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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

A Quaresma e a misericórdia

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A Quaresma e a misericórdia

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07/02/2016 00:00

A Quaresma e a misericórdia 0

07/02/2016 00:00

Esta semana a Igreja inicia o tempo de preparação rumo às alegrias pascais. Com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas se inaugura o período de formação imediata dos catecúmenos para a recepção dos sacramentos de iniciação cristã – Batismo, Crisma e Eucaristia – e de penitência, para os fiéis já iniciados, caracterizado pela vivência da oração, do jejum e da caridade. O tempo quaresmal revela a face misericordiosa de Deus, disposta sempre a acolher e a perdoar os pecadores. A esse respeito é imprescindível ouvir a exortação paulina: “Em nome de Cristo, nos vos suplicamos: Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5,20).

O Papa Francisco, na bula “Misericordiae Vultus”, nos parágrafos 17 e 18, indica uma série de atividades para o tempo quaresmal. Essas querem contribuir para que “a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus” (MV 17). Eis as principais indicações presentes no texto da bula: a lectio divina das páginas bíblicas ligada ao tema do amor misericordioso de Deus, a inciativa 24 horas para o Senhor, a celebração do Sacramento da Reconciliação, a atuação dos missionários da misericórdia e as missões populares.

A Escritura Sagrada possui muitas páginas sobre a misericórdia divina. Tanto no Primeiro Testamento – Ex 34,6; Sl 136; Mq 7,18-19; Is 58,6-11 – quanto no Novo Testamento – o testemunho de Jesus (Mt 9,36; Mc 5,19; Lc 7,15), as parábolas da misericórdia (Lc 15,1-32), os ensinamentos sobre o perdão (Mt 18,22.33.35), as obras de misericórdia (Mt 25,31-45) e o mandato da misericórdia (Lc 6,36) – a comunidade eclesial encontra uma riqueza de textos que favorecem a oração e o exame de consciência. Por isso, a bula do Ano Santo adverte que “para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida” (MV 13).

O Sacramento da Reconciliação, nascido do ministério do Senhor de efetivar o perdão divino a quem O procurava (cf. Mc 2,5) e do encargo dado aos apóstolos de perdoar os pecados (cf. Jo 20,23), é uma fonte da misericórdia para os homens desejosos de comunhão com Deus. Por isso, o Santo Padre pede insistentemente aos confessores que “sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai”, porque “ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva” (MV 17). A imagem para a celebração do Sacramento da Reconciliação é aquela do encontro entre o Pai amoroso e o filho pródigo: correr ao encontro para o abraço e o beijo festivo do amor reconciliador (cf. Lc 15, 11-32).

A missão de anunciar a Boa-Nova de Cristo é também estimulada no período quaresmal do Ano Jubilar. O evento “24 horas para o Senhor”, realizado da sexta-feira para o sábado precedentes ao quarto domingo da Quaresma, quer reunir o povo de Deus para meditar a Escritura, adorar o Santíssimo Sacramento e para celebrar a Reconciliação. Além disso, o Papa solicita que as dioceses organizem atividades missionárias nas quais se anuncie a alegria do perdão divino, com o intuito de permitir “a tantos filhos afastados encontrar de novo o caminho para a casa paterna” (MV 18).

O tempo da Quaresma e o Ano Santo da Misericórdia trazem uma fecundidade para a vida da Igreja. Os catecúmenos vão se encontrar com a face amorosa de Deus, chamando-os a uma vida nova em Cristo, e os fiéis terão a oportunidade, através da leitura orante da Escritura, da celebração do Sacramento da Reconciliação e das ações missionárias e caritativas, de se tornarem um sinal mais efetivo do rosto misericordioso do Pai, tal como o Senhor Jesus nos pediu: “Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

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A Quaresma e a misericórdia

07/02/2016 00:00

Esta semana a Igreja inicia o tempo de preparação rumo às alegrias pascais. Com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas se inaugura o período de formação imediata dos catecúmenos para a recepção dos sacramentos de iniciação cristã – Batismo, Crisma e Eucaristia – e de penitência, para os fiéis já iniciados, caracterizado pela vivência da oração, do jejum e da caridade. O tempo quaresmal revela a face misericordiosa de Deus, disposta sempre a acolher e a perdoar os pecadores. A esse respeito é imprescindível ouvir a exortação paulina: “Em nome de Cristo, nos vos suplicamos: Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5,20).

O Papa Francisco, na bula “Misericordiae Vultus”, nos parágrafos 17 e 18, indica uma série de atividades para o tempo quaresmal. Essas querem contribuir para que “a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus” (MV 17). Eis as principais indicações presentes no texto da bula: a lectio divina das páginas bíblicas ligada ao tema do amor misericordioso de Deus, a inciativa 24 horas para o Senhor, a celebração do Sacramento da Reconciliação, a atuação dos missionários da misericórdia e as missões populares.

A Escritura Sagrada possui muitas páginas sobre a misericórdia divina. Tanto no Primeiro Testamento – Ex 34,6; Sl 136; Mq 7,18-19; Is 58,6-11 – quanto no Novo Testamento – o testemunho de Jesus (Mt 9,36; Mc 5,19; Lc 7,15), as parábolas da misericórdia (Lc 15,1-32), os ensinamentos sobre o perdão (Mt 18,22.33.35), as obras de misericórdia (Mt 25,31-45) e o mandato da misericórdia (Lc 6,36) – a comunidade eclesial encontra uma riqueza de textos que favorecem a oração e o exame de consciência. Por isso, a bula do Ano Santo adverte que “para ser capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é dirigida. Deste modo é possível contemplar a misericórdia de Deus e assumi-la como próprio estilo de vida” (MV 13).

O Sacramento da Reconciliação, nascido do ministério do Senhor de efetivar o perdão divino a quem O procurava (cf. Mc 2,5) e do encargo dado aos apóstolos de perdoar os pecados (cf. Jo 20,23), é uma fonte da misericórdia para os homens desejosos de comunhão com Deus. Por isso, o Santo Padre pede insistentemente aos confessores que “sejam um verdadeiro sinal da misericórdia do Pai”, porque “ser confessor significa participar da mesma missão de Jesus e ser sinal concreto da continuidade de um amor divino que perdoa e salva” (MV 17). A imagem para a celebração do Sacramento da Reconciliação é aquela do encontro entre o Pai amoroso e o filho pródigo: correr ao encontro para o abraço e o beijo festivo do amor reconciliador (cf. Lc 15, 11-32).

A missão de anunciar a Boa-Nova de Cristo é também estimulada no período quaresmal do Ano Jubilar. O evento “24 horas para o Senhor”, realizado da sexta-feira para o sábado precedentes ao quarto domingo da Quaresma, quer reunir o povo de Deus para meditar a Escritura, adorar o Santíssimo Sacramento e para celebrar a Reconciliação. Além disso, o Papa solicita que as dioceses organizem atividades missionárias nas quais se anuncie a alegria do perdão divino, com o intuito de permitir “a tantos filhos afastados encontrar de novo o caminho para a casa paterna” (MV 18).

O tempo da Quaresma e o Ano Santo da Misericórdia trazem uma fecundidade para a vida da Igreja. Os catecúmenos vão se encontrar com a face amorosa de Deus, chamando-os a uma vida nova em Cristo, e os fiéis terão a oportunidade, através da leitura orante da Escritura, da celebração do Sacramento da Reconciliação e das ações missionárias e caritativas, de se tornarem um sinal mais efetivo do rosto misericordioso do Pai, tal como o Senhor Jesus nos pediu: “Sede misericordiosos como o Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

Padre Vitor Gino Finelon
Autor

Padre Vitor Gino Finelon

Professor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida