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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 09/05/2024

09 de Maio de 2024

31ª Semana do Migrante

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31ª Semana do Migrante

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10/06/2016 10:57 - Atualizado em 10/06/2016 10:58

31ª Semana do Migrante 0

10/06/2016 10:57 - Atualizado em 10/06/2016 10:58

Todos os anos no mês de junho em todo o Brasil, o Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM – promove essa Semana, retomando e aprofundando o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB na ótica das migrações. Neste ano, a partir das sugestões recebidas, o tema trabalhado será “Migração e Ecologia” e o lema: “O Grito que vem da Terra”. O SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes realiza de 12 a 19 de junho de 2016 a 31ª Semana Nacional do Migrante.

Na apresentação do texto-base aparecem os votos de que nesse período seja possível o resgate da vida no planeta. “Neste ano extraordinário da Misericórdia, vivamos a verdadeira compaixão pelo sofrimento de todos que conosco convivem na casa comum e manifestemos em atitudes concretas de solidariedade o resgate da vida do planeta”.

Na ilustração para a Semana do Migrante do ano 2016 é retratada a natureza, ou seja, a totalidade das coisas que existem, nascem, vivem e morrem, ou seja, o mundo da vida, a nossa Terra, que se oferece ao nosso olhar, à nossa experiência cotidiana. Somos parte dela, e ela é nossa raiz.

O rosto feminino representado é materno, porque a Terra gera, é mãe, mas ao mesmo tempo é jovem, filial, porque a Terra precisa de cuidado, não é capaz de sobreviver às inúmeras violências, exige que seus mesmos filhos a defendam.

Por outro lado nesta semana somos chamados também a refletir sobre a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado com o tema: “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da Misericórdia”.

O Papa Francisco nos recorda sobre os emigrantes de maneira especial para os refugiados, porém, além de recordar a importância de um bom acolhimento, nos recorda também a responsabilidade de ajudar os locais de onde saem os migrantes para que ofereçam condições dignas para que os seus habitantes vivam em seus países. Recorda-nos também que aqueles que recebem os emigrantes se enriquecem pela experiência diversa que chega e pela partilha de vida. Lembra também das novas formas de escravidão que aparecem com esses fluxos migratórios. Às vezes muito claras como em alguns casos aqui em nossa cidade, seja disfarçadas de subemprego em alguns países que, mesmo com um salário razoável, empregam mão de obra barata do migrante.

No entanto, no Brasil o foco da 31ª Semana do Migrante está em sintonia com a Campanha da Fraternidade de 2016, e quer colaborar com a reflexão sobre os gritos da terra e nos chamar à responsabilidade para o cuidado com a casa comum e a vida que nela habita!

 Em 2015, o Papa Francisco lançou a Carta Encíclica Laudato Si”sobre o cuidado da casa comum. O nome do documento foi inspirado na invocação de São Francisco “Louvado sejas, meu Senhor”, que no cântico das criaturasrecorda que a terra, a nossa casa comum, “se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços”. Nós mesmos “somos terra” (cf. Gn 2,7).

Uma das mais intensas realidades da natureza é a mobilidade: a humanidade migrante flui como lágrima no rosto da Terra levada pela imensa esperança de alcançar uma terra boa para cicatrizar as feridas, para renascer e viver novamente. A alma de quem migra descobre o futuro no mais bonito dos aspectos da Mãe Terra: o caminho.

O que fazer para melhorar a nossa qualidade de vida? O que fica evidente é que a responsabilidade com a qualidade de vida em nossa casa comum é, também, comum a todos. Precisamos nos dar conta da íntima relação entre os pobres e a fragilidade do planeta; a convicção de que tudo no mundo está intimamente conectado; o convite a buscar outros modos de entender a economia; a grave responsabilidade da política internacional; a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida. O desafio urgente de proteger a nossa casa comum, disse o Papa Francisco, envolve a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.

A data do Dia do Migrante e do Refugiado é variada: o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado é celebrado no dia 17 de janeiro, e é para essa data a mensagem do Papa Francisco. No Brasil, o Dia Nacional do Migrante é no dia 25 de junho. Na 17ª Assembleia Geral da CNBB, esse dia é celebrado na Igreja do Brasil no domingo imediatamente anterior a essa data, caso essa data não caia no domingo. Portanto, neste ano, no dia 19 de junho. Para bem preparar é que temos a Semana do Migrante, que está em seu 31º ano em nosso país. Por isso temos também o tema do Papa e o tema da CNBB, que procuramos salientar acima.

Que esta Semana do Migrante nos ajude a ouvir os gritos dos refugiados que buscam casa para viver e também os gritos da terra, e nos faça redescobrir o que assinalou o Papa Francisco: “é preciso sentir novamente que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos”.

 

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31ª Semana do Migrante

10/06/2016 10:57 - Atualizado em 10/06/2016 10:58

Todos os anos no mês de junho em todo o Brasil, o Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM – promove essa Semana, retomando e aprofundando o tema da Campanha da Fraternidade da CNBB na ótica das migrações. Neste ano, a partir das sugestões recebidas, o tema trabalhado será “Migração e Ecologia” e o lema: “O Grito que vem da Terra”. O SPM – Serviço Pastoral dos Migrantes realiza de 12 a 19 de junho de 2016 a 31ª Semana Nacional do Migrante.

Na apresentação do texto-base aparecem os votos de que nesse período seja possível o resgate da vida no planeta. “Neste ano extraordinário da Misericórdia, vivamos a verdadeira compaixão pelo sofrimento de todos que conosco convivem na casa comum e manifestemos em atitudes concretas de solidariedade o resgate da vida do planeta”.

Na ilustração para a Semana do Migrante do ano 2016 é retratada a natureza, ou seja, a totalidade das coisas que existem, nascem, vivem e morrem, ou seja, o mundo da vida, a nossa Terra, que se oferece ao nosso olhar, à nossa experiência cotidiana. Somos parte dela, e ela é nossa raiz.

O rosto feminino representado é materno, porque a Terra gera, é mãe, mas ao mesmo tempo é jovem, filial, porque a Terra precisa de cuidado, não é capaz de sobreviver às inúmeras violências, exige que seus mesmos filhos a defendam.

Por outro lado nesta semana somos chamados também a refletir sobre a mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado com o tema: “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da Misericórdia”.

O Papa Francisco nos recorda sobre os emigrantes de maneira especial para os refugiados, porém, além de recordar a importância de um bom acolhimento, nos recorda também a responsabilidade de ajudar os locais de onde saem os migrantes para que ofereçam condições dignas para que os seus habitantes vivam em seus países. Recorda-nos também que aqueles que recebem os emigrantes se enriquecem pela experiência diversa que chega e pela partilha de vida. Lembra também das novas formas de escravidão que aparecem com esses fluxos migratórios. Às vezes muito claras como em alguns casos aqui em nossa cidade, seja disfarçadas de subemprego em alguns países que, mesmo com um salário razoável, empregam mão de obra barata do migrante.

No entanto, no Brasil o foco da 31ª Semana do Migrante está em sintonia com a Campanha da Fraternidade de 2016, e quer colaborar com a reflexão sobre os gritos da terra e nos chamar à responsabilidade para o cuidado com a casa comum e a vida que nela habita!

 Em 2015, o Papa Francisco lançou a Carta Encíclica Laudato Si”sobre o cuidado da casa comum. O nome do documento foi inspirado na invocação de São Francisco “Louvado sejas, meu Senhor”, que no cântico das criaturasrecorda que a terra, a nossa casa comum, “se pode comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços”. Nós mesmos “somos terra” (cf. Gn 2,7).

Uma das mais intensas realidades da natureza é a mobilidade: a humanidade migrante flui como lágrima no rosto da Terra levada pela imensa esperança de alcançar uma terra boa para cicatrizar as feridas, para renascer e viver novamente. A alma de quem migra descobre o futuro no mais bonito dos aspectos da Mãe Terra: o caminho.

O que fazer para melhorar a nossa qualidade de vida? O que fica evidente é que a responsabilidade com a qualidade de vida em nossa casa comum é, também, comum a todos. Precisamos nos dar conta da íntima relação entre os pobres e a fragilidade do planeta; a convicção de que tudo no mundo está intimamente conectado; o convite a buscar outros modos de entender a economia; a grave responsabilidade da política internacional; a cultura do descarte e a proposta de um novo estilo de vida. O desafio urgente de proteger a nossa casa comum, disse o Papa Francisco, envolve a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar.

A data do Dia do Migrante e do Refugiado é variada: o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado é celebrado no dia 17 de janeiro, e é para essa data a mensagem do Papa Francisco. No Brasil, o Dia Nacional do Migrante é no dia 25 de junho. Na 17ª Assembleia Geral da CNBB, esse dia é celebrado na Igreja do Brasil no domingo imediatamente anterior a essa data, caso essa data não caia no domingo. Portanto, neste ano, no dia 19 de junho. Para bem preparar é que temos a Semana do Migrante, que está em seu 31º ano em nosso país. Por isso temos também o tema do Papa e o tema da CNBB, que procuramos salientar acima.

Que esta Semana do Migrante nos ajude a ouvir os gritos dos refugiados que buscam casa para viver e também os gritos da terra, e nos faça redescobrir o que assinalou o Papa Francisco: “é preciso sentir novamente que precisamos uns dos outros, que temos uma responsabilidade para com os outros e o mundo, que vale a pena ser bons e honestos”.

 

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro