Arquidiocese do Rio de Janeiro

34º 22º

Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

A Páscoa e a misericórdia

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do e-mail.
E-mail enviado com sucesso.

17 de Maio de 2024

A Páscoa e a misericórdia

Se você encontrou erro neste texto ou nesta página, por favor preencha os campos abaixo. O link da página será enviado automaticamente a ArqRio.

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do erro.
Erro relatado com sucesso, obrigado.

01/04/2016 16:42 - Atualizado em 01/04/2016 16:44

A Páscoa e a misericórdia 0

01/04/2016 16:42 - Atualizado em 01/04/2016 16:44

No segundo domingo da Páscoa, a assembleia litúrgica se coloca diante da força da misericórdia divina. De fato, o mistério da vitória de Cristo é a fonte viva da paz e da comunhão entre Deus e a humanidade. Neste Ano Jubilar, a Igreja é incentivada, ainda mais, a experimentar o amor divino, a fim de que possa continuar a ser um instrumento eficaz de reconciliação. Nesse sentido, o Papa Francisco se expressa assim: “Na morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus torna evidente este seu amor, que chega ao ponto de destruir o pecado dos homens. É possível deixar-se reconciliar com Deus através do mistério pascal e da mediação da Igreja. Por isso, Deus está sempre disponível para o perdão, não Se cansando de o oferecer de maneira sempre nova e inesperada” (MV 22).

Em todos os anos do Lecionário dominical (A, B e C), o Evangelho proclamado no segundo domingo da Páscoa é a narrativa joanina das duas aparições de Jesus aos seus discípulos no cenáculo (cf. Jo 20,19-31). Desta maneira, no próprio dia da ressurreição, o Senhor se põe no meio dos seus para lhes comunicar os seguintes frutos de seu triunfo: a paz, a alegria, a missão, a unção do Espírito Santo e o ministério da reconciliação (cf. Jo 20,19-25). Oito dias depois, ou seja, no domingo subsequente, o Ressuscitado aparece novamente para confirmar a fé dos que creem sem o terem visto (cf. Jo 20, 26-31). Esta passagem evangélica é de fundamental importância para que a comunidade eclesial redescubra constantemente a sua identidade, nascida do encontro com o Redivivo, de instrumento do perdão e da comunhão.

Sendo a Liturgia da Palavra uma atualização dos eventos histórico-salvíficos, a assembleia, hoje, experimenta a mesma potência santificadora dispensada naqueles dois primeiros domingos pascais. Por isso, celebrando a Eucaristia, o Senhor anuncia a paz aos seus novos discípulos, os envia ao mundo para prolongar a sua atuação, os dota com a virtude do Pneuma, os torna embaixadores do perdão divino para os pecadores e, finalmente, os constitui testemunhas da fé na ressurreição. Aquela realidade fundamental da primeira comunidade apostólica se reapresenta a Igreja hodierna para que viva o seu carisma original.  As palavras de São João Paulo II nos ensinam a conexão vital entre o Mistério Pascal e a práxis eclesial: “É evidente que a Igreja professa a misericórdia de Deus, revelada em Cristo crucificado e ressuscitado, não somente com as palavras do seu ensino, mas sobretudo com a pulsação mais profunda da vida de todo o Povo de Deus. Mediante este testemunho de vida, a Igreja cumpre a sua missão própria como Povo de Deus, missão que participa da própria missão messiânica de Cristo, e que, em certo sentido, a continua” (DM 13).

O ministério da reconciliação é uma das tarefas primordiais da Igreja. O Senhor Jesus disse: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (cf. Jo 20,23). Em primeiro plano, existe uma indicação existencial nesta sentença, pois os cristãos são chamados a se reconhecerem pecadores para se apaziguarem com Deus e com os irmãos, pedindo e dando o perdão. O próprio Cristo nos propõe esta regra: “Perdoa-nos os nossos pecados, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Lc 11,4). Depois, uma indicação sacramental, visto que, com o arrependimento e o compromisso de conversão das situações de pecado, surgem os sacramentos do Batismo e da Penitência. O apóstolo Pedro, em seu discurso, insistiu: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados” (At 2,38). O Santo Espírito move os corações para a reconstrução dos relacionamentos feridos, para a vivência da fraternidade e a experiência de comunhão com Deus.

Celebrando o tempo da Páscoa, os fiéis vão sendo inseridos, cada vez mais, na missão eclesial de comunicar a todos os frutos do triunfo de Cristo sobre o pecado e morte. Escutando a narrativa bíblica da aparição do Ressuscitado, recebendo o Espírito Santo – o dom pascal por excelência –, sendo enviada como sacramento de reconciliação entre os homens, a Igreja, neste Ano Santo da Misericórdia, canta, jubilosamente, o Aleluia da vitória do Ressuscitado, fonte de paz e misericórdia para o mundo inteiro.

Leia os comentários

Deixe seu comentário

Resposta ao comentário de:

Enviando...
Por favor, preencha os campos adequadamente.
Ocorreu um erro no envio do comentário.
Comentário enviado para aprovação.

A Páscoa e a misericórdia

01/04/2016 16:42 - Atualizado em 01/04/2016 16:44

No segundo domingo da Páscoa, a assembleia litúrgica se coloca diante da força da misericórdia divina. De fato, o mistério da vitória de Cristo é a fonte viva da paz e da comunhão entre Deus e a humanidade. Neste Ano Jubilar, a Igreja é incentivada, ainda mais, a experimentar o amor divino, a fim de que possa continuar a ser um instrumento eficaz de reconciliação. Nesse sentido, o Papa Francisco se expressa assim: “Na morte e ressurreição de Jesus Cristo, Deus torna evidente este seu amor, que chega ao ponto de destruir o pecado dos homens. É possível deixar-se reconciliar com Deus através do mistério pascal e da mediação da Igreja. Por isso, Deus está sempre disponível para o perdão, não Se cansando de o oferecer de maneira sempre nova e inesperada” (MV 22).

Em todos os anos do Lecionário dominical (A, B e C), o Evangelho proclamado no segundo domingo da Páscoa é a narrativa joanina das duas aparições de Jesus aos seus discípulos no cenáculo (cf. Jo 20,19-31). Desta maneira, no próprio dia da ressurreição, o Senhor se põe no meio dos seus para lhes comunicar os seguintes frutos de seu triunfo: a paz, a alegria, a missão, a unção do Espírito Santo e o ministério da reconciliação (cf. Jo 20,19-25). Oito dias depois, ou seja, no domingo subsequente, o Ressuscitado aparece novamente para confirmar a fé dos que creem sem o terem visto (cf. Jo 20, 26-31). Esta passagem evangélica é de fundamental importância para que a comunidade eclesial redescubra constantemente a sua identidade, nascida do encontro com o Redivivo, de instrumento do perdão e da comunhão.

Sendo a Liturgia da Palavra uma atualização dos eventos histórico-salvíficos, a assembleia, hoje, experimenta a mesma potência santificadora dispensada naqueles dois primeiros domingos pascais. Por isso, celebrando a Eucaristia, o Senhor anuncia a paz aos seus novos discípulos, os envia ao mundo para prolongar a sua atuação, os dota com a virtude do Pneuma, os torna embaixadores do perdão divino para os pecadores e, finalmente, os constitui testemunhas da fé na ressurreição. Aquela realidade fundamental da primeira comunidade apostólica se reapresenta a Igreja hodierna para que viva o seu carisma original.  As palavras de São João Paulo II nos ensinam a conexão vital entre o Mistério Pascal e a práxis eclesial: “É evidente que a Igreja professa a misericórdia de Deus, revelada em Cristo crucificado e ressuscitado, não somente com as palavras do seu ensino, mas sobretudo com a pulsação mais profunda da vida de todo o Povo de Deus. Mediante este testemunho de vida, a Igreja cumpre a sua missão própria como Povo de Deus, missão que participa da própria missão messiânica de Cristo, e que, em certo sentido, a continua” (DM 13).

O ministério da reconciliação é uma das tarefas primordiais da Igreja. O Senhor Jesus disse: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (cf. Jo 20,23). Em primeiro plano, existe uma indicação existencial nesta sentença, pois os cristãos são chamados a se reconhecerem pecadores para se apaziguarem com Deus e com os irmãos, pedindo e dando o perdão. O próprio Cristo nos propõe esta regra: “Perdoa-nos os nossos pecados, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (Lc 11,4). Depois, uma indicação sacramental, visto que, com o arrependimento e o compromisso de conversão das situações de pecado, surgem os sacramentos do Batismo e da Penitência. O apóstolo Pedro, em seu discurso, insistiu: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados” (At 2,38). O Santo Espírito move os corações para a reconstrução dos relacionamentos feridos, para a vivência da fraternidade e a experiência de comunhão com Deus.

Celebrando o tempo da Páscoa, os fiéis vão sendo inseridos, cada vez mais, na missão eclesial de comunicar a todos os frutos do triunfo de Cristo sobre o pecado e morte. Escutando a narrativa bíblica da aparição do Ressuscitado, recebendo o Espírito Santo – o dom pascal por excelência –, sendo enviada como sacramento de reconciliação entre os homens, a Igreja, neste Ano Santo da Misericórdia, canta, jubilosamente, o Aleluia da vitória do Ressuscitado, fonte de paz e misericórdia para o mundo inteiro.

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida