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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 10/05/2024

10 de Maio de 2024

Treze dias com São Sebastião

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Treze dias com São Sebastião

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06/01/2016 00:00 - Atualizado em 08/01/2016 12:08

Treze dias com São Sebastião 0

06/01/2016 00:00 - Atualizado em 08/01/2016 12:08

São Sebastião, soldado do Império Romano no final do séc. III e início do séc. IV. Sebastião sofreu o martírio em Roma em virtude da sua fidelidade a Cristo e à Igreja. Em 1565, há 450 anos, foi colocado como Padroeiro de nossa cidade, para cujos fiéis é modelo de fé, coragem, constância e disponibilidade. São Sebastião foi um grande missionário do seu tempo, levando o nome de Jesus a todos, fortalecendo os que estavam cansados e abatidos pela perseguição religiosa daquela época.

São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O Imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas, até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, Sebastião apresentou-se novamente para o Imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.

Chamamos de Trezena os treze dias de preparações e orações.  Existem outros momentos de trezenas, como também muitas novenas, tríduos e tantas formas de vivermos o tempo de espera. A expectativa da celebração do dia 20 de janeiro em nossa “cidade maravilhosa” nos ajuda a ver nossa missão em servi-la, e, com o exemplo do nosso Padroeiro, seguir a Cristo dando testemunho de nossa fé cristã.

A trezena deste ano tem como lema: “São Sebastião, anunciador da misericórdia de Deus!” “De fato, quando ao ler a vida de São Sebastião, percebemos que mesmo tendo sido tão cruelmente deixado para morrer, ele retorna ao Imperador e o conclama à conversão, manifestando o amor de Deus até mesmo ao mais renhido pecador. Desse modo, não há como não reconhecer o amor misericordioso, gratuito e zeloso de Deus, que vai até e principalmente aos maiores pecadores” (cf. “Com Misericórdia olhou para Ele e o Escolheu”, Carta Pastoral para o Ano da Misericórdia, 13 de dezembro de 2015, n. 112, 1).

Iniciamos quinta-feira, dia 7 de janeiro, a Trezena de São Sebastião. O tema que nos acompanha este ano é o do Jubileu da Misericórdia: “São Sebastião, anunciador da misericórdia de Deus”. A experiência de iniciar o novo ano com a caminhada com o nosso padroeiro pelas ruas e avenidas da cidade, a cada ano nos proporciona oportunidades novas ao ver os desafios de levar a nossa grande cidade a ser um lugar de paz e fraternidade. Vemos sempre belos sinais e exemplos, e pedimos a Deus que sejam multiplicados.

A Trezena, embora não faça parte da liturgia oficial da Igreja, nos prepara, no entanto, para a liturgia e para a vida de unidade eclesial. Caminhamos juntos na mesma fé, e, ao pedirmos a intercessão de São Sebastião, devemos querer imitar as virtudes de sua vida no seguimento ao Evangelho de Jesus Cristo. A passagem da peregrinação pelas ruas dessa grande cidade suscita também reações, em geral de piedade, levando pessoas a voltarem a participar de sua comunidade, procurando vivenciar suas tradições católicas.

A Trezena também é um momento oportuno para nos colocar em sintonia com a nossa família espiritual, a Igreja. Com ela nos unimos aos nossos irmãos, aumentando o nosso sentimento de comunidade, de povo de Deus orante. A nossa comunhão com todos os que anseiam por tempos melhores, respeitando a liberdade de opção e de pensamento, sem pressões contrárias e confiando no progresso da paz e da fraternidade. A vivência cristã nos leva a construir, com a graça de Deus, um mundo mais justo e humano diante de uma sociedade que perde os valores da própria vida humana.

Acolher o exemplo de São Sebastião, vivendo como cristão autêntico, é também saber acolher o outro, ser solidário com o outro e, em especial neste Ano da Misericórdia. Devemos, a exemplo de São Sebastião, saber amar e ser misericordioso um para com o outro.

Com atitude materna, a Igreja deve estender a misericórdia a muitas categorias. O Papa Francisco convida a Igreja a dirigir o seu olhar solícito especialmente àqueles que estão nas periferias existenciais. “Neste Ano Santo, podemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimentos presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos”. (Papa Francisco – Misericordiae Vultus. n. 15).

A palavra chave desta trezena é a preparação do nosso coração e de todo o nosso ser. Preparemos as nossas almas para a exigência da confiança, da humildade e da perseverança, três qualidades importantes na oração cristã. E que a imagem peregrina, única réplica da histórica de São Sebastião, aqui trazida por Estácio de Sá, peregrinando pela cidade do Rio de Janeiro, seja penhor de graças para todo o nosso amado povo!

Aproveito aqui para convidar a todos para que façam com fervor e devoção a Trezena do nosso Padroeiro. A programação da nossa trezena está no site da Arquidiocese. Vamos rezar com nosso Padroeiro e vamos fazer a Trezena em nossas comunidades, paróquias, comércio, locais públicos e particulares, pedindo sempre a proteção de São Sebastião em favor da amada cidade do Rio de Janeiro.

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06/01/2016 00:00 - Atualizado em 08/01/2016 12:08

São Sebastião, soldado do Império Romano no final do séc. III e início do séc. IV. Sebastião sofreu o martírio em Roma em virtude da sua fidelidade a Cristo e à Igreja. Em 1565, há 450 anos, foi colocado como Padroeiro de nossa cidade, para cujos fiéis é modelo de fé, coragem, constância e disponibilidade. São Sebastião foi um grande missionário do seu tempo, levando o nome de Jesus a todos, fortalecendo os que estavam cansados e abatidos pela perseguição religiosa daquela época.

São Sebastião, defensor da verdade no amor apaixonado a Deus. O Imperador, com o coração fechado, mandou prendê-lo num tronco e muitas flechadas sobre ele foram lançadas, até o ponto de pensarem que estava morto. Mas uma mulher, esposa de um mártir, o conhecia, aproximou-se dele e percebeu que ele estava ainda vivo por graça. Ela cuidou das feridas dele. Ao recobrar sua saúde depois de um tempo, Sebastião apresentou-se novamente para o Imperador, pois queria o seu bem e o bem de todo o Império. Evangelizou, testemunhou, mas, dessa vez, no ano de 288 foi duramente martirizado.

Chamamos de Trezena os treze dias de preparações e orações.  Existem outros momentos de trezenas, como também muitas novenas, tríduos e tantas formas de vivermos o tempo de espera. A expectativa da celebração do dia 20 de janeiro em nossa “cidade maravilhosa” nos ajuda a ver nossa missão em servi-la, e, com o exemplo do nosso Padroeiro, seguir a Cristo dando testemunho de nossa fé cristã.

A trezena deste ano tem como lema: “São Sebastião, anunciador da misericórdia de Deus!” “De fato, quando ao ler a vida de São Sebastião, percebemos que mesmo tendo sido tão cruelmente deixado para morrer, ele retorna ao Imperador e o conclama à conversão, manifestando o amor de Deus até mesmo ao mais renhido pecador. Desse modo, não há como não reconhecer o amor misericordioso, gratuito e zeloso de Deus, que vai até e principalmente aos maiores pecadores” (cf. “Com Misericórdia olhou para Ele e o Escolheu”, Carta Pastoral para o Ano da Misericórdia, 13 de dezembro de 2015, n. 112, 1).

Iniciamos quinta-feira, dia 7 de janeiro, a Trezena de São Sebastião. O tema que nos acompanha este ano é o do Jubileu da Misericórdia: “São Sebastião, anunciador da misericórdia de Deus”. A experiência de iniciar o novo ano com a caminhada com o nosso padroeiro pelas ruas e avenidas da cidade, a cada ano nos proporciona oportunidades novas ao ver os desafios de levar a nossa grande cidade a ser um lugar de paz e fraternidade. Vemos sempre belos sinais e exemplos, e pedimos a Deus que sejam multiplicados.

A Trezena, embora não faça parte da liturgia oficial da Igreja, nos prepara, no entanto, para a liturgia e para a vida de unidade eclesial. Caminhamos juntos na mesma fé, e, ao pedirmos a intercessão de São Sebastião, devemos querer imitar as virtudes de sua vida no seguimento ao Evangelho de Jesus Cristo. A passagem da peregrinação pelas ruas dessa grande cidade suscita também reações, em geral de piedade, levando pessoas a voltarem a participar de sua comunidade, procurando vivenciar suas tradições católicas.

A Trezena também é um momento oportuno para nos colocar em sintonia com a nossa família espiritual, a Igreja. Com ela nos unimos aos nossos irmãos, aumentando o nosso sentimento de comunidade, de povo de Deus orante. A nossa comunhão com todos os que anseiam por tempos melhores, respeitando a liberdade de opção e de pensamento, sem pressões contrárias e confiando no progresso da paz e da fraternidade. A vivência cristã nos leva a construir, com a graça de Deus, um mundo mais justo e humano diante de uma sociedade que perde os valores da própria vida humana.

Acolher o exemplo de São Sebastião, vivendo como cristão autêntico, é também saber acolher o outro, ser solidário com o outro e, em especial neste Ano da Misericórdia. Devemos, a exemplo de São Sebastião, saber amar e ser misericordioso um para com o outro.

Com atitude materna, a Igreja deve estender a misericórdia a muitas categorias. O Papa Francisco convida a Igreja a dirigir o seu olhar solícito especialmente àqueles que estão nas periferias existenciais. “Neste Ano Santo, podemos fazer a experiência de abrir o coração àqueles que vivem nas mais variadas periferias existenciais, que muitas vezes o mundo contemporâneo cria de forma dramática. Quantas situações de precariedade e sofrimentos presentes no mundo atual! Quantas feridas gravadas na carne de muitos que já não têm voz, porque o seu grito foi esmorecendo e se apagou por causa da indiferença dos povos ricos”. (Papa Francisco – Misericordiae Vultus. n. 15).

A palavra chave desta trezena é a preparação do nosso coração e de todo o nosso ser. Preparemos as nossas almas para a exigência da confiança, da humildade e da perseverança, três qualidades importantes na oração cristã. E que a imagem peregrina, única réplica da histórica de São Sebastião, aqui trazida por Estácio de Sá, peregrinando pela cidade do Rio de Janeiro, seja penhor de graças para todo o nosso amado povo!

Aproveito aqui para convidar a todos para que façam com fervor e devoção a Trezena do nosso Padroeiro. A programação da nossa trezena está no site da Arquidiocese. Vamos rezar com nosso Padroeiro e vamos fazer a Trezena em nossas comunidades, paróquias, comércio, locais públicos e particulares, pedindo sempre a proteção de São Sebastião em favor da amada cidade do Rio de Janeiro.

Cardeal Orani João Tempesta
Autor

Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro