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Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, 17/05/2024

17 de Maio de 2024

O Senhor está perto

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11/12/2015 15:25 - Atualizado em 11/12/2015 15:27

O Senhor está perto 0

11/12/2015 15:25 - Atualizado em 11/12/2015 15:27

Este domingo recebe esse nome de “Gaudete” em virtude da antífona de entrada indicada para este domingo. Esta, uma citação de Fl 4,4-5, diz: Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete: modéstia vestra nota sit omnibus hominibus: Dominus prope est. (Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto.) A oração coleta desta Missa nos convida também ao júbilo e à ação de graças. Primeiro ela exprime um desejo, o de “chegarmos às alegrias da Salvação” e, depois, esse desejo se desdobra em um segundo, o de “celebrá-las (as alegrias da salvação) com intenso júbilo na solene liturgia”. Esta é a nossa espera: estarmos um dia na alegria da Salvação, diante da face de Deus. Enquanto esse “dia dos dias” não chega para nós, a liturgia é a grande antecipação, o grande antegozo. Já a Sacrossanto Concílio no n. 8 afirma que a liturgia terrestre é uma imagem da liturgia celeste, daquela que celebraremos junto com o Senhor: “Pela Liturgia da terra participamos, saboreando-a já, na Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual, como peregrinos nos dirigimos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo; por meio dela cantamos ao Senhor um hino de glória com toda a milícia do exército celestial, esperamos ter parte e comunhão com os Santos cuja memória veneramos, e aguardamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até Ele aparecer como nossa vida e nós aparecermos com Ele na glória”.

Devemos nos alegrar porque o Senhor está perto. A proximidade do Natal do Senhor nos traz alegria e renova a nossa esperança. A proximidade do Natal nos faz lembrar da totalidade da promessa de Cristo para nós. O que Cristo nos prometeu é que Ele viria uma segunda e definitiva vez, coroado de glória, cercado pelos seus anjos para levar a termo a obra da salvação iniciada na encarnação. O Natal nos recorda que Deus foi fiel ao enviar o seu Filho uma primeira vez; porque então duvidamos de que a promessa se realizará definitivamente? Este é o motivo da nossa alegria. Vivemos uma espera plena de esperança; vivemos uma espera que já é certeza, porque sabemos que assim como é certo que Ele veio uma primeira vez, e assim como é certo que Ele está presente no meio de nós, do mesmo modo também é certo que Ele virá uma segunda e definitiva vez para levar a termo a obra da salvação.

A primeira é um hino do livro de Sofonias. Depois de apresentar o juízo sobre Jerusalém, o profeta fala de um resto que será fiel ao Senhor (cf. Sf 3,13). Logo em seguida, nesta perícope que nos é apresentada hoje na liturgia, vemos o convite que é feito ao povo de Israel para “rejubilar”, para entrar na alegria de Deus. O motivo dessa alegria é a presença de Deus “no meio” do seu povo. É o mesmo convite à alegria feito no salmo responsorial dessa liturgia, um trecho de Is 12. Aqui o profeta convite o povo a cantar com alegria porque “é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel”. Aproximando-nos da solenidade do Natal do Senhor somos chamados a celebrar a alegria dessa presença. Em Cristo, estas profecias se realizaram de maneira plena. É claro que Deus sempre esteve presente no meio de seu povo, mas a encarnação do Verbo é a presença das presenças, é a descida definitiva de Deus para estar no meio dos seus. Por isso nós devemos entrar nessa alegria. Lembrando-nos sempre da dupla dimensão do Advento, ou seja, preparação para celebrarmos a primeira do Senhor e profecia da sua segunda vinda, Paulo nos convida a entrarmos numa outra dimensão desse mesmo mistério: “Alegrai-vos! (...) o Senhor está perto.” Os profetas nos convidam à alegria pelo Messias que está em nosso meio e Paulo nos convida à nos alegrarmos porque Aquele que veio e está agora junto do Pai há de voltar novamente no fim dos tempos, embora nunca tenha deixado de estar presente no meio da sua Igreja, sobretudo na liturgia, pela potência do seu Espírito.

Nós que somos um povo peregrino devemos seguir o exemplo e as palavras de João Batista, figura muito presente para nós nas perícopes evangélicas do tempo do advento. João batizava, mas o seu batismo era anúncio de um outro. Era anúncio do batismo de Cristo, que deveria ser realizado no “Espírito Santo e no fogo”. Ao batizar ele chamava os homens a uma atitude sincera de conversão, apresentada aqui na perícope deste evangelho de hoje com atitudes concretas como partilhar a túnica e a comida e não praticar extorsões. A alegria do Cristo presente no meio de nós que se encarnou para nossa salvação e que virá instaurar definitivamente o seu Reino, deve ser um estímulo a mais para também nos perguntarmos como aqueles que ouviam João: O que devo fazer? Quais atitudes devem ser revistas na minha vida? Que formas de pensar precisam ser ainda permeadas pelo Evangelho de Cristo, para que o seu mistério de amor penetre toda a minha existência? Que o Senhor nos ajuda e que a força do seu Espírito, aquele mesmo no qual fomos mergulhados no dia do nosso batismo, nos ajuda a rever a nossa vida e a prepararmos o nosso coração, para celebrarmos com alegria o mistério da primeira vinda do Senhor na alegria expectativa da sua segunda e definitiva vinda.

 

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O Senhor está perto

11/12/2015 15:25 - Atualizado em 11/12/2015 15:27

Este domingo recebe esse nome de “Gaudete” em virtude da antífona de entrada indicada para este domingo. Esta, uma citação de Fl 4,4-5, diz: Gaudete in Domino semper: iterum dico, gaudete: modéstia vestra nota sit omnibus hominibus: Dominus prope est. (Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto.) A oração coleta desta Missa nos convida também ao júbilo e à ação de graças. Primeiro ela exprime um desejo, o de “chegarmos às alegrias da Salvação” e, depois, esse desejo se desdobra em um segundo, o de “celebrá-las (as alegrias da salvação) com intenso júbilo na solene liturgia”. Esta é a nossa espera: estarmos um dia na alegria da Salvação, diante da face de Deus. Enquanto esse “dia dos dias” não chega para nós, a liturgia é a grande antecipação, o grande antegozo. Já a Sacrossanto Concílio no n. 8 afirma que a liturgia terrestre é uma imagem da liturgia celeste, daquela que celebraremos junto com o Senhor: “Pela Liturgia da terra participamos, saboreando-a já, na Liturgia celeste celebrada na cidade santa de Jerusalém, para a qual, como peregrinos nos dirigimos e onde Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo; por meio dela cantamos ao Senhor um hino de glória com toda a milícia do exército celestial, esperamos ter parte e comunhão com os Santos cuja memória veneramos, e aguardamos o Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até Ele aparecer como nossa vida e nós aparecermos com Ele na glória”.

Devemos nos alegrar porque o Senhor está perto. A proximidade do Natal do Senhor nos traz alegria e renova a nossa esperança. A proximidade do Natal nos faz lembrar da totalidade da promessa de Cristo para nós. O que Cristo nos prometeu é que Ele viria uma segunda e definitiva vez, coroado de glória, cercado pelos seus anjos para levar a termo a obra da salvação iniciada na encarnação. O Natal nos recorda que Deus foi fiel ao enviar o seu Filho uma primeira vez; porque então duvidamos de que a promessa se realizará definitivamente? Este é o motivo da nossa alegria. Vivemos uma espera plena de esperança; vivemos uma espera que já é certeza, porque sabemos que assim como é certo que Ele veio uma primeira vez, e assim como é certo que Ele está presente no meio de nós, do mesmo modo também é certo que Ele virá uma segunda e definitiva vez para levar a termo a obra da salvação.

A primeira é um hino do livro de Sofonias. Depois de apresentar o juízo sobre Jerusalém, o profeta fala de um resto que será fiel ao Senhor (cf. Sf 3,13). Logo em seguida, nesta perícope que nos é apresentada hoje na liturgia, vemos o convite que é feito ao povo de Israel para “rejubilar”, para entrar na alegria de Deus. O motivo dessa alegria é a presença de Deus “no meio” do seu povo. É o mesmo convite à alegria feito no salmo responsorial dessa liturgia, um trecho de Is 12. Aqui o profeta convite o povo a cantar com alegria porque “é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel”. Aproximando-nos da solenidade do Natal do Senhor somos chamados a celebrar a alegria dessa presença. Em Cristo, estas profecias se realizaram de maneira plena. É claro que Deus sempre esteve presente no meio de seu povo, mas a encarnação do Verbo é a presença das presenças, é a descida definitiva de Deus para estar no meio dos seus. Por isso nós devemos entrar nessa alegria. Lembrando-nos sempre da dupla dimensão do Advento, ou seja, preparação para celebrarmos a primeira do Senhor e profecia da sua segunda vinda, Paulo nos convida a entrarmos numa outra dimensão desse mesmo mistério: “Alegrai-vos! (...) o Senhor está perto.” Os profetas nos convidam à alegria pelo Messias que está em nosso meio e Paulo nos convida à nos alegrarmos porque Aquele que veio e está agora junto do Pai há de voltar novamente no fim dos tempos, embora nunca tenha deixado de estar presente no meio da sua Igreja, sobretudo na liturgia, pela potência do seu Espírito.

Nós que somos um povo peregrino devemos seguir o exemplo e as palavras de João Batista, figura muito presente para nós nas perícopes evangélicas do tempo do advento. João batizava, mas o seu batismo era anúncio de um outro. Era anúncio do batismo de Cristo, que deveria ser realizado no “Espírito Santo e no fogo”. Ao batizar ele chamava os homens a uma atitude sincera de conversão, apresentada aqui na perícope deste evangelho de hoje com atitudes concretas como partilhar a túnica e a comida e não praticar extorsões. A alegria do Cristo presente no meio de nós que se encarnou para nossa salvação e que virá instaurar definitivamente o seu Reino, deve ser um estímulo a mais para também nos perguntarmos como aqueles que ouviam João: O que devo fazer? Quais atitudes devem ser revistas na minha vida? Que formas de pensar precisam ser ainda permeadas pelo Evangelho de Cristo, para que o seu mistério de amor penetre toda a minha existência? Que o Senhor nos ajuda e que a força do seu Espírito, aquele mesmo no qual fomos mergulhados no dia do nosso batismo, nos ajuda a rever a nossa vida e a prepararmos o nosso coração, para celebrarmos com alegria o mistério da primeira vinda do Senhor na alegria expectativa da sua segunda e definitiva vinda.

 

Padre Fábio Siqueira
Autor

Padre Fábio Siqueira

Vice-diretor das Escolas de Fé e Catequese Mater Ecclesiae e Luz e Vida