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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“A santidade cristã”

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“A santidade cristã”

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20/09/2013 15:29 - Atualizado em 23/09/2013 15:53

“A santidade cristã” 0

20/09/2013 15:29 - Atualizado em 23/09/2013 15:53

A meta da vida cristã é a comunhão íntima com a vida divina. Esta comunhão nos foi conquistada por Jesus Cristo e nos foi doada no dia de nosso batismo. Todavia, por não ser algo estático, esta união com Deus pode ser aprofundada e plenificada sempre mais. O cristão, cheio do Espírito Santo, crê, espera e ama a Deus por meio das virtudes teologais e tem a sua inteligência e vontade unidas à inteligência e à vontade divina. A santidade é este estado permanente e progressivo de comunhão com Deus. O YouCat, na pergunta 342, nos diz que a resposta para a pergunta humana sobre a finalidade e o sentido da vida só encontra resposta na santidade.

 

A santidade na Sagrada Escritura

No Antigo Testamento, Deus é o santo no sentido absoluto, porque Ele é superior e separado de toda a realidade visível. Com o tempo, o povo de Israel vai compreendendo que o pecado do homem o distancia ainda mais da santidade de Deus. Os profetas vão afirmar que o pecado atenta contra a santidade. A lei será chamada de santa porque orienta o homem a se afastar do pecado e cumprir a vontade divina. Aqueles homens que vivem a Palavra vão ser chamados de justos. O favor de Deus recairá sobre eles. O próprio Deus, por meio de sua lei, vai conclamar o povo a ser um povo santo. Dentre as nações, Israel foi separado por Deus para viver a sua lei e para prestar-lhe culto.

No Novo Testamento, Jesus vai ser o santo por excelência. Ele é O ungido pelo Espírito de Deus em plenitude. Sua vida obediente é a maneira com a qual o Filho santificava e glorificava o Pai. Assim, Jesus se torna o paradigma de como os homens podem ser santos. Em Cristo, vemos a santidade de Deus e a santidade dos homens. Ele é a realização daquilo que o Pai planejou na obra da criação. Na Igreja, o Espírito Santo é quem tem a missão de tornar as pessoas e as coisas santas. A Igreja é santa na medida em que, unida a Cristo, se torna o lugar para adquirirmos a santidade pela comunicação da graça de Deus.

 

O chamado universal à santidade

A constituição dogmática “Lumen Gentium” (LG), do Concílio Vaticano II, coloca, no nº 40, que “O Senhor Jesus, mestre e modelo divino de toda perfeição, pregou a todos e a cada um dos seus seguidores, de qualquer condição que fossem, a santidade de vida, de que Ele próprio é autor e consumador”. Assim, os bispos, os presbíteros, os diáconos, os religiosos, as famílias, os leigos e aqueles que vivem oprimidos na pobreza, na fraqueza, na doença e os perseguidos por amor à justiça são chamados a serem santos.

Ainda que todos os cristãos sejam chamados à santidade, o Concílio entende que esta é correspondente à vocação e à missão específica de cada fiel. O Espírito Santo dota cada um dos membros da Igreja com dons, carismas e ministérios próprios para o bem dela e de toda a humanidade. Assim, o fiel é santo por possuir a graça, mas precisa corresponder com ela, vivendo em conformidade com aquilo que Deus espera dele em seu estado de vida próprio.

 

Quais são os caminhos para a santidade

O caminho proposto para se chegar à santidade é a caridade. Esta só pode crescer e frutificar quando o fiel medita a Palavra de Deus, se aproxima dos sacramentos – em especial, da Eucaristia –, cultiva a oração pessoal, pratica a ascese, se dedica ao serviço dos irmãos e se exercita nas virtudes. A caridade rege todos estes meios, dá-lhes forma e os conduz à perfeição. A caridade é, segundo o Catecismo da Igreja Católica nº 1822, “a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus”. O distintivo do discípulo de Cristo é justamente este amor-caridade.

Os conselhos Evangélicos

A tradição da Igreja identificou três conselhos em especial, que Jesus teria proposto aos seus discípulos e que tocam a todos os que querem buscar a santidade: a pobreza, a obediência e a castidade. O próprio Concílio Vaticano II os endossa na LG nº 42. A pobreza regula nossa liberdade diante das coisas e das pessoas. A obediência regula nossa dependência da vontade do Pai. A castidade regula a orientação do nosso amor para Deus. Cada gênero de vida que compõe a Igreja deve viver estes conselhos, mas vive de acordo com as peculiaridades próprias de cada vocação.

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC números 2012 até 2016; o Compêndio do Catecismo, pergunta 428; o Youcat, pergunta 342; e a “Lumen Gentium”, capítulo V.

 

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

Mater Ecclesiae e Luz e Vida

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“A santidade cristã”

20/09/2013 15:29 - Atualizado em 23/09/2013 15:53

A meta da vida cristã é a comunhão íntima com a vida divina. Esta comunhão nos foi conquistada por Jesus Cristo e nos foi doada no dia de nosso batismo. Todavia, por não ser algo estático, esta união com Deus pode ser aprofundada e plenificada sempre mais. O cristão, cheio do Espírito Santo, crê, espera e ama a Deus por meio das virtudes teologais e tem a sua inteligência e vontade unidas à inteligência e à vontade divina. A santidade é este estado permanente e progressivo de comunhão com Deus. O YouCat, na pergunta 342, nos diz que a resposta para a pergunta humana sobre a finalidade e o sentido da vida só encontra resposta na santidade.

 

A santidade na Sagrada Escritura

No Antigo Testamento, Deus é o santo no sentido absoluto, porque Ele é superior e separado de toda a realidade visível. Com o tempo, o povo de Israel vai compreendendo que o pecado do homem o distancia ainda mais da santidade de Deus. Os profetas vão afirmar que o pecado atenta contra a santidade. A lei será chamada de santa porque orienta o homem a se afastar do pecado e cumprir a vontade divina. Aqueles homens que vivem a Palavra vão ser chamados de justos. O favor de Deus recairá sobre eles. O próprio Deus, por meio de sua lei, vai conclamar o povo a ser um povo santo. Dentre as nações, Israel foi separado por Deus para viver a sua lei e para prestar-lhe culto.

No Novo Testamento, Jesus vai ser o santo por excelência. Ele é O ungido pelo Espírito de Deus em plenitude. Sua vida obediente é a maneira com a qual o Filho santificava e glorificava o Pai. Assim, Jesus se torna o paradigma de como os homens podem ser santos. Em Cristo, vemos a santidade de Deus e a santidade dos homens. Ele é a realização daquilo que o Pai planejou na obra da criação. Na Igreja, o Espírito Santo é quem tem a missão de tornar as pessoas e as coisas santas. A Igreja é santa na medida em que, unida a Cristo, se torna o lugar para adquirirmos a santidade pela comunicação da graça de Deus.

 

O chamado universal à santidade

A constituição dogmática “Lumen Gentium” (LG), do Concílio Vaticano II, coloca, no nº 40, que “O Senhor Jesus, mestre e modelo divino de toda perfeição, pregou a todos e a cada um dos seus seguidores, de qualquer condição que fossem, a santidade de vida, de que Ele próprio é autor e consumador”. Assim, os bispos, os presbíteros, os diáconos, os religiosos, as famílias, os leigos e aqueles que vivem oprimidos na pobreza, na fraqueza, na doença e os perseguidos por amor à justiça são chamados a serem santos.

Ainda que todos os cristãos sejam chamados à santidade, o Concílio entende que esta é correspondente à vocação e à missão específica de cada fiel. O Espírito Santo dota cada um dos membros da Igreja com dons, carismas e ministérios próprios para o bem dela e de toda a humanidade. Assim, o fiel é santo por possuir a graça, mas precisa corresponder com ela, vivendo em conformidade com aquilo que Deus espera dele em seu estado de vida próprio.

 

Quais são os caminhos para a santidade

O caminho proposto para se chegar à santidade é a caridade. Esta só pode crescer e frutificar quando o fiel medita a Palavra de Deus, se aproxima dos sacramentos – em especial, da Eucaristia –, cultiva a oração pessoal, pratica a ascese, se dedica ao serviço dos irmãos e se exercita nas virtudes. A caridade rege todos estes meios, dá-lhes forma e os conduz à perfeição. A caridade é, segundo o Catecismo da Igreja Católica nº 1822, “a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor de Deus”. O distintivo do discípulo de Cristo é justamente este amor-caridade.

Os conselhos Evangélicos

A tradição da Igreja identificou três conselhos em especial, que Jesus teria proposto aos seus discípulos e que tocam a todos os que querem buscar a santidade: a pobreza, a obediência e a castidade. O próprio Concílio Vaticano II os endossa na LG nº 42. A pobreza regula nossa liberdade diante das coisas e das pessoas. A obediência regula nossa dependência da vontade do Pai. A castidade regula a orientação do nosso amor para Deus. Cada gênero de vida que compõe a Igreja deve viver estes conselhos, mas vive de acordo com as peculiaridades próprias de cada vocação.

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, indicamos CIC números 2012 até 2016; o Compêndio do Catecismo, pergunta 428; o Youcat, pergunta 342; e a “Lumen Gentium”, capítulo V.

 

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

Mater Ecclesiae e Luz e Vida

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida