Arquidiocese do Rio de Janeiro

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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 28/03/2024

28 de Março de 2024

Elevação à Basílica Santuário da Penha

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Elevação à Basílica Santuário da Penha

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24/06/2016 10:25 - Atualizado em 24/06/2016 10:25

Elevação à Basílica Santuário da Penha 0

24/06/2016 10:25 - Atualizado em 24/06/2016 10:25

Em pleno ano que se comemora o jubileu de ouro de elevação à Santuário Arquidiocesano, a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França recebe um grande presente da Santa Sé: o título de Basílica Menor. O título de Basílica é conferido pelo Papa, através de um decreto assinado pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Existem quatro grandes Basílicas Maiores em Roma (as de São Pedro, São Paulo, São João de Latrão e de Santa Maria Maior); todas as outras Basílicas são chamadas de Menores. A Basílica sinaliza, nas várias localidades, a presença do Santo Padre e a união do Povo de Deus com ele.

O termo basílica significa “Casa Real”. Basílicas eram construções especiais com colunas e pórticos que, na Grécia, levavam o nome de basílica, por estarem relacionadas ao rei (basileus). Os gregos copiaram dos persas. A basílica na Pérsia era a sala de audiências do rei. Graças às suas características de cunho prático, estas salas imensas com mais de uma nave, sustentadas por pilastras, foram adotadas no ocidente. Com a liberdade de culto favorecida pelo Imperador Constantino, muitas basílicas passaram a serem templos cristãos. (cf. P. JOUNEL, in Dicionário de Liturgia, Paulinas, S. Paulo, 1992 – p.696).

Para que uma igreja receba do papa o título de basílica, requer-se que a mesma seja sagrada com o rito do Pontifical Romano e tenha seu altar consagrado, com vários elementos litúrgicos no templo em digna admiração artística. Destacamos a imagem de Nossa Senhora do Rosário, que foi a primeira ocupar o trono do Santuário, e a imagem de Nossa Senhora da Penha, ambas do século XVII; o belíssimo púlpito cristão de 1908 em jacarandá, obra do mestre português Manoel Ferreira Tunes (1850-1912). O Santuário da Penha possui uma arquitetura eclética com diversidades de estilos combinando elementos românicos e barrocos, entre outros que compõem e criam uma nova linguagem arquitetônica. Sua importância histórica transcende a religiosidade sendo um patrimônio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (decreto nº 9413/90 em 21/06/1990) e, para Arquidiocese, é um marco de fé e veneração à Virgem Santíssima, Nossa Senhora da Penha de França, que a reconhece como Santuário Mariano Arquidiocesano.

Uma das primeiras igrejas construídas na cidade, com data de 1635, levando os romeiros a subirem a grande pedra vindo de várias direções da cidade. Barcas da Cantareira aportavam no Porto Maria Angu, trens especiais saindo da Praia Formosa, charretes, carros e até a cavalo. O Santuário, símbolo da Zona Norte e Leopoldina, é marco fundamental do surgimento do Bairro da Penha. No ano de 1728 é criada a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha de França, por fidalgos portugueses que passa administrar e preservar o legado do Capitão Baltazar de Abreu Cardoso.

Além disso, para ser basílica deve deter especial predileção do Povo de Deus, seja pela sua antiguidade, seja por aspecto devocional. Na verdade, é um santuário com afluência constante de fiéis de diversos lugares do mundo, sobretudo, aos finais de semana. E, até hoje com 380 anos de história, o Povo de Deus acorre piedosamente à casa da Mãe da Penha, com especial presença os grupos de pastorais e de movimentos da nossa Arquidiocese e outras que, ao longo do ano, peregrinam por aqui e realizam diversas ações espirituais, sociais e formativas motivados pela devoção mariana.

Para tal acolhida desses grupos, juntamente com os peregrinos, visitantes e comunidade local, o Santuário como Basílica quer aprimorar o que já oferecia com as celebrações dos Sacramentos e com o serviço de evangelização: a Santa Missa todos os dias de segunda a sábado e aos domingos com 4 Missas (com destaque também nas datas da festa da cátedra de Sô Pedro (22 de fevereiro), da solenidade de São Pedro e São Paulo (29 de junho) e do aniversário de eleição do sumo pontífice reinante; Confissões e direção espiritual; Sacramento do Batismo e do Matrimonio; Pastoral da Acolhida; Pastoral da Liturgia; Coroinhas, cerimoniários e sacristãos; Pastoral da Caridade Social; Pastoral da Comunicação; Pastoral da Visitação que leva a capelinha de nossa Senhora da Penha de França a quantos desejarem em suas casas; Pastoral Familiar; Grupo Jovem; Catequese de crianças, jovens e adultos inserindo-os na comunidade cristã; Formação mariana mensal com horários alternativos; e, mais ainda agora “como Basílica, deve dedicar-se, também, à divulgação os documentos pontifícios e do magistério em geral” (Decreto do Título de Basílica Menor, de 06/06/2016, in Aas 60-1968-536ss).

A festa em louvor a Nossa Senhora, segundo Frei Agostinho de Santa Maria, tem início por volta de 1713, uma festa tipicamente portuguesa. Em 8 de setembro de 1816 D. João VI oficializa a festa da Penha e com o fim da escravidão houve uma miscigenação, e a festa passa ter outra personalidade. Os negros faziam rodas de capoeira e cantando canções em louvor e respeito à Virgem. Com o tempo a festa chega ser palco de disputa de sambas e marchinhas carnavalescas, com a presença de nomes consagrados da música popular brasileira. Foi na festa da Penha que Sinhô e Donga lançam o primeiro samba carioca “Pelo Telefone”.

Enfim, a festa de Nossa Senhora da Penha de França ou simplesmente Festa da Penha comumente chamada, durante todos os domingos de Outubro, com missas cheias de hora em hora desde 07h00min às 18h00min, repletas de flores e fitas devocionais depositadas na Igreja, encontros culturais no pátio (folclore brasileiro, folclore português) e a solene procissão que, no último ano, contou com uma participação imensa de milhares de pessoas na comemoração do Jubileu de 380 anos de Festa, ressalta a visibilidade e antecipação do Reino de Deus (cf. Ap 5,1-14), ao ponto de receber o título de Basílica (Casa Real).

Co-autora: Jussara Cestari – Museóloga da Basílica Santuário de N. S. da Penha de França

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Elevação à Basílica Santuário da Penha

24/06/2016 10:25 - Atualizado em 24/06/2016 10:25

Em pleno ano que se comemora o jubileu de ouro de elevação à Santuário Arquidiocesano, a Igreja de Nossa Senhora da Penha de França recebe um grande presente da Santa Sé: o título de Basílica Menor. O título de Basílica é conferido pelo Papa, através de um decreto assinado pela Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos. Existem quatro grandes Basílicas Maiores em Roma (as de São Pedro, São Paulo, São João de Latrão e de Santa Maria Maior); todas as outras Basílicas são chamadas de Menores. A Basílica sinaliza, nas várias localidades, a presença do Santo Padre e a união do Povo de Deus com ele.

O termo basílica significa “Casa Real”. Basílicas eram construções especiais com colunas e pórticos que, na Grécia, levavam o nome de basílica, por estarem relacionadas ao rei (basileus). Os gregos copiaram dos persas. A basílica na Pérsia era a sala de audiências do rei. Graças às suas características de cunho prático, estas salas imensas com mais de uma nave, sustentadas por pilastras, foram adotadas no ocidente. Com a liberdade de culto favorecida pelo Imperador Constantino, muitas basílicas passaram a serem templos cristãos. (cf. P. JOUNEL, in Dicionário de Liturgia, Paulinas, S. Paulo, 1992 – p.696).

Para que uma igreja receba do papa o título de basílica, requer-se que a mesma seja sagrada com o rito do Pontifical Romano e tenha seu altar consagrado, com vários elementos litúrgicos no templo em digna admiração artística. Destacamos a imagem de Nossa Senhora do Rosário, que foi a primeira ocupar o trono do Santuário, e a imagem de Nossa Senhora da Penha, ambas do século XVII; o belíssimo púlpito cristão de 1908 em jacarandá, obra do mestre português Manoel Ferreira Tunes (1850-1912). O Santuário da Penha possui uma arquitetura eclética com diversidades de estilos combinando elementos românicos e barrocos, entre outros que compõem e criam uma nova linguagem arquitetônica. Sua importância histórica transcende a religiosidade sendo um patrimônio da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (decreto nº 9413/90 em 21/06/1990) e, para Arquidiocese, é um marco de fé e veneração à Virgem Santíssima, Nossa Senhora da Penha de França, que a reconhece como Santuário Mariano Arquidiocesano.

Uma das primeiras igrejas construídas na cidade, com data de 1635, levando os romeiros a subirem a grande pedra vindo de várias direções da cidade. Barcas da Cantareira aportavam no Porto Maria Angu, trens especiais saindo da Praia Formosa, charretes, carros e até a cavalo. O Santuário, símbolo da Zona Norte e Leopoldina, é marco fundamental do surgimento do Bairro da Penha. No ano de 1728 é criada a Venerável Irmandade de Nossa Senhora da Penha de França, por fidalgos portugueses que passa administrar e preservar o legado do Capitão Baltazar de Abreu Cardoso.

Além disso, para ser basílica deve deter especial predileção do Povo de Deus, seja pela sua antiguidade, seja por aspecto devocional. Na verdade, é um santuário com afluência constante de fiéis de diversos lugares do mundo, sobretudo, aos finais de semana. E, até hoje com 380 anos de história, o Povo de Deus acorre piedosamente à casa da Mãe da Penha, com especial presença os grupos de pastorais e de movimentos da nossa Arquidiocese e outras que, ao longo do ano, peregrinam por aqui e realizam diversas ações espirituais, sociais e formativas motivados pela devoção mariana.

Para tal acolhida desses grupos, juntamente com os peregrinos, visitantes e comunidade local, o Santuário como Basílica quer aprimorar o que já oferecia com as celebrações dos Sacramentos e com o serviço de evangelização: a Santa Missa todos os dias de segunda a sábado e aos domingos com 4 Missas (com destaque também nas datas da festa da cátedra de Sô Pedro (22 de fevereiro), da solenidade de São Pedro e São Paulo (29 de junho) e do aniversário de eleição do sumo pontífice reinante; Confissões e direção espiritual; Sacramento do Batismo e do Matrimonio; Pastoral da Acolhida; Pastoral da Liturgia; Coroinhas, cerimoniários e sacristãos; Pastoral da Caridade Social; Pastoral da Comunicação; Pastoral da Visitação que leva a capelinha de nossa Senhora da Penha de França a quantos desejarem em suas casas; Pastoral Familiar; Grupo Jovem; Catequese de crianças, jovens e adultos inserindo-os na comunidade cristã; Formação mariana mensal com horários alternativos; e, mais ainda agora “como Basílica, deve dedicar-se, também, à divulgação os documentos pontifícios e do magistério em geral” (Decreto do Título de Basílica Menor, de 06/06/2016, in Aas 60-1968-536ss).

A festa em louvor a Nossa Senhora, segundo Frei Agostinho de Santa Maria, tem início por volta de 1713, uma festa tipicamente portuguesa. Em 8 de setembro de 1816 D. João VI oficializa a festa da Penha e com o fim da escravidão houve uma miscigenação, e a festa passa ter outra personalidade. Os negros faziam rodas de capoeira e cantando canções em louvor e respeito à Virgem. Com o tempo a festa chega ser palco de disputa de sambas e marchinhas carnavalescas, com a presença de nomes consagrados da música popular brasileira. Foi na festa da Penha que Sinhô e Donga lançam o primeiro samba carioca “Pelo Telefone”.

Enfim, a festa de Nossa Senhora da Penha de França ou simplesmente Festa da Penha comumente chamada, durante todos os domingos de Outubro, com missas cheias de hora em hora desde 07h00min às 18h00min, repletas de flores e fitas devocionais depositadas na Igreja, encontros culturais no pátio (folclore brasileiro, folclore português) e a solene procissão que, no último ano, contou com uma participação imensa de milhares de pessoas na comemoração do Jubileu de 380 anos de Festa, ressalta a visibilidade e antecipação do Reino de Deus (cf. Ap 5,1-14), ao ponto de receber o título de Basílica (Casa Real).

Co-autora: Jussara Cestari – Museóloga da Basílica Santuário de N. S. da Penha de França

Padre Thiago Sardinha de Jesus
Autor

Padre Thiago Sardinha de Jesus

Reitor da Basílica Santuário Arquidiocesano Mariano de Nossa Senhora da Penha de França