos nos 874-896; do Compêndio do Catecismo, pergunta 182; do YouCat, perguntas 141 a 143; e, da Lumen Gentium, do parágrafos 19 ao 27.

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

 Mater Ecclesiae e Luz e Vida

 

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida