Arquidiocese do Rio de Janeiro

34º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

Maranathá

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do e-mail.
E-mail enviado com sucesso.

17 de Maio de 2024

Maranathá

Se você encontrou erro neste texto ou nesta página, por favor preencha os campos abaixo. O link da página será enviado automaticamente a ArqRio.

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do erro.
Erro relatado com sucesso, obrigado.

09/12/2016 13:21 - Atualizado em 09/12/2016 13:22

Maranathá 0

09/12/2016 13:21 - Atualizado em 09/12/2016 13:22

Celebrando o Tempo do Advento, a Igreja faz memória dos acontecimentos salvíficos que antecederam a primeira vinda do Senhor, a fim de se preparar para recebê-Lo em poder e glória no fim dos tempos, na sua Parusia. Esta fé, na verdade, acompanha a comunidade eclesial desde as origens quando os primeiríssimos discípulos clamavam: “Maranathá – vem, Senhor!” Nós continuamos aguardando, vigilantes, o retorno de Jesus Cristo e a consumação do Reino de Deus.

O termo ‘maranathá’ pode ser encontrado em três livros cristãos do século I. Em 1Cor 16,22, encontramos a expressão aramaica transliterada para o grego: “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema! Maranathá!”. Assim, também, na Did 10,6: “Venha a graça e passe este mundo. Hosana a casa de Davi. Quem é santo se aproxime, quem não o é se converta. Maranathá. Amém”. Em Ap 22,12, encontramos o conteúdo da expressão aramaica expressa com palavras gregas: “Eis que venho em breve, e trago comigo o salário para retribuir a cada um conforme o seu trabalho”.

A fórmula aramaica ‘maranathá’ possui, ao menos, três leituras com seus respectivos sentidos cristológicos e escatológicos. Como o texto dos manuscritos não possui sinais para indicar a interpretação correta, os autores analisam o uso do termo aramaico ‘mareh’ (Senhor) e o das formas verbais de ‘ata’ (vir). De fato, eles divergem quanto ao tempo do verbo vir: uns defendem o uso de ‘ata’ como particípio (está presente), outros como passado (já veio) e, ainda, alguns como imperativo cujo valor é futuro (vem). Desta forma, possuímos três leituras para a expressão: uma constatação da presença de Jesus – “O Senhor está presente”; uma confissão de fé na inauguração do Reino de Deus – “O Senhor Jesus já veio”; e, uma oração pela Parusia – “Vem, Senhor Jesus!”.

Em relação aos três escritos cristãos do século I, podemos dizer que aparecem dois sentidos possíveis da expressão ‘maranathá’: ou é a confissão da presença do Cristo exaltado na comunidade, especialmente na Ceia do Senhor (“nosso Senhor está presente”), ou é a aclamação da espera e do desejo que o Senhor volte novamente em glória e em poder – uma aclamação feita ao próprio Senhor da comunidade com uma força e um fervor próprio na ceia dominical (Senhor, vem!).

A fé na segunda vinda de Cristo e o pedido por ela continuam a se desenvolver na oração eclesial. Assim, a assembleia litúrgica exclama, em cada ano, no prefácio do Advento: “Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso Filho, Senhor e juiz da história, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de poder e majestade. Naquele tremendo e glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá novo céu e nova terra. Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que O acolhamos na fé e O testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu reino”.


Leia os comentários

Deixe seu comentário

Resposta ao comentário de:

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do comentário.
Comentário enviado para aprovação.

Maranathá

09/12/2016 13:21 - Atualizado em 09/12/2016 13:22

Celebrando o Tempo do Advento, a Igreja faz memória dos acontecimentos salvíficos que antecederam a primeira vinda do Senhor, a fim de se preparar para recebê-Lo em poder e glória no fim dos tempos, na sua Parusia. Esta fé, na verdade, acompanha a comunidade eclesial desde as origens quando os primeiríssimos discípulos clamavam: “Maranathá – vem, Senhor!” Nós continuamos aguardando, vigilantes, o retorno de Jesus Cristo e a consumação do Reino de Deus.

O termo ‘maranathá’ pode ser encontrado em três livros cristãos do século I. Em 1Cor 16,22, encontramos a expressão aramaica transliterada para o grego: “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema! Maranathá!”. Assim, também, na Did 10,6: “Venha a graça e passe este mundo. Hosana a casa de Davi. Quem é santo se aproxime, quem não o é se converta. Maranathá. Amém”. Em Ap 22,12, encontramos o conteúdo da expressão aramaica expressa com palavras gregas: “Eis que venho em breve, e trago comigo o salário para retribuir a cada um conforme o seu trabalho”.

A fórmula aramaica ‘maranathá’ possui, ao menos, três leituras com seus respectivos sentidos cristológicos e escatológicos. Como o texto dos manuscritos não possui sinais para indicar a interpretação correta, os autores analisam o uso do termo aramaico ‘mareh’ (Senhor) e o das formas verbais de ‘ata’ (vir). De fato, eles divergem quanto ao tempo do verbo vir: uns defendem o uso de ‘ata’ como particípio (está presente), outros como passado (já veio) e, ainda, alguns como imperativo cujo valor é futuro (vem). Desta forma, possuímos três leituras para a expressão: uma constatação da presença de Jesus – “O Senhor está presente”; uma confissão de fé na inauguração do Reino de Deus – “O Senhor Jesus já veio”; e, uma oração pela Parusia – “Vem, Senhor Jesus!”.

Em relação aos três escritos cristãos do século I, podemos dizer que aparecem dois sentidos possíveis da expressão ‘maranathá’: ou é a confissão da presença do Cristo exaltado na comunidade, especialmente na Ceia do Senhor (“nosso Senhor está presente”), ou é a aclamação da espera e do desejo que o Senhor volte novamente em glória e em poder – uma aclamação feita ao próprio Senhor da comunidade com uma força e um fervor próprio na ceia dominical (Senhor, vem!).

A fé na segunda vinda de Cristo e o pedido por ela continuam a se desenvolver na oração eclesial. Assim, a assembleia litúrgica exclama, em cada ano, no prefácio do Advento: “Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso Filho, Senhor e juiz da história, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de poder e majestade. Naquele tremendo e glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá novo céu e nova terra. Agora e em todos os tempos, Ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que O acolhamos na fé e O testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu reino”.


Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida