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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

“Maria, Senhora dos pobres e dos excluídos"

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“Maria, Senhora dos pobres e dos excluídos"

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08/10/2016 00:00 - Atualizado em 12/10/2016 14:12

“Maria, Senhora dos pobres e dos excluídos" 0

08/10/2016 00:00 - Atualizado em 12/10/2016 14:12

A temática da novena de Nossa Senhora Aparecida, voltada para o “Rosto Misericordioso de Maria”, nos recorda como a misericórdia divina se revela a nós através da filha predileta de Deus Pai. Maria assume, de fato, os traços de cada povo que se coloca sob a sua proteção, e aos seus filhos ensina que “a misericórdia de Deus se estende, de geração em geração, sobre os que O temem”. (Lc 1,50).  

O Concílio Vaticano II, na Constituição “Lumen Gentium”, expõe a maneira mais correta e amorosa de vivermos a devoção filial a Maria: “Os fiéis lembrem-se de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes”. (nº 67).

No terceiro dia da Novena, foi aprofundado um tema muito atual e importante: “Maria, Senhora dos Pobres e dos Excluídos”, sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário. Começo por chamar a atenção de todos, aqui reunidos, para louvar a nossa Mãe, que ela tem por nós um cuidado que brota de sua própria experiência pessoal, como missão que o Filho lhe confiou.

Ao longo da sua vida, Maria experimentou as dificuldades e sofrimentos da caminhada humana. Os contextos podem ser diferentes, mas todos nós compartilhamos as aflições, e também as alegrias, que fazem parte das nossas respectivas experiências. Ela pertence àquela linhagem dos pobres e humildes de Israel, que reconheciam em Deus seu único refúgio, e da qual nasceria o Messias. É a Senhora dos pobres e dos excluídos, que conheceu situações semelhantes e, por isso, está muito perto de todos os que se encontram em pobreza e exclusão.

Já no episódio de sua visita à prima Isabel, vemos em Maria o espírito de serviço, que a levou a enfrentar, apesar da gravidez, a dureza de uma longa viagem até às montanhas da Judéia (cf. Lc 1,39-40).

O nascimento de Jesus foi um acontecimento que marcou a exclusão de Maria e José pelos habitantes de Belém, obrigando-os a buscar abrigo em uma gruta, onde nasceu, privado de qualquer conforto, o Rei do universo.

Durante a vida pública de seu Filho, quando o grande enfoque da pregação era o anúncio do Reino de Deus, Maria nunca se prevaleceu de sua condição de Mãe para se aproximar d´Ele, porém O acompanhava à distância, dando-lhe o testemunho de seu amor materno. Em uma ocasião, quando ela e os parentes próximos de Jesus pedem para falar com Ele, o Filho não exaltou publicamente a Mãe, mas se limitou a responder: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos”? (Mt 12,48). Mas, em seu coração, Maria estava consciente de que o Filho se referia primordialmente a ela, pois colocava como seus irmãos e sua mãe aqueles que fazem a vontade de seu Pai que está nos céus. (cf. Mt 12,50). Dentre todas as pessoas, foi ela quem fez mais pronta e generosamente a vontade do Pai.

 Porém, foi na Paixão e Morte de Jesus que ela vivenciou o ápice do sofrimento humano, associado em tudo Àquele por quem viveu toda a sua vida. O Evangelho de João relata: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena”. (Jo 19,25).

Portanto, eis a Senhora dos Pobres e dos Excluídos, que não se esquece das necessidades de seus filhos. Desde quando não tinham mais vinho nas Bodas de Caná (cf. Jo 2,3), até às situações de desemprego, injustiça social e miséria que marcam o nosso tempo e a nossa sociedade, ela continua ensinando a esperar em Deus com plena confiança. Mas ensina, também, a coragem para mudar as circunstâncias, fazendo tudo o que o seu Filho nos disser.   

Rezemos, então, à nossa Mãe Maria, hoje especialmente com o título de Nossa Senhora do Rosário, tradicionalmente a santa de devoção dos antigos escravos que através dela se sentiam incluídos na Igreja. Que neste grave momento da história do nosso país, ela interceda pela união do nosso povo, e para que se instaurem o progresso, a justiça e a paz entre nós.

 

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“Maria, Senhora dos pobres e dos excluídos"

08/10/2016 00:00 - Atualizado em 12/10/2016 14:12

A temática da novena de Nossa Senhora Aparecida, voltada para o “Rosto Misericordioso de Maria”, nos recorda como a misericórdia divina se revela a nós através da filha predileta de Deus Pai. Maria assume, de fato, os traços de cada povo que se coloca sob a sua proteção, e aos seus filhos ensina que “a misericórdia de Deus se estende, de geração em geração, sobre os que O temem”. (Lc 1,50).  

O Concílio Vaticano II, na Constituição “Lumen Gentium”, expõe a maneira mais correta e amorosa de vivermos a devoção filial a Maria: “Os fiéis lembrem-se de que a verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as suas virtudes”. (nº 67).

No terceiro dia da Novena, foi aprofundado um tema muito atual e importante: “Maria, Senhora dos Pobres e dos Excluídos”, sob a invocação de Nossa Senhora do Rosário. Começo por chamar a atenção de todos, aqui reunidos, para louvar a nossa Mãe, que ela tem por nós um cuidado que brota de sua própria experiência pessoal, como missão que o Filho lhe confiou.

Ao longo da sua vida, Maria experimentou as dificuldades e sofrimentos da caminhada humana. Os contextos podem ser diferentes, mas todos nós compartilhamos as aflições, e também as alegrias, que fazem parte das nossas respectivas experiências. Ela pertence àquela linhagem dos pobres e humildes de Israel, que reconheciam em Deus seu único refúgio, e da qual nasceria o Messias. É a Senhora dos pobres e dos excluídos, que conheceu situações semelhantes e, por isso, está muito perto de todos os que se encontram em pobreza e exclusão.

Já no episódio de sua visita à prima Isabel, vemos em Maria o espírito de serviço, que a levou a enfrentar, apesar da gravidez, a dureza de uma longa viagem até às montanhas da Judéia (cf. Lc 1,39-40).

O nascimento de Jesus foi um acontecimento que marcou a exclusão de Maria e José pelos habitantes de Belém, obrigando-os a buscar abrigo em uma gruta, onde nasceu, privado de qualquer conforto, o Rei do universo.

Durante a vida pública de seu Filho, quando o grande enfoque da pregação era o anúncio do Reino de Deus, Maria nunca se prevaleceu de sua condição de Mãe para se aproximar d´Ele, porém O acompanhava à distância, dando-lhe o testemunho de seu amor materno. Em uma ocasião, quando ela e os parentes próximos de Jesus pedem para falar com Ele, o Filho não exaltou publicamente a Mãe, mas se limitou a responder: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos”? (Mt 12,48). Mas, em seu coração, Maria estava consciente de que o Filho se referia primordialmente a ela, pois colocava como seus irmãos e sua mãe aqueles que fazem a vontade de seu Pai que está nos céus. (cf. Mt 12,50). Dentre todas as pessoas, foi ela quem fez mais pronta e generosamente a vontade do Pai.

 Porém, foi na Paixão e Morte de Jesus que ela vivenciou o ápice do sofrimento humano, associado em tudo Àquele por quem viveu toda a sua vida. O Evangelho de João relata: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena”. (Jo 19,25).

Portanto, eis a Senhora dos Pobres e dos Excluídos, que não se esquece das necessidades de seus filhos. Desde quando não tinham mais vinho nas Bodas de Caná (cf. Jo 2,3), até às situações de desemprego, injustiça social e miséria que marcam o nosso tempo e a nossa sociedade, ela continua ensinando a esperar em Deus com plena confiança. Mas ensina, também, a coragem para mudar as circunstâncias, fazendo tudo o que o seu Filho nos disser.   

Rezemos, então, à nossa Mãe Maria, hoje especialmente com o título de Nossa Senhora do Rosário, tradicionalmente a santa de devoção dos antigos escravos que através dela se sentiam incluídos na Igreja. Que neste grave momento da história do nosso país, ela interceda pela união do nosso povo, e para que se instaurem o progresso, a justiça e a paz entre nós.

 

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro