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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Vem, Senhor, nos salvar!

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25/11/2016 10:50 - Atualizado em 25/11/2016 10:50

Vem, Senhor, nos salvar! 0

25/11/2016 10:50 - Atualizado em 25/11/2016 10:50

Estamos iniciando o novo Ano Litúrgico 2016/2017. Iniciamos com o Primeiro Domingo do Advento, o tempo de quatro domingos que antecedem o Natal do Senhor. Tudo na Liturgia nos ajudará nessa santa preparação, na santa espera, cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda; a moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem; o “Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do Natal. Os sentimentos do nosso coração devem ser a vigilância, a piedade humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo cheio da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is 11,9), como Isaías profetizou. Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera de Israel e da humanidade pelo Messias!

A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: faz-nos relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal. Na Primeira Leitura (cf. Is 2,1-5), Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para conduzi-los a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”. (Is 2, 5).

O Evangelho (Mt 24, 37–44) convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). São Paulo (Rm 13, 11 – 14) lembra que a salvação já está próxima. Chegou a hora de acordar, pois o dia se aproxima. É preciso deixar as trevas e ser iluminados pela luz do dia, pela luz de Cristo. Trata-se da conversão: deixar as obras das trevas e fazer o bem, revestindo-se do Senhor Jesus Cristo.

Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, o Senhor sonda as angústias e saudades do coração humano e nos fala precisamente da esperança: Ele é o Deus que vem ao encontro dos nossos anseios mais profundos. Mas também nos exorta a vigiar, a nos preparar para acolher o Dom esperado. Aliás, é esta a miséria do mundo atual: busca a paz, procura a vida, mas não busca Naquele que é a saciedade do nosso coração e a salvação da nossa existência.

O homem tem sede e Deus, misericordiosamente, envia-lhe a água, que é o Messias… e o nosso mundo não O reconhece; antes, renega-O! Vejamos se não é assim; recordemos a palavra do Profeta: Acontecerá nos últimos tempos que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todas as nações, para irão povos numerosos, porque de Sião provém a lei e de Jerusalém a Palavra do Senhor”. Vejamos bem: de Israel, Deus prepara uma salvação, uma luz, uma direção para toda a humanidade. O homem sozinho não encontra o caminho, por mais que teime em se julgar grande e auto-suficiente. À nossa pobreza, o Senhor vem com uma promessa tão grande. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz: “Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate”. Eis a promessa de Deus: dá-nos a salvação; eis o sonho do Senhor: encontrar uma humanidade que acolha o Salvador, dele bebendo a paz!

Um dado desta liturgia de hoje é “a expectativa. Por isso: “Vigiai, não sabeis quando vem, que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”. (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).

Portanto, meus queridos irmãos e irmãs, façamos deste tempo de Advento um tempo propício para as nossas vidas. Acolhamos em nosso coração o menino Jesus, pois Ele quer renascer em nossas vidas neste Natal. Que o Senhor possa nos iluminar, e assim possamos irradiar Sua luz para toda a nossa família, para a nossa paróquia e para o local onde trabalhamos.

 

                
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Vem, Senhor, nos salvar!

25/11/2016 10:50 - Atualizado em 25/11/2016 10:50

Estamos iniciando o novo Ano Litúrgico 2016/2017. Iniciamos com o Primeiro Domingo do Advento, o tempo de quatro domingos que antecedem o Natal do Senhor. Tudo na Liturgia nos ajudará nessa santa preparação, na santa espera, cheia de esperança: o roxo significa a vigilância de quem aguarda; a moderação das flores ajuda-nos a concentrar nossa atenção naquele que vem; o “Glória” não cantado prepara-nos para cantá-lo como novidade na Noite Santa do Natal. Os sentimentos do nosso coração devem ser a vigilância, a piedade humilde de Maria Virgem, de José, dos pastores, de Simeão, Zacarias e Isabel, o espírito de conversão anunciado por João Batista, o sonho de um mundo cheio da sabedoria do Senhor como as águas enchem o mar” (Is 11,9), como Isaías profetizou. Aproveitemos essas quatro semanas tão doces, que recordam a espera de Israel e da humanidade pelo Messias!

A palavra ADVENTO significa “Vinda”, chegada: faz-nos relembrar e reviver as primeiras etapas da História da Salvação, quando os homens se preparam para a vinda do Salvador, a fim de que também nós possamos preparar hoje em nossa vida a vinda de Cristo por ocasião do Natal. Na Primeira Leitura (cf. Is 2,1-5), Isaías fala com ênfase da era messiânica, quando todos os povos se hão de reunir em Jerusalém para adorarem o único Deus. Jerusalém é figura da Igreja, constituída por Deus “sacramento universal de salvação” (LG 48), que abre os seus braços a todos os homens para conduzi-los a Cristo e para que, seguindo os seus ensinamentos, vivam como irmãos na concórdia e na paz. Cada cristão deve ser uma voz a chamar os homens, com a veemência de Isaías, à fé verdadeira e ao amor fraterno. Convida Isaías: “Vinde, e deixemo-nos guiar pela luz do Senhor”. (Is 2, 5).

O Evangelho (Mt 24, 37–44) convoca os cristãos à vigilância: “Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o Senhor” (Mt 24, 42). São Paulo (Rm 13, 11 – 14) lembra que a salvação já está próxima. Chegou a hora de acordar, pois o dia se aproxima. É preciso deixar as trevas e ser iluminados pela luz do dia, pela luz de Cristo. Trata-se da conversão: deixar as obras das trevas e fazer o bem, revestindo-se do Senhor Jesus Cristo.

Nos textos bíblicos que a Igreja hoje nos propõe, o Senhor sonda as angústias e saudades do coração humano e nos fala precisamente da esperança: Ele é o Deus que vem ao encontro dos nossos anseios mais profundos. Mas também nos exorta a vigiar, a nos preparar para acolher o Dom esperado. Aliás, é esta a miséria do mundo atual: busca a paz, procura a vida, mas não busca Naquele que é a saciedade do nosso coração e a salvação da nossa existência.

O homem tem sede e Deus, misericordiosamente, envia-lhe a água, que é o Messias… e o nosso mundo não O reconhece; antes, renega-O! Vejamos se não é assim; recordemos a palavra do Profeta: Acontecerá nos últimos tempos que o monte da casa do Senhor estará firmemente estabelecido no ponto mais alto das montanhas. A ele acorrerão todas as nações, para irão povos numerosos, porque de Sião provém a lei e de Jerusalém a Palavra do Senhor”. Vejamos bem: de Israel, Deus prepara uma salvação, uma luz, uma direção para toda a humanidade. O homem sozinho não encontra o caminho, por mais que teime em se julgar grande e auto-suficiente. À nossa pobreza, o Senhor vem com uma promessa tão grande. E, se o coração da humanidade acolher a salvação que vem, a luz que brilha, então, encontrará a paz: “Ele há de julgar as nações e arguir numerosos povos; estes transformarão suas espadas em arados e suas lanças em foices: não pegarão em armas uns contra os outros e não mais travarão combate”. Eis a promessa de Deus: dá-nos a salvação; eis o sonho do Senhor: encontrar uma humanidade que acolha o Salvador, dele bebendo a paz!

Um dado desta liturgia de hoje é “a expectativa. Por isso: “Vigiai, não sabeis quando vem, que dia o Senhor virá”. Não se trata apenas da “parusia”, mas também da vinda do Senhor para cada homem no fim da sua vida, quando se encontrar face a face com o seu Salvador; e será esse o dia mais belo, o princípio da vida eterna! “Por isso, também vós ficai preparados! Porque na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá”. (Mt 24, 44). Toda a existência do homem é uma constante preparação para ver o Senhor, que cada vez está mais perto; mas no Advento a Igreja ajuda-nos a pedir de um modo especial: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas. Dirigi-me na vossa verdade, porque sois o meu Salvador” (Sl 24).

Portanto, meus queridos irmãos e irmãs, façamos deste tempo de Advento um tempo propício para as nossas vidas. Acolhamos em nosso coração o menino Jesus, pois Ele quer renascer em nossas vidas neste Natal. Que o Senhor possa nos iluminar, e assim possamos irradiar Sua luz para toda a nossa família, para a nossa paróquia e para o local onde trabalhamos.

 

                
Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro