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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

“Por que Deus se fez homem?”

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17 de Maio de 2024

“Por que Deus se fez homem?”

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20/09/2013 15:23 - Atualizado em 23/09/2013 15:48

“Por que Deus se fez homem?” 0

20/09/2013 15:23 - Atualizado em 23/09/2013 15:48

Na nossa profissão de Fé afirmamos que Deus Filho se encarnou pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Esta verdade de fé é de suma importância e tem um alcance largo para entendermos quem em Jesus Cristo e como se efetua a nossa salvação. A Igreja, desde o início, anunciou o Cristo, Verbo feito carne, enviado como homem aos homens – cf. Dei Verbum nº 4.

 

O que é a Encarnação?

O Catecismo da Igreja Católica afirma no nº 461 que a Encarnação é “o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana para realizar nela a nossa salvação” e o Compêndio do Catecismo, pergunta 86, diz que é “o Mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única pessoa divina do Verbo”. A segunda pessoa da Santíssima Trindade assume nossa natureza. Por natureza se entende aquilo que uma coisa é. Quando Ele assume nossa natureza, assume nosso corpo e nossa alma com todas as suas faculdades. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Ao longo da História da Igreja, alguns grupos heterodoxos negaram a realidade da Encarnação. Eles negavam ora a humanidade, ora a divindade de Jesus, ou, ainda, entendiam Jesus como um ser inferior ao Pai e superior aos homens. Todas estas maneiras não correspondem à fé da Igreja definida nos Concílios mais antigos: o de Nicéia (325), o de Constantinopla (381), o de Éfeso (431), o de Calcedônia (451), o de Constantinopla II (553) e o de Constantinopla III (680). Estes Concílios amadureceram o conhecimento sobre Jesus, com base na Tradição, afirmando que na pessoa divina do Verbo encontra-se a natureza divina e a natureza humana, sendo estas últimas perfeitas, imutáveis, inseparáveis, não confusas. Esta união de naturezas na pessoa do Filho de Deus é chamada de união hipostática. A pessoa divina age por meio da natureza humana assumida. Assim, Deus se revela e se manifesta através das palavras e ações de Jesus.

Hoje, ainda, podemos ver estas questões sendo postas. Por isso, é importante sabermos quem é Jesus para podermos conhecer o tamanho do amor de Deus e a abrangência de seu projeto salvífico. A Encarnação está em função da Salvação, pois Ele assume a natureza humana para realizar nela a salvação.

 

Por que o Verbo se fez carne?

O CIC nos propõem quatro razões para a Encarnação: Ele se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus (nº 457); para conhecermos o amor de Deus (nº 458); para ser nosso modelo de santidade (nº 459); e, para tornar-nos participantes da natureza divina (nº 460).

 

Ele veio para salvar

O homem não podia se salvar sozinho de sua condição de perdição. Se encarnando, a humanidade assumida do Verbo se tornou a vítima de expiação pelos nossos pecados. Sua vida de obediência e cumprimento da vontade do Pai é a causa do perdão de nossos pecados. A sua Paixão e a sua Morte redentora é a razão da Encarnação. Ele veio para nos reconciliar, para nos admitir novamente numa vida de amizade e comunhão com Deus.

 

Ele veio para manifestar o amor

O próprio Ser de Deus é Amor. Com a Encarnação, o Verbo comunica o amor divino aos homens por meio de gestos e palavras. Ele nos mostra como somos amados e qual o desígnio salvífico que Deus tem para os homens. Jesus veio demonstrar o perdão, a misericórdia, a compaixão, o cuidado, o acolhimento que Deus tem por cada um. O próprio Amor de Deus pode ser conhecido na doação que o Pai fez de seu Filho para salvar a humanidade.

 

Ele veio para mostrar a santidade

            O Verbo veio nos ensinar a viver de acordo com a vontade de Deus. Ele, assumindo nossa natureza, subordinou em tudo a sua vontade humana à sua vontade divina. Assim, a vida de Jesus é a expressão daquilo que o Pai planejou para nós: uma vida de obediência a Ele e de fraternidade com os irmãos. Os ensinamentos de Jesus tem valor paradigmático para todo o cristão. Ser cristão é ser outro Cristo.

 

Ele veio para elevar-nos

            Quando o Filho assume a nossa natureza, Ele possibilita que nos tornemos filhos adotivos de Deus. Nossa natureza humana é elevada a comunhão com a vida divina. Os santos e os místicos nos mostram o tamanho da obra que Deus pode realizar numa pessoa, se esta se deixa guiar pelo Espírito de Deus. A santidade e a vida mística são dons dados por Deus para todos aqueles que receberam o Espírito Santo e buscam viver a partir das moções dele.

 

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, indicamos o CIC, nos 456 até 463; o Compêndio do Catecismo, perguntas 85, 86 e 89; o Youcat, pergunta 76; e, a Dei Verbum, parágrafo 4.

 

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

 Mater Ecclesiae e Luz e Vida

 

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“Por que Deus se fez homem?”

20/09/2013 15:23 - Atualizado em 23/09/2013 15:48

Na nossa profissão de Fé afirmamos que Deus Filho se encarnou pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria. Esta verdade de fé é de suma importância e tem um alcance largo para entendermos quem em Jesus Cristo e como se efetua a nossa salvação. A Igreja, desde o início, anunciou o Cristo, Verbo feito carne, enviado como homem aos homens – cf. Dei Verbum nº 4.

 

O que é a Encarnação?

O Catecismo da Igreja Católica afirma no nº 461 que a Encarnação é “o fato de o Filho de Deus ter assumido uma natureza humana para realizar nela a nossa salvação” e o Compêndio do Catecismo, pergunta 86, diz que é “o Mistério da admirável união da natureza divina e da natureza humana na única pessoa divina do Verbo”. A segunda pessoa da Santíssima Trindade assume nossa natureza. Por natureza se entende aquilo que uma coisa é. Quando Ele assume nossa natureza, assume nosso corpo e nossa alma com todas as suas faculdades. Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Ao longo da História da Igreja, alguns grupos heterodoxos negaram a realidade da Encarnação. Eles negavam ora a humanidade, ora a divindade de Jesus, ou, ainda, entendiam Jesus como um ser inferior ao Pai e superior aos homens. Todas estas maneiras não correspondem à fé da Igreja definida nos Concílios mais antigos: o de Nicéia (325), o de Constantinopla (381), o de Éfeso (431), o de Calcedônia (451), o de Constantinopla II (553) e o de Constantinopla III (680). Estes Concílios amadureceram o conhecimento sobre Jesus, com base na Tradição, afirmando que na pessoa divina do Verbo encontra-se a natureza divina e a natureza humana, sendo estas últimas perfeitas, imutáveis, inseparáveis, não confusas. Esta união de naturezas na pessoa do Filho de Deus é chamada de união hipostática. A pessoa divina age por meio da natureza humana assumida. Assim, Deus se revela e se manifesta através das palavras e ações de Jesus.

Hoje, ainda, podemos ver estas questões sendo postas. Por isso, é importante sabermos quem é Jesus para podermos conhecer o tamanho do amor de Deus e a abrangência de seu projeto salvífico. A Encarnação está em função da Salvação, pois Ele assume a natureza humana para realizar nela a salvação.

 

Por que o Verbo se fez carne?

O CIC nos propõem quatro razões para a Encarnação: Ele se fez carne para salvar-nos, reconciliando-nos com Deus (nº 457); para conhecermos o amor de Deus (nº 458); para ser nosso modelo de santidade (nº 459); e, para tornar-nos participantes da natureza divina (nº 460).

 

Ele veio para salvar

O homem não podia se salvar sozinho de sua condição de perdição. Se encarnando, a humanidade assumida do Verbo se tornou a vítima de expiação pelos nossos pecados. Sua vida de obediência e cumprimento da vontade do Pai é a causa do perdão de nossos pecados. A sua Paixão e a sua Morte redentora é a razão da Encarnação. Ele veio para nos reconciliar, para nos admitir novamente numa vida de amizade e comunhão com Deus.

 

Ele veio para manifestar o amor

O próprio Ser de Deus é Amor. Com a Encarnação, o Verbo comunica o amor divino aos homens por meio de gestos e palavras. Ele nos mostra como somos amados e qual o desígnio salvífico que Deus tem para os homens. Jesus veio demonstrar o perdão, a misericórdia, a compaixão, o cuidado, o acolhimento que Deus tem por cada um. O próprio Amor de Deus pode ser conhecido na doação que o Pai fez de seu Filho para salvar a humanidade.

 

Ele veio para mostrar a santidade

            O Verbo veio nos ensinar a viver de acordo com a vontade de Deus. Ele, assumindo nossa natureza, subordinou em tudo a sua vontade humana à sua vontade divina. Assim, a vida de Jesus é a expressão daquilo que o Pai planejou para nós: uma vida de obediência a Ele e de fraternidade com os irmãos. Os ensinamentos de Jesus tem valor paradigmático para todo o cristão. Ser cristão é ser outro Cristo.

 

Ele veio para elevar-nos

            Quando o Filho assume a nossa natureza, Ele possibilita que nos tornemos filhos adotivos de Deus. Nossa natureza humana é elevada a comunhão com a vida divina. Os santos e os místicos nos mostram o tamanho da obra que Deus pode realizar numa pessoa, se esta se deixa guiar pelo Espírito de Deus. A santidade e a vida mística são dons dados por Deus para todos aqueles que receberam o Espírito Santo e buscam viver a partir das moções dele.

 

 

Para aprofundar...

Para saber mais sobre o assunto, indicamos o CIC, nos 456 até 463; o Compêndio do Catecismo, perguntas 85, 86 e 89; o Youcat, pergunta 76; e, a Dei Verbum, parágrafo 4.

 

 

Pe. Vitor Gino Finelon

Vice-Diretor das Escolas de Fé e Catequese

 Mater Ecclesiae e Luz e Vida

 

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida