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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

Morte e ressurreição

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18/03/2016 15:34 - Atualizado em 18/03/2016 15:34

Morte e ressurreição 0

18/03/2016 15:34 - Atualizado em 18/03/2016 15:34

Durante esta semana, a Igreja é introduzida, pela ação do Espírito Santo, na celebração do Mistério Pascal de Cristo. Os dias litúrgicos acompanharão os momentos decisivos do caminho do Senhor: desde a entrada na cidade de Jerusalém, passando pela sua paixão e cruz e chegando às alegrias da sua ressurreição. No prefácio do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o presidente da assembleia eucarística reza: “sua morte apagou nossos pecados e sua ressurreição nos trouxe a vida nova”. O abade Teodoro Estudita, no século VIII, testemunha: “A morte foi assassinada pela cruz e Adão foi restituído à vida. Da cruz todos os apóstolos se gloriaram, todo o mártir com ela foi coroado e todo santo, santificado. Com a cruz nos revestimos de Cristo e nos despojamos do homem velho”. Por meio das celebrações da Semana Santa e do Tríduo Sagrado, os fiéis recebem os frutos da obra salvífica conquistada na Páscoa de Jesus.

Os eventos da paixão e da cruz do Senhor possuem um significado único na história da salvação, pois “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3). Longe de ser fruto da consequência de conjunturas circunstanciais, a razão da sua morte está no fechamento dos homens à vontade paterna: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou seu filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). O Verbo divino, assumindo a natureza humana, ofereceu-se ao Pai, cumprindo em tudo os seus decretos e as suas leis: “Meu alimento é fazer a vontade daqu’Ele que me enviou e consumar sua obra” (Jo 4,34). Assim, da encarnação à cruz, Ele passa apresentando-se como o servo obediente ao projeto paterno. Contudo, no fim de sua caminhada, tal fidelidade é levada à medida da cruz: “Pai, salve-me desta hora! Mas foi precisamente para esta hora que eu vim” (Jo 12,27). Diante da desobediência de Adão – e, consecutivamente, de todos os homens – se contrapõe a oblação total de Jesus: “ninguém me tira a vida, eu a dou livremente” (Jo 10,18).

O evento da ressurreição do Senhor garantiu-nos uma existência nova. Com a vitória sobre o sofrimento, o pecado e a morte, Jesus comunica seu Espírito Santo aos seus discípulos, possibilitando-os se tornarem filhos adotivos de Deus: “E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama; Abba, Pai!” (Gl 4,6). O fruto da ressurreição consiste, exatamente, em viver como templos do Espírito Divino – “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós e que recebestes de Deus? (...) Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus com vosso corpo” (1Cor 6,19-20), como membros do Corpo Místico de Cristo – “Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte” (1Cor 12,27) e como filhos amados do Pai – “Veja que grande manifestação de amor nos deu o Pai: de sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” (1Jo 3,1). A vitória de Jesus é o fundamento da acolhida da força vivificante do Espírito, o guia interior, que nos transforma em “alter Christus” (outros cristos, no sentido de um prolongamento da virtude do Redivivo).

A Igreja se prepara para celebrar o mistério da Morte e Ressurreição de Jesus. A cruz do Senhor apagou nossa desobediência aos mandamentos divinos, nos justificando de nossas transgressões. A sua vitória pascal conquistou-nos a graça celeste, permitindo-nos iniciar uma vida nova, guiada pelo Espírito do Senhor. Nesse sentindo, a assembleia dos fiéis pede ao Pai, na celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa: “Ó Deus, pela Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos trazer pela graça a imagem do homem novo”.

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Morte e ressurreição

18/03/2016 15:34 - Atualizado em 18/03/2016 15:34

Durante esta semana, a Igreja é introduzida, pela ação do Espírito Santo, na celebração do Mistério Pascal de Cristo. Os dias litúrgicos acompanharão os momentos decisivos do caminho do Senhor: desde a entrada na cidade de Jerusalém, passando pela sua paixão e cruz e chegando às alegrias da sua ressurreição. No prefácio do Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, o presidente da assembleia eucarística reza: “sua morte apagou nossos pecados e sua ressurreição nos trouxe a vida nova”. O abade Teodoro Estudita, no século VIII, testemunha: “A morte foi assassinada pela cruz e Adão foi restituído à vida. Da cruz todos os apóstolos se gloriaram, todo o mártir com ela foi coroado e todo santo, santificado. Com a cruz nos revestimos de Cristo e nos despojamos do homem velho”. Por meio das celebrações da Semana Santa e do Tríduo Sagrado, os fiéis recebem os frutos da obra salvífica conquistada na Páscoa de Jesus.

Os eventos da paixão e da cruz do Senhor possuem um significado único na história da salvação, pois “Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras” (1Cor 15,3). Longe de ser fruto da consequência de conjunturas circunstanciais, a razão da sua morte está no fechamento dos homens à vontade paterna: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi ele quem nos amou e enviou seu filho como vítima de expiação pelos nossos pecados” (1Jo 4,10). O Verbo divino, assumindo a natureza humana, ofereceu-se ao Pai, cumprindo em tudo os seus decretos e as suas leis: “Meu alimento é fazer a vontade daqu’Ele que me enviou e consumar sua obra” (Jo 4,34). Assim, da encarnação à cruz, Ele passa apresentando-se como o servo obediente ao projeto paterno. Contudo, no fim de sua caminhada, tal fidelidade é levada à medida da cruz: “Pai, salve-me desta hora! Mas foi precisamente para esta hora que eu vim” (Jo 12,27). Diante da desobediência de Adão – e, consecutivamente, de todos os homens – se contrapõe a oblação total de Jesus: “ninguém me tira a vida, eu a dou livremente” (Jo 10,18).

O evento da ressurreição do Senhor garantiu-nos uma existência nova. Com a vitória sobre o sofrimento, o pecado e a morte, Jesus comunica seu Espírito Santo aos seus discípulos, possibilitando-os se tornarem filhos adotivos de Deus: “E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama; Abba, Pai!” (Gl 4,6). O fruto da ressurreição consiste, exatamente, em viver como templos do Espírito Divino – “Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que está em vós e que recebestes de Deus? (...) Alguém pagou alto preço pelo vosso resgate; glorificai, portanto, a Deus com vosso corpo” (1Cor 6,19-20), como membros do Corpo Místico de Cristo – “Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte” (1Cor 12,27) e como filhos amados do Pai – “Veja que grande manifestação de amor nos deu o Pai: de sermos chamados filhos de Deus. E nós o somos!” (1Jo 3,1). A vitória de Jesus é o fundamento da acolhida da força vivificante do Espírito, o guia interior, que nos transforma em “alter Christus” (outros cristos, no sentido de um prolongamento da virtude do Redivivo).

A Igreja se prepara para celebrar o mistério da Morte e Ressurreição de Jesus. A cruz do Senhor apagou nossa desobediência aos mandamentos divinos, nos justificando de nossas transgressões. A sua vitória pascal conquistou-nos a graça celeste, permitindo-nos iniciar uma vida nova, guiada pelo Espírito do Senhor. Nesse sentindo, a assembleia dos fiéis pede ao Pai, na celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa: “Ó Deus, pela Paixão de nosso Senhor Jesus Cristo destruístes a morte que o primeiro pecado transmitiu a todos. Concedei que nos tornemos semelhantes ao vosso Filho e, assim como trouxemos pela natureza a imagem do homem terreno, possamos trazer pela graça a imagem do homem novo”.

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida